ComunidadeDíli, 16 maio 2008 (Lusa) - A criação de centros de excelência militar é um dos principais pontos da agenda dos responsáveis da Defesa dos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), afirmou hoje à Lusa em Díli o ministro português.
Nuno Severiano Teixeira chegou hoje a Díli para participar na X reunião de titulares da Defesa do espaço CPLP, que se realiza este fim-de-semana na capital timorense.
Os ministros da Defesa dos Oito (com a excepção de São Tomé e Príncipe, que não está presente nesta reunião) vão assinar no domingo a Declaração de Díli, aprovando o conceito dos Centros de Excelência de Formação de Formadores da CPLP.
À chegada a Díli, Nuno Severiano Teixeira salientou a importância da reunião dos ministros da Defesa e o facto de se realizar em Timor-Leste.
"É um sinal de apoio ao processo democrático e à consolidação da democracia timorense", declarou o ministro português.
"Abordaremos dois tipos de questões, por um lado a troca de impressões entre países provenientes de quatro continentes e inseridos em diferentes organizações regionais. Por outro, o avanço da rede de centros de excelência", explicou Nuno Severiano Teixeira.
A Declaração de Díli deverá mandatar o Secretariado Permanente para os Assuntos de Defesa (SPAD) da CPLP para desenvolver os termos de referência dos Centros de Excelência de Formação de Formadores, adiantaram à Lusa fontes envolvidas nas reuniões técnicas que antecederam a reunião ministerial.
Esse é, para Nuno Severiano Teixeira, um "primeiro passo para a criação de capacidades" entre as Forças Armadas dos diferentes países da CPLP.
É ainda cedo, explicou o ministro português, para se poder pensar num dispositivo militar conjunto dos países lusófonos.
"Cada coisa a seu tempo", frisou Nuno Severiano Teixeira.
A Declaração de Díli pretende que os centros de excelência, uma vez em funcionamento, dêem prioridade à formação de formadores militares dos PALOP e de Timor-Leste.
Uma das matérias em discussão, mas a que a Declaração de Díli deverá fazer referência, é a forma de colocar futuramente esses centros de excelência à disposição de organizações internacionais, incluindo as organizações regionais do continente africano.
O conceito dos centros de excelência aponta para especializações de formação militar em países da CPLP, que pode incluir áreas tão diferentes como os fuzileiros navais ou os pilotos aviadores, referiu à Lusa um dos elementos envolvidos na discussão da Declaração de Díli.
Tais centros teriam uma vertente importante de preparação das Forças Armadas dos diferentes países da CPLP para a participação em operações de manutenção de paz e a cooperação militar multinacional.
Os termos de referência da Declaração de Díli deverão apontar para a descentralização dos centros de excelência pelos PALOP e Timor-Leste, ainda segundo fontes que participaram na discussão técnica do documento.
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