7 novembro 2014, Vermelho
http://www.vermelho.org.br (Brasil)
(Ler tambem “BRICS, БРИКС/Rússia e China abalam o dólar americano”)
Os presidentes da China e da Rússia, Vladimir Putin e Xi Jinping, estão estreitando suas posições sobre questões importantes relacionadas com as relações bilaterais e internacionais, disse o embaixador Andrey Denisov.
O diplomata russo em
Pequim afirmou à agência de notícias estatal chinesa Xinhua que a coordenação
de posições sobre assuntos de grande importância ocorrerá durante a reunião entre
os dois líderes na XXII Cimeira da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico
(Apec).
“A Apec é a melhor plataforma para estudar as questões relacionadas com o desenvolvimento econômico regional e a Rússia atribui grande importância
à sua
participação ativa nas reuniões”, disse o diplomata.“A Apec é a melhor plataforma para estudar as questões relacionadas com o desenvolvimento econômico regional e a Rússia atribui grande importância
O embaixador Denisov avaliou que participar de forma mais ativa na cooperação econômica cria condições favoráveis para o desenvolvimento social e econômico da Rússia, em particular na região oriental, que é um objetivo estratégico do país.
"Vai ser um grande impulso para o desenvolvimento da Rússia oriental se a comunidade de negócios chinesa estiver ativamente envolvida em projetos de investimento na Sibéria e no Extremo Oriente do nosso país", acrescentou.
Denisov disse que também irá ajudar a promover essa região russa a interação com o Cinturão Econômica da Rota da Seda desenvolvido pela China e o corredor de transporte e logística da Eurásia idealizado pela Rússia.
“A China é o principal parceiro da Rússia no mundo e seus laços comuns são um fator importante na salvaguarda da paz mundial”.
O embaixador russo na China disse ainda que sempre é uma necessidade vital melhorar as relações entre grandes países, resolver suas disputas por meios pacíficos, conter o uso ou ameaça de uso da força e manter parcerias em diferentes organismos multilaterais.
Essas ações, disse o diplomata à Xinhua, devem ser os princípios básicos para um novo tipo de relação entre grandes países.
Fonte: Prensa Latina,
tradução Tayguara Ribeiro
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BRICS, БРИКС/Rússia e
China abalam o dólar americano
6 novembro 2014, Vermelho
http://www.vermelho.org.br (Brasil)
A aproximação entre
Rússia e China ameaça a prosperidade do dólar americano, consideram
especialistas. Durante a recente visita a Moscou de Li Keqiang, chefe do
Conselho de Estado da China, as partes confirmaram o desejo mútuo de aumentar
ao máximo as contas em rublos e yuans. Os especialistas sublinham que
semelhante tendência pode acabar por derrubar o domínio econômico dos EUA.
Em maio, a Gazprom e
CNPC assinaram um contrato, válido por 30 anos, de fornecimento de gás à China
no valor total de 400 bilhões de dólares. Os primeiros pagamentos segundo este
contrato serão realizados em yuans. Por isso, o Banco Central da Rússia abriu
uma linha de troca com o Banco Popular da China no valor de 150 bilhões de
yuans (24,5 bilhões de dólares) em três anos. Deste modo, pela primeira vez na
história, um negócio internacional no campo da energia foi realizado sem a
participação do dólar, mas em yuans.
Claro que apenas um contrato de gás russo-chinês não influirá de forma alguma no destino do dólar. Porém, há razões para esperar que outros contratos comerciais no mundo também sejam resolvidos sem a moeda americana, assinala Andrei Vinogradov, dirigente do Centro de Prognósticos e Estudos Políticos.
"O volume do comércio entre a China e a Rússia é bem grande. E precisamos de estabilidade. A volatilidade do câmbio do rublo em relação ao dólar influi negativamente nas relações comerciais e econômicas bilaterais entre a Rússia e a China. Por isso, ambos os países estão interessados em evitar riscos cambiais. Uma das formas de estabilização pode ser precisamente a passagem para as contas em moedas nacionais".
A abertura pelo BC da Rússia de uma linha de troca com o BPC é o primeiro passo para a estabilização, assinala Andrei Vinogradov. Devido às sanções ocidentais, as empresas russas sentem falta de créditos baratos. Num momento em que estão fechados os habituais mercados ocidentais de capital, a linha em yuans é uma saída completamente justificada da situação, porque o BC da Rússia não terá de adquirir dólares americanos no mercado.
Porém, é curioso que também outros países não afetados pelas sanções financeiras da parte do Ocidente tentam reduzir a dependência dos EUA e do dólar. No verão passado, os chefes de Estado dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) assinaram um acordo-quadro sobre a criação de um conjunto de moedas de reserva e de um Novo Banco de Desenvolvimento. No fundo, trata-se de mini análogos regionais do FMI e do Banco Mundial, organizações que, durante os muitos anos da sua existência, se transformaram em instrumentos políticos de pressão dos EUA.
Mais, até empresas dos EUA passam para pagamentos em yuans. Segundo dados da SWIFT, no ano passado, o volume de negócios em moeda chinesa triplicou. É vantajoso para as empresas americanas recusarem o dólar nas contas com os parceiros chineses, porque, nos negócios em dólares, aumentam as despesas em comissões.
