quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Mercosul, Brasil/Haverá um grande confronto entre Bolsonaro e o Papa com reflexos em toda América Latina


3 de setembro de 2019, 16:23 h, Brasil 247 (Brasil) https://www.brasil247.com/blog/havera-um-grande-confronto-entre-bolsonaro-e-o-papa-com-reflexos-em-toda-america-latina

Por Mauro Lopes
Editor do 247 e fundador do canal Paz e Bem

Outubro promete uma colisão de alto impacto entre o Papa Francisco e o governo Bolsonaro, com reflexos em toda a região, escreve o jornalisa Mauro Lopes. Em Roma, acontece a reunião final do Sínodo da Amazônia, acusado de subversivo por Bolsonaro; na Argentina, deve ser eleito o peronista Alberto Fernandéz, católico e amigo pessoal de Begloglio; na Bolívia, deve ser reeleito Evo Morales, também próximo do Papa; e, se Lula for solto, já disse que irá a Roma para articular uma frente global com Francisco em defesa dos pobres

Há um grande confronto político, espiritual e social em preparação, e ele terá grandes repercussões sobre o Brasil e a América Latina. De um lado estarão o Papa Francisco e a porção da Igreja Católica brasileira que lhe é fiel, provavelmente com protagonismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). De outro, Jair Bolsonaro e as hostes fundamentalistas cristãs que
conforma parte da base bolsonarista.

A confrontação acontecerá em outubro com repercussões ainda difíceis de dimensionar. Será em torno da Amazônia. Entre 6 e 27 de outubro acontecerá em Roma a reunião final o Sínodo sobre a Amazônia sob o título  “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral”. Estarão em Roma 250 bispos e cardeais de todo o planeta e mais assessores, especialistas, líderes dos povos originários da Amazônia. líderes de movimentos sociais amazônicos, de ONGs e de outras religiões.

O próprio título da reunião indica os caminhos opostos entre o Bolsonaro e Francisco: este fala em "ecologia integral"; aquele, em devastação total.

O Sínodo foi convocado pelo Papa em outubro de 2017 e desde então sua preparação tem sido liderada pela Repam - Rede Eclesial Pan-Amazônica . A entidade é presidida por um homem de confiança do papa, o cardeal brasileiro dom Cláudio Hummes.
A constituição da e organicidade da Repam é, em si, mesma, um contraponto à maneira como o bolsonarismo enxerga a Amazônia.

Para Bolsonaro e a cúpula militar brasileira, a floresta seria como que propriedade do governo e estaria disponível para ser entregue à exploração-destruição pelos Estados Unidos, sob a capa de um discurso nacionalista.

Para a Repam e o Papa, a floresta deve ser encarada como múltipla dimensão de países e povos indígenas e como patrimônio da humanidade. A rede articula organizações, movimentos, dioceses e articulações da Igreja Católica e outras de nada menos que oito países, além do Brasil: Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia, as Guiana Inglesa, Guiana Francesa, Suriname. Esta multinacionalidade é vista como uma afronta por Bolsonaro e seus militares e, por si, só torna o tema em algo que deixa de pertencer ao Brasil para se tornar numa agenda no minimo latino-americana.

Um encontro subversivo

A visão do Papa e de Bolsonaro sobre a Amazônia é antagônica, sem pontos de contato. O documento preparatório do Sínodo é visto como subversivo pelos militares no governo (e pelo catolicismo bolsonarista). Vale a pena ler o documento: aqui.

Logo na abertura, o documento indica quem são os interlocutores privilegiados do Sínodo, "os povos indígenas e todas as comunidades que vivem na Amazônia" que são qualificados "os primeiros interlocutores deste Sínodo". O texto detalha quem são os protagonistas desta interlocução: "habitantes de comunidades e zonas rurais, de cidades e grandes metrópoles, ribeirinhos, migrantes e deslocados e, especialmente, para e com os povos indígenas". Todos eles são alvo da aberta hostilidade do governo Bolsonaro.

