quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Moçambique será 2º maior produtor mundial de gás liquefeito

2 de Novembro de 2014, Rádio Moçambique http://www.rm.co.mz

O governo moçambicano está satisfeito com um acordo alcançado entre duas companhias estrangeiras para a construção conjunta de complexos de liquefacção de gás no norte do país, disseram fontes da indústria de exploração de gás. O acordo preliminar foi alcançado entre a companhia americana Anadarko e a italiana ENI.

Fontes da indústria de gás disseram que o acordo de colaboração é algo de invulgar na indústria de exploração de gás mas que ao assinarem o acordo, a Anadarko e a ENI respondiam a pressões do governo moçambicano que quer impedir que na exploração do gás se repita o que aconteceu na exploração do carvão na província de Tete com as a companhias a desenvolverem separadamente as suas próprias infra-estruturas.

Segundo um comunicado da
Anadarko esta companhia e a ENI concordaram em “coordenar o desenvolvimento de reservatórios de gás natural comuns na zona offshore 1 operada pela Anadarko e a zona offshore 4 operada pela ENI”.

As duas companhias, disse o comunicado, vão levar a cabo “actividades separadas mas coordenadas de desenvolvimento off shore” e ao mesmo tempo – e aqui a importância do comunicado – “vão planear e construir em conjunto  complexos de liquefacção" na província de Cabo Delgado”.

Aliás foram já dados a conhecer concursos para o desenho e construção desses complexos.

Projecto de liquefacçao de gás
Inicialmente prevê-se a construção de dois complexos com a capacidade de produção anual cada um de cinco milhões de toneladas de gás liquefeito. Cada complexo, ou “train” na língua inglesa, custa entre quatro a cinco mil milhões de dólares.

Contudo o plano total para o desenvolvimento do gás do norte de Moçambique prevê a construção 10 desses complexos o que tornará a zona no segundo maior complexo de liquefacção de gás do mundo a seguir ao Qatar. Os investimentos para isso deverão portanto totalizar cerca de 50 mil milhões de dólares.

Os depósitos de gás são tão abundantes que a Anadarko disse que a companhia está agora a considerar “Joint Ventures” para  financiar até um terço dos seus interesses em Moçambique. Uma “Joint Venture” iria ajudar a Anadarko  com os custos de desenvolver as reservas enormes ao largo de Moçambique e reduzir também os seus riscos.

Analistas afirmam que a Anadarko não deverá ter problemas em atrair outras companhias e alguns desses analistas afirmam que a SHELL poderá estar interessada.

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Moçambique vai fornecer gás natural à China
4 de Novembro de 2014, Macauhub http://www.macauhub.com.mo (China)
A China, que tem actualmente em Angola um dos seus principais fornecedores de petróleo, está-se a posicionar para no futuro ter Moçambique como uma importante fonte de fornecimento de gás natural.

Para assegurar financiamento para o grande investimento necessário à extracção e exportação de gás natural, a petrolífera norte-americana Anadarko Petroleum está já no mercado a negociar contratos de longo prazo, tendo um dos cinco primeiros a ser fechado sido, de acordo com a agência financeira Reuters, com a China National Offshore Oil Corp.

A petrolífera estatal CNOOC negociou a compra anual de entre 2 milhões e 2,5 milhões de toneladas de gás, um quarto da capacidade de produção da primeira unidade de liquidificação associada à Área 1 da bacia do Rovuma, cuja exploração é liderada pela Anadarko.

O interesse de petrolíferas chinesas no gás natural de Moçambique tinha já resultado na compra pela Sinopec à petrolífera italiana ENI de uma participação de 20% na Área 4, vizinha da explorada pela Anadarko, por 4,2 mil milhões de dólares.

O negócio é uma forma de mobilizar meios de investimento e também elevar a apetência da China pela produção do gás natural.

Fonte ligada à Área 1 disse à Reuters que os termos do acordo com a CNOOC estavam delineados há algum tempo e que apenas se aguardava por uma “decisão final de investimento em relação ao projecto”.

Mercado de gás natural com as maiores taxas de crescimento em todo o mundo, a China tem vindo a assegurar contratos também nos Estados Unidos e pode agora assumir um papel de destaque em Moçambique.

A folha de informação Africa Monitor afirmou que o presidente da Anadarko Petroleum, Al Walker, anunciou formalmente às autoridades, numa viagem a Maputo há alguns meses, que estavam garantidos compradores, todos asiáticos, para 2/3 da produção da unidade de liquidificação em construção.

Entre os outros acordos preliminares agora firmados estão um pelos Emirados Árabes Unidos, sendo todos os restantes asiáticos: a indonésia Pertamina, a tailandesa PTT, Japão e Índia.

A primeira unidade de liquidificação na Área 1 da bacia do Rovuma terá uma capacidade de produção de perto de 10 milhões de toneladas anuais, a partir de 2021, representando um investimento de 23 mil milhões de dólares.

O Standard Bank informou que a exportação de gás natural renderá 67 mil milhões de dólares a Moçambique e que, com seis unidades de liquidificação em funcionamento, o rendimento atingirá 212 mil milhões de dólares.

A Anadarko Petroleum tem como parceiros na Área 1 a Mitsui, Oil India Limited, Bharat PetroResources, PTT e a petrolífera estatal moçambicana ENH.

Recentemente, o governo de Moçambique elevou de 170 biliões para 200 biliões de pés cúbicos as previsões sobre a quantidade de gás natural existente na bacia do Rovuma.
Sobre o desenvolvimento dos projectos de hidrocarbonetos do Rovuma, a ministra dos Recursos Naturais, Esperança Bias, apontou um investimento mínimo de cinco mil milhões de dólares para o seu início, mas que “irá subir com as projectadas fábricas [de liquidificação de gás natural] de Palma.” (Macauhub/CN/MZ)


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