A tese de
que a região composta por Foz do Iguaçu/Ciudad del Este/Puerto Iguazu abriga
células terroristas árabes é antiga e construída principalmente após o atentado
contra a AMIA, em 1994. Esta tese patrocinada pela grande mídia financiada
pelos Estados Unidos, teve sempre como principal objetivo futuro justificar a
presença estadunidense na região.
A tese ganha novos elementos com a derrubada das torres gêmeas e passa a ser sempre vinculada a fatos internacionais para construir uma opinião mundial sobre as ações militares estadunidenses espalhadas pelo planeta. Foi assim em 2003, quando a Veja criou uma visita da Bin Laden às Cataratas, numa obra prima de ficção ou em 2009 e em 2011, quando requentou notícias para continuar vendendo a imagem que a tríplice fronteira abrigaria agentes do terrorismo internacional.
Desta vez só pode ser um ataque direto a economia da tríplice fronteira, que tem sua principal fonte no turismo. Com uma campanha forte
para comemorar o
terceiro ano que as Cataratas do Iguaçu receberam o título de uma das Sete
Novas Maravilhas Mundiais da Natureza, neste dia 11, a região é surpreendida
com a matéria do O Globo que não tem objetivo jornalístico, não tem personagens
e não tem qualquer relação com política internacional aparente.A tese ganha novos elementos com a derrubada das torres gêmeas e passa a ser sempre vinculada a fatos internacionais para construir uma opinião mundial sobre as ações militares estadunidenses espalhadas pelo planeta. Foi assim em 2003, quando a Veja criou uma visita da Bin Laden às Cataratas, numa obra prima de ficção ou em 2009 e em 2011, quando requentou notícias para continuar vendendo a imagem que a tríplice fronteira abrigaria agentes do terrorismo internacional.
Desta vez só pode ser um ataque direto a economia da tríplice fronteira, que tem sua principal fonte no turismo. Com uma campanha forte
Com o “bombástico” título “Polícia Federal aponta elo facção brasileira e Hezbollah”, o artigo aponta para uma suposta novidade, que agora não seriam os Estados Unidos a afirmar que existem células terroristas na região, mas sim autoridades brasileiras, a própria Polícia Federal. Citando um suposto relatório da PF, “fonte não comprovada” e fatos sem aparente ligação com os traficantes investigados, ocorridos em 2008 e 2009, para criar mais uma obra de ficção (sem os elementos da boa literatura) sobre uma suposta atuação criminosa de libaneses na fronteira (sem apresentar nomes), fazendo um elo fantasioso entre traficantes, PCC e Hezbollah.
É possível que existam traficantes libaneses que atuam na fronteira, assim como existem brasileiros, paraguaios, argentinos, europeus, outros sulamericanos, norteamericanos, africanos, asiáticos, etc e é provável que existam traficantes de várias nacionalidades, presos no Brasil, com ligações com o PCC, mas daí chegar a conclusão de que estes supostos traficantes, por serem libaneses, são terroristas e fazem uma articulação política internacional, há uma distância enorme.
Defesa
É preciso lembrar a estes jornalistas, loucos para vender uma tese “bombástica”, que esta região vive em paz, com suas etnias e sua diversidade cultural. É necessário avisá-los de que os árabes que vivem aqui, principalmente os libaneses, mantêm sim seus vínculos culturais, religiosos e políticos com sua terra natal, e que alguns são militantes do Hezbollah, que é um partido político legalizado no Líbano e que na sua história tem como uma das principais ações a resistência contra a ocupação do Sul do Líbano por Israel (e por isso, como todos os que lutaram e lutam pela defesa do seu território contra a tirania israelense, ficaram taxados como agentes terroristas pela mídia ocidental ligada ao pensamento estadunidense).
Para quem quiser ler o texto e chegar as suas próprias conclusões, segue o link:
http://oglobo.globo.com/brasil/policia-federal-aponta-elo-entre-faccao-brasileira-hezbollah-14512269
*Tríplice fronteira: região fronteiriça comum entre o Brasil, o Paraguai e a
Argentina.
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