Luanda 31 dezembro 2009 (Angola Press) - A secretária da Organização Inter-Africana do Café, OIAC, Josefa Correia Sacko, anunciou hoje (quinta-feira), em Luanda, que em 2010 Angola vai participar num projecto sobre Produção de Café "Gourmet" (café especial) ao lado de países como a Tanzânia e o Uganda.
A ideia de produção deste tipo de café surgiu da Tanzânia e foi aprovada pelo Conselho da Organização Internacional do Café, OIC, em Setembro último, cujo objectivo é produzir-se um café especial, disse Josefa Sacko em entrevista à Angop, quando fazia o balanço da organização que dirige.
De acordo com a fonte, Angola vai igualmente albergar em 2010 um colóquio sobre a Cafeicultura Angolana onde será feita uma resenha sobre o Café Africano e suas Perspectivas.
"Devemos encorajar o país continuar a produzir devido a experiência adquirida e da boa qualidade de café que Angola possui, pois, assim iremos contribuir para a diversificação da economia e a redução da pobreza no meio rural" frisou.
Em relação à OIAC, a diplomata angolana referiu que uma das prioridades será a revitalização da cafeicultura africana começando por negociar o financiamento com os Bancos Africano de Desenvolvimento, BAD, Mundial, BM, e a União Europeia.
"Será necessário muito dinheiro porque cada país membro da organização tem os seus problemas especificos", afirmou.
De acordo com a fonte, constam também das prioridades, a dinamização do consumo doméstico do café que será implementada com a realização de palestras sobre as virtudes do grão e o reforço da cooperação sul-sul incentivando o melhor funcionamento dos mercados regionais.
Em 2010 o secretariado da OIAC prevê visitar 10 países membros ainda não escolhidos, ao mesmo tempo que vai efectuar também visitas oficiais de trabalho a Angola, Burundi, Nigéria, Ruanda, Malawi e República Centro Africana.
Segundo a fonte, o grupo africano está a preparar-se para participar, de forma activa, na 3ª Conferência Mundial do Café que se realiza em Março na Guatemala, para traçar estratégias de desenvolvimento cafeicultura mundial e preparar os 50 anos da organização que se comemora a sete de Dezembro.
Neste evento, disse, será também debatida a questão do enquadramento da juventude na agricultura devido ao envelhecimento dos agricultores bem como a participação da mulher nas actividades cafeícolas.
Por recomendação da Assembleia Geral, a OIAC vai incentivar a reabilitação dos centros de pesquisas de modo a que se tornem activos uma vez que a produtividade do grão passa por uma boa investigação.
Em relação ao ano que hoje termina a Josefa Sacko considerou-o de positivo, pois, os objectivos traçados foram atingidos apesar da produção africana ter baixado consideravelmente.
"Apenas o Uganda e a Etiópia aumentaram as suas produções", referiu.
"Um facto positivo foi o estudo da revitalização da cafeicultura africana, já podemos colocar os países por categoria de acordo com os problema específico que cada um apresenta" disse.
Também em 2010 o Instituto de Qualidade de Café americano organizou uma formação na área de prova de chávena do robusta que contou com a participação de todos os países produtores.
A OIAC participou igualmente na cimeira sobre o impacto do aquecimento global na cafeicultura africana, tendo concluído que, caso se registe um aumento de temperatura de dois graus centigrados na atmosfera, a produção de café poderá ser afectada. O deserto de Sahara vai aumentar e países como o Uganda, Libéria, Serra Leoa e Guiné Conacry serão afectados, seriamente.
O Uganda poderá perder 45 a 50 porcento da sua produção.
A diplomata angolana disse igualmente que a organização trabalhou no projecto de criação do Centro de Excelência para a conservação do material genético onde o Uganda e a Etiópia terão cada um centro.
Disse também que a Comunidade de Desenvolvimento de Africa do Oeste, CDAO, financiou cerca de USD 72 mil para a reabilitação da cafeicultura da Libéria e da Serra Leoa.
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