Lisboa, 1 janeiro 2010 (Angola Press) - São Tomé e Príncipe é a partir de hoje (sexta-feira) o segundo país lusófono a ter a sua moeda em paridade cambial com o Euro, passo que promete trazer mais investimento, mas pode também criar dificuldades de adaptação.
Quando ainda se discutia se a melhor opção para indexação monetária ("peg") da dobra seria o euro, o dólar ou mesmo o franco CFA, cinco economistas defenderam num estudo do Fundo Monetário Internacional, em Maio de 2008, a opção pela moeda europeia, dado que é na Zona Euro que estão os mais importantes parceiros comerciais são-tomenses, como Portugal, Espanha e França.
O futuro da dobra são-tomense começou a ser repensado face à escalada do preço de bens importados essenciais, como o arroz e os combustíveis, para a população, devido ao enfraquecimento da moeda em relação às divisas internacionais.
O sucesso da alteração monetária, alertam os autores do estudo, está dependente do reforço da transparência, de disciplina fiscal e gestão prudente da dívida, reformas estruturais para facilitar o investimento privado e aumentar a flexibilidade laboral.
Cabo Verde, que tem em comum com São Tomé o facto de ser uma pequena economia insular e aberta, indexou o seu escudo ao euro em 1999, com o apoio de Portugal.
No início, esta alteração criou dificuldades económicas, mas é hoje vista como um instrumento importante de estabilidade financeira e crescimento económico de que Cabo Verde tem vindo a gozar, que permitiram queo país ascendesse à categoria de país de rendimento médio em 2008.
Na avaliação do economista e gestor Veríssimo Pinto, presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde, a fixação da paridade do escudo cabo-verdiano, primeiro, ao escudo português, e, depois ao euro, veio dar "grande credibilidade económica e financeira" ao arquipélago.
"Sempre que falamos com investidores, para investirem na Bolsa de Valores, por exemplo, a primeira questão que colocam é sobre o risco cambial, quanto recebem, em moeda nacional, os rendimentos que detêm em Cabo Verde", disse à Lusa.
Desde 2001, "o 'peg' foi apoiado por um exaustivo programa de reformas económicas, que diversificou a composição da economia cabo-verdiana e diminuiu a sua vulnerabilidade a choques externos, registando-se paralelamente uma redução da inflação e um aumento das receitas turísticas.
A indexação da dobra resulta de um Acordo de Cooperação Económica (ACE) entre Lisboa e São Tomé, assinado a 28 de Julho deste ano na capital são-tomense, depois de mais um ano de contactos entre os ministérios das finanças e bancos centrais.
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PIB de São Tomé e Príncipe cresceu entre os 4 e 5 por cento em 2009
São Tomé e Príncipe, 31 dezembro 2009 (Angola Press) - O governador do banco central de São Tomé e Príncipe revelou que o Produto Interno Bruto (PIB) são-tomense cresceu entre os 4 e 5 por cento em 2009.
Luís de Sousa considerou que os sectores de construção civil, comércio e comunicações, associados aos investimentos directos estrangeiros, influenciaram o crescimento económico do arquipélago, ainda considerado “insuficiente para garantir a qualidade e o bem-estar social” das populações.
O governador do banco central de São Tomé e Príncipe reconheceu, no entanto, que “a contribuição do sector agrícola para o crescimento económico nacional continua bastante fraca”.
Segundo Luís de Sousa, a inflação conheceu o seu ponto mais baixo dos últimos sete anos, situando-se actualmente entre os 15 e 16 por cento.
Para 2010, a autoridade bancária são-tomense prevê um crescimento económico entre 4 e 5 por cento, a redução da inflação anual em níveis que variam entre os 10 e 11 por cento e manter as reservas internacionais num mínimo de quatro meses de importação de bens e serviços.
“A convertibilidade de dobra, através de uma paridade fixa face ao euro, que entrará em vigor no dia 1 de Janeiro de 2010, é uma forma de conceder maior confiança, estabilidade e oportunidades à economia são-tomense”, assegurou o governador.( macauhub)
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