Os em três subtítulos e linhas de ação do Sínodo soam como uma afronta para o governo braileiro, baseados no método  ver-discernir-agir que a Igreja latino-america construiu por meio da Teologia da Libertação: “A voz da Amazônia” (Ver), “Ecologia Integral: o clamor da terra e dos pobres” (Discernir) e “Igreja Profética na Amazônia: desafios e esperanças” (Agir).

 No capítulo sobre a dimensão social da presença da Igreja na região, a redação é de uma radicalidade ímpar: "Hoje, o grito da Amazônia ao Criador é semelhante ao grito do Povo de Deus no Egito (cf. Ex 3,7). É um grito desde a escravidão e o abandono, que clama por liberdade e pela escuta de Deus. É um grito que pede a presença de Deus, especialmente quando os povos amazônicos, ao defenderem suas terras, se confrontam com a criminalização de seu protesto, tanto por parte das autoridades como pela opinião pública; ou quando são testemunhas da destruição da fl oresta tropical, que constitui seu hábitat milenar; ou quando as águas de seus rios se enchem com espécies de morte em lugar de vida".

Bolsonaro afirmou abertamente no último sábado, que os trabalhos do Sínodo são monitorados-espionados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e que o encontro tem "uma agenda de esquerda" -- o que é uma condenação das mais taxativas para o bolsonarismo.  

Nesta segunda, o miitar que é o cérebro do atual governo, o general Villas Bôas, concedeu entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo na qual incorporou toda a linguagem do regime militar na relação com a Igreja Católica, com frases recheadas de ameaças. Praticamente decretou um veto à pauta da reunião, acusando-a de um "viés político" -como se o governo brasileiro pudesse delimitar a agenda do encontro. O general usou expressões que em tudo lembram o tempo da ditadura: "não vamos admitir", "há uma ação orquestrada", "não vamos admitir interferência em questões internas do nosso País".

O confronto é inevitável. Uma variável que pode tornar a ação da Igreja Católica mais contundente é o protagonismo da CNBB. Dominada pelos moderados e sob constante ameaça dos fundamentalistas católicos, a entidade esteve tomada pela paralisia mas, no caso do Sínodo, tem dado sinais de que sairá da letargia, alinhando-se ao Papa.

Alberto Fernández, Evo e Lula 

Outra linha de radicalização do confronto entre a Igreja e o bolsonarismo -- e a direita de toda a região e o governo dos Estados Unidos- é a desenvoltura com que o Papa passará a agir na região a partir de outubro. 

Com a mais que provável eleição do peronista Alberto Fernández à Presidência da Argentina, o Papa deverá reatar seus laços e visitar sua pátria. Desde a eleição do direitista Maurizio Macri em 2015, Bergoglio nunca cogitou visitar a Argentina, algo que deverá acontecer se confirmada a eleição de Fernández, católico, amigo pessoal de Francisco e de Lula.

A volta da esquerda ao poder na Argentina -a terra do Papa- e a provável vitória de Evo Morales na Bolívia também em outubro permitirá a Francisco uma desenvoltura na América Latina que não lhe era possível com a supremacia da direita e extrema-direita na região. Este será um fator a mais -e pode ser dramático- de acirramento do confronto do governo Bolsonaro com Roma.

Para completar: como informou Lula em sua entrevista ap 247, assim que sair da cadeia uma das iniciativas que pretende tomar é extamente visitar o Papa para articularem uma ação global em defesa dos pobres do planeta.

O confronto tem data: outubro. Sínodo, eventual libertação de Lula com o estabelecimento de uma frente entre ele e o Papa e as eleições na Argentina e Bolívia prometem irão colocar a Igreja Católica e o governo Bolsonaro em rota de colisão de alto impacto.


Bolsonaro está espionando o Papa?

