Lisboa, Portugal, 18 janeiro 2010 – O Instituto Internacional de Macau (IIM) assinalou o 10º aniversário da Região Administrativa Especial de Macau com a edição de um livro dedicado ao papel do território no fomento das relações económicas entre os países de língua portuguesa e a China.
“Macau e as Relações Económicas China/Países de Língua Portuguesa: 1999-2009 – Dez Anos de Crescimento” foi lançado em Lisboa no passado dia 14 de Janeiro, no Palácio da Independência, num evento que contou com a presença de Jorge Rangel, presidente do IIM, de Francisco Mantero, presidente da Comissão Executiva da ELO e secretário-geral do Conselho Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e ainda de um representante da Embaixada da China em Lisboa.
“A China assumiu-se como o primeiro parceiro comercial do Brasil e tornou-se o primeiro investidor mundial no conjunto dos oito Estados” lusófonos, sublinhou Mantero na sua intervenção.
O investimento, afirmou, tem vindo a aumentar, mas “há ainda muito para fazer no comércio”, com apoio de Macau e da nova Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
“O Conselho Empresarial da CPLP, ao ser transformado em Confederação Empresarial, tem agora maior capacidade de intervenção não só nos países de língua portuguesa mas a nível internacional”, afirmou Francisco Mantero.
“Macau tem um sistema tributário simples com carga fiscal reduzida, é uma zona aduaneira independente e pode desempenhar um papel de plataforma de negócios. Os investidores lusófonos podem aproveitar as vantagens para se instalarem na China, reforçando parcerias com empresas chinesas”, adiantou.
O Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa tem, segundo Francisco Mantero, dinamizado esse enquadramento, e pode também assumir um papel ainda maior na formação de técnicos dos países lusófonos.
“Macau é o ponto de ligação das relações da China não só em África mas também no Brasil. Tem um activo empresarial muito importante e tem a língua portuguesa, cujo valor económico foi promovido pelo Instituto Camões”.
Também o desenvolvimento da região do Delta do Rio das Pérolas foi apontado como central no futuro das relações económicas.
“Será uma das regiões mais dinâmicas na China daqui a uns anos. É um mercado consumidor muito bom”, explica Francisco Mantero.
Publicada no último trimestre de 2009, a obra “Macau e as Relações Económicas China/Países de Língua Portuguesa: 1999-2009 – Dez Anos de Crescimento” foi elaborada por uma equipa de jornalistas do grupo de media Macaulink associado à Delta Edições.
“A informação poderá ser aproveitada por empresários e será publicada em inglês e chinês”, disse Jorge Rangel.
“A publicação assinala a comemoração da primeira década da RAEM e o 10º aniversário do IIM, criado em 1999. Esperam-se novas iniciativas do Instituto nos próximos anos”, adiantou.
Jorge Rangel lembrou o objectivo de tornar Macau num centro educativo e defendeu a necessidade de que o modelo chinês seja “olhado” por países ocidentais como Portugal.
“Por um lado, temos a China com um dinamismo grande e, por outro, uma Europa envelhecida. O desenvolvimento dependerá de parcerias entre o Estado e entidades empresariais privadas. É preciso atrair investimento”.
“Enquanto que o Governo português quer ganhar o máximo de imposto na venda de um carro, por exemplo, Macau quer ganhar o mínimo, pois assim venderá mais”, explica. “Portugal não deve virar costas ao seu percurso original. Precisa de olhar para o modelo chinês para conseguir ter sucesso”.
As intervenções geraram debate sobre a exportabilidade do modelo chinês, levantada pelo economista Jorge Braga de Macedo.
Fernanda Ilhéu, ex-secretária geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa evocou a necessidade de investimento, “sem o qual não há negócio”.
O Instituto Internacional de Macau prepara o lançamento de uma edição do livro em inglês e chinês. (macauhub)
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