Parece que Pequim pensa seriamente em criar um novo concorrente de moeda de reserva mundial. Hoje, o governo chinês realiza a política de liberalização gradual da política monetária. Aumentou até 2% a margem comercial em que se pode alterar o câmbio do yuan. Foram levantadas algumas limitações à movimentação de capital, considera o economista Serguei Lukonin, do Centro de Estudos da Ásia e do Pacífico.
"As autoridades chinesas querem gradualmente fazer do yuan uma moeda de reserva. Para isso é aumentada a fatia do yuan nas contas internacionais. Depois, a China retirará vantagens financeiras disso. Porque o yuan será mais estável. Os exportadores poderão receber maiores lucros. E o principal é que, se o yuan se tornar uma moeda de reserva mundial, embora esse seja um longo processo, a China poderá de certa forma influir em todo o sistema financeiro mundial".
Todavia, como assinala o especialista russo, por enquanto, a parte do yuan no comércio não corresponde de forma alguma ao lugar da China na economia mundial. Nenhum banco central, além do Banco da China, guarda reservas em moeda chinesa. O yuan não é uma moeda de pagamento do sistema CLS, que engloba mais da metade de todas as operações internacionais de conversão de moeda.
Por isso será difícil num momento só diminuir a dependência do dólar, assinala Serguei Lukonin. 70% das contas mundiais continuam a ser feitas em moeda americana. O yuan vem apenas em 7º lugar no mundo quanto à frequência de utilização. Porém, nada impede a moeda chinesa de, nos próximos tempos, subir nessa escala. Isto porque aumenta constantemente o número de países que querem trabalhar diretamente com o yuan, sem o dólar. (Fonte: Voz da Rússia)
Claro que apenas um contrato de gás russo-chinês não influirá de forma alguma no destino do dólar. Porém, há razões para esperar que outros contratos comerciais no mundo também sejam resolvidos sem a moeda americana, assinala Andrei Vinogradov, dirigente do Centro de Prognósticos e Estudos Políticos.
"O volume do comércio entre a China e a Rússia é bem grande. E precisamos de estabilidade. A volatilidade do câmbio do rublo em relação ao dólar influi negativamente nas relações comerciais e econômicas bilaterais entre a Rússia e a China. Por isso, ambos os países estão interessados em evitar riscos cambiais. Uma das formas de estabilização pode ser precisamente a passagem para as contas em moedas nacionais".
A abertura pelo BC da Rússia de uma linha de troca com o BPC é o primeiro passo para a estabilização, assinala Andrei Vinogradov. Devido às sanções ocidentais, as empresas russas sentem falta de créditos baratos. Num momento em que estão fechados os habituais mercados ocidentais de capital, a linha em yuans é uma saída completamente justificada da situação, porque o BC da Rússia não terá de adquirir dólares americanos no mercado.
Porém, é curioso que também outros países não afetados pelas sanções financeiras da parte do Ocidente tentam reduzir a dependência dos EUA e do dólar. No verão passado, os chefes de Estado dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) assinaram um acordo-quadro sobre a criação de um conjunto de moedas de reserva e de um Novo Banco de Desenvolvimento. No fundo, trata-se de mini análogos regionais do FMI e do Banco Mundial, organizações que, durante os muitos anos da sua existência, se transformaram em instrumentos políticos de pressão dos EUA.
Mais, até empresas dos EUA passam para pagamentos em yuans. Segundo dados da SWIFT, no ano passado, o volume de negócios em moeda chinesa triplicou. É vantajoso para as empresas americanas recusarem o dólar nas contas com os parceiros chineses, porque, nos negócios em dólares, aumentam as despesas em comissões.
Parece que Pequim pensa seriamente em criar um novo concorrente de moeda de reserva mundial. Hoje, o governo chinês realiza a política de liberalização gradual da política monetária. Aumentou até 2% a margem comercial em que se pode alterar o câmbio do yuan. Foram levantadas algumas limitações à movimentação de capital, considera o economista Serguei Lukonin, do Centro de Estudos da Ásia e do Pacífico.
"As autoridades chinesas querem gradualmente fazer do yuan uma moeda de reserva. Para isso é aumentada a fatia do yuan nas contas internacionais. Depois, a China retirará vantagens financeiras disso. Porque o yuan será mais estável. Os exportadores poderão receber maiores lucros. E o principal é que, se o yuan se tornar uma moeda de reserva mundial, embora esse seja um longo processo, a China poderá de certa forma influir em todo o sistema financeiro mundial".
Todavia, como assinala o especialista russo, por enquanto, a parte do yuan no comércio não corresponde de forma alguma ao lugar da China na economia mundial. Nenhum banco central, além do Banco da China, guarda reservas em moeda chinesa. O yuan não é uma moeda de pagamento do sistema CLS, que engloba mais da metade de todas as operações internacionais de conversão de moeda.
Por isso será difícil num momento só diminuir a dependência do dólar, assinala Serguei Lukonin. 70% das contas mundiais continuam a ser feitas em moeda americana. O yuan vem apenas em 7º lugar no mundo quanto à frequência de utilização. Porém, nada impede a moeda chinesa de, nos próximos tempos, subir nessa escala. Isto porque aumenta constantemente o número de países que querem trabalhar diretamente com o yuan, sem o dólar. (Fonte: Voz da Rússia)
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