03 09 2019, El Pais https://brasil.elpais.com/brasil/2019/09/03/opinion/1567512098_079706.html


O Sínodo da Amazônia vai manter a atenção sobre a floresta mesmo que as chamas se apaguem


A próxima briga de Jair Bolsonaro pode ser com o Papa. Acuado pela reação do mundo diante das imagens da floresta amazônica em chamas, o presidente e seus generais tentam convencer a população que a Europa quer tomar a Amazônia do Brasil. Apelam para o embolorado truque da “soberania nacional” para encobrir que os alertas de desmatamento aumentaram 278% em julho e os focos de incêndio triplicaram em agosto, comparados aos mesmos períodos de 2018. O problema é que, ainda que as chamas se apaguem, as câmeras continuarão apontadas para a floresta. Ao realizar o Sínodo da Amazônia, o Vaticano colocará o tema no centro das atenções globais durante o mês de outubro. Em carta divulgada em 30 de agosto, os bispos da região expressaram a tensão: “Lamentamos imensamente que hoje, em vez de serem apoiadas e incentivadas, nossas lideranças são criminalizadas como inimigos da Pátria”. No dia seguinte, Bolsonaro confirmou que a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) está monitorando o Sínodo, conforme divulgou o jornal O Estado de S. Paulo.

A Igreja Católica tem uma atuação forte na Amazônia. Padres e freiras compreenderam que viver segundo o evangelho significa respeitar a cultura dos povos da floresta e não convertê-los em outros como fizeram no passado. A maioria das lideranças dos movimentos sociais foram formadas nas pastorais da igreja. A missionária Dorothy Stang foi assassinada em 2005, em Anapu, a mando de um consórcio de grileiros, por defender o uso social e sustentável da terra por pequenos agricultores. Em 2018, seu sucessor, Padre Amaro Lopes, foi preso. É um exemplo de como a ação da Igreja Católica confronta os interesses daqueles que querem converter a floresta em boi, soja e minério.

Nos últimos anos, porém, os católicos vêm perdendo espaço. O número de evangélicos neopentecostais têm crescido de forma acelerada nas cidades da Amazônia e nas comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas. Mas ainda que a maioria dos evangélicos tenha dado seu voto a Bolsonaro, isso não significa apoio incondicional à sua política colonialista. Algumas das mais aguerridas lideranças surgidas nos últimos anos na luta pela floresta são evangélicas, o que impede uma leitura fácil de um fenômeno complexo.

A política de destruição de Bolsonaro tem conseguido a façanha de, ao mesmo tempo, afastar essa parcela emergente de lideranças evangélicas e devolver ao palco lideranças católicas que começavam a perder protagonismo, assim como garantir a renovação de ativistas ligados à Igreja. A Romaria da Floresta deste ano, promovida em julho pela Comissão Pastoral da Terra, revelou uma participação impressionante de jovens. A caminhada costuma terminar no local onde Dorothy Stang foi assassinada com seis tiros. A placa que marca o acontecimento, presa a uma árvore, está perfurada de balas. É neste contexto que o Sínodo da Amazônia será realizado. Se o colapso climático garantia as atenções do mundo para o Vaticano, a floresta em chamas multiplicou a potência.

Em fevereiro, o Sínodo já era tratado pelo Governo como ameaça à “segurança nacional”. Hoje, a paranoia se instaurou. Já que desta vez Bolsonaro não pode usar sua aversão por mulheres como munição, como fez com Emmanuel Macron ao atacar sua esposa Brigitte, resta saber onde o ultradireitista vai mirar para dar um golpe baixo no Papa Francisco.

Mais informações



Mercosul, Brasil/Cardeal Hummes: “A Igreja tem uma consciência clara de que cuidar da casa comum faz parte de nossa fé”

29 de agosto de 2019, Comunidades Eclesiais de Base--CEBs do Brasil (Brasil) http://cebsdobrasil.com.br/2019/08/29/cardeal-hummes-a-igreja-tem-uma-consciencia-clara-de-que-cuidar-da-casa-comum-faz-parte-de-nossa-fe/

by Leoni Alves Garcia

Um dos desafios da Igreja é mostrar a vida da Igreja na Amazônia.

O encontro dos bispos da Amazônia brasileira está servindo para divulgar como está avançando o processo sinodal. O encontro ocorre em um lugar de particular importância nesse processo, como destacou o arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, que lembrou que foi naquele mesmo local onde, após uma reunião de bispos da Amazônia brasileira, em 2016, foi escrita uma carta ao Papa Francisco pedindo que fossem abordadas algumas questões sobre a Igreja na região, que desencadeou na convocatória do Sínodo para a Amazônia em outubro de 2017.

Em entrevista coletiva, o arcebispo local, juntamente com o cardeal Claudio Hummes, presidente da Rede Eclesial da Amazônia – REPAM, e relator do Sínodo para a Amazônia, juntamente com dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da Conferência dos Bispos do Brasil – CNBB, responderam a questões relacionadas ao Sínodo e à vida da Igreja Católica na Amazônia.

A motivação para o Sínodo é “dentro do contexto da severa crise climática e ecológica pela qual nosso planeta está passando atualmente, de acordo com o grande consenso dos cientistas”, o que nos leva a dizer que o planeta está ameaçado e pode atingir uma situação fatal, como o cardeal Hummes reconheceu, algo que aparece na encíclica Laudato Sí, onde o Papa Francisco se pergunta sobre o futuro das gerações mais jovens, que não podem ser forçadas a não ter futuro. Nesse contexto, a Amazônia é apresentada como um espaço fundamental para a saúde e sustentabilidade do Planeta, o que demonstra a importância da Amazônia, que contém uma grande biodiversidade.

Essa situação exige “um grande esforço por parte da comunidade internacional, dos responsáveis pelos destinos”, segundo o presidente da REPAM, embora “haja pessoas que discordam de tudo isso”. Por isso, a convocação do Sínodo é um apelo à Igreja da Amazônia para acender as luzes, promover o diálogo, caminhar juntos, assumir responsabilidades, respeitar as diferenças, insiste o cardeal brasileiro, que insiste que “hoje a Igreja tem consciência clara de que cuidar da casa comum é parte de nossa fé, é uma consequência de nossa fé”, algo que o Papa insistiu em Puerto Maldonado, apontando que a Amazônia e os povos originários provavelmente nunca estiveram tão ameaçados quanto agora.

O compreensão, acompanhamento e apoio de toda a Igreja do Brasil ao Sínodo para a Amazônia é algo fundamental, que exige comunhão, harmonia e oração, reconheceu Dom Walmor Oliveira de Azevedo, atitude em que ele gostaria que toda a sociedade civil participasse, incluindo agências governamentais. O arcebispo de Belo Horizonte vê a convocação do Sínodo como um dom, um grande presente, uma oportunidade para todos, algo que deve ser trabalhado para superar as incompreensões. Conhecer e escutar a Amazônia nos dá lições muito importantes para todo o Brasil e para o mundo, insistiu o arcebispo de Belo Horizonte.

Ao falar dos novos caminhos para a Igreja, o Presidente da CNBB insistiu que eles devem ser concretizados na evangelização, porque “a Igreja existe para evangelizar”, algo que “nos compromete com a vida, sua defesa e promoção”, para “trabalhar para aqueles que vivem na pobreza, que são injustificados”, algo que pode ser aplicado ao campo da ecologia integral e à necessidade de cuidar da casa comum.

Diante de certas controvérsias em torno do Sínodo, o Cardeal Hummes e o Presidente da CNBB deixaram claro que tudo o que a Igreja promove está dentro da soberania nacional, que a Igreja promove e defende, sem que isso seja um impedimento para a comunidade internacional ajudar cada país a cuidar de sua Amazônia como um modo de vida para o bem de toda a humanidade. De fato, o Presidente do REPAM insiste que a Igreja faz parte de cada país, não é algo isolado e deve ajudar cada país a cuidar da Amazônia.

O Sínodo é algo que envolve a todos, insistiu o Cardeal Hummes, algo que se manifestou desde o processo de escuta, com um grande número de participantes e que deu origem ao Instrumento de Trabalho, e que deve permanecer durante a assembleia sinodal e posteriormente, porque deve haver um trabalho conjunto com o povo para construir historicamente os novos caminhos que o Sínodo da Amazônia pretende. O fato de este Sínodo ser realizado em Roma vai ajudar a irradiar, de acordo com Dom Walmor, e coletar contribuições de todo o mundo, embora a maioria dos participantes seja da Pan-Amazônia.

Quando questionado pelos jornalistas, o cardeