Lisboa, 26 maio 2008 (Lusa) - O secretário de Estado das Relações Exteriores e da Cooperação de Portugal, João Gomes Cravinho, considerou nesta segunda-feira que a situação na África do Sul é "profundamente preocupante", destacando que as atitudes xenófobas "não correspondem às políticas do governo sul-africano".
"É uma situação profundamente preocupante e algo inesperada", disse o governante português durante a apresentação da iniciativa "Os Dias do Desenvolvimento".
Afirmando que Portugal tem estado em "contato permanente" com as autoridades sul-africanas, João Gomes Cravinho questionou se os casos de xenofobia, que já causaram mais de 50 mortos e 20 mil desalojados, são espontâneos ou não.
"Há trabalho a fazer para identificar quais as forças que estão por detrás destes elementos", defendeu Cravinho.
O responsável disse ainda que a "África do Sul conhece o que há de sensível nestas atitudes, que não correspondem às políticas do governo sul-africano e do partido ANC [Congresso Nacional Africano, no poder]".
Nos bairros mais pobres ao redor das grandes cidades e centros industriais da África do Sul, os sentimentos xenófobos são uma realidade inquestionável, fruto da dificuldade de muitos sul-africanos em arranjar trabalho e ter acesso à habitação, que os leva a acusar os estrangeiros de contribuírem para seus problemas.
Só do Zimbábue, calcula-se que tenham fugido para a África do Sul entre três e cinco mil imigrantes legais ou ilegais desde 2000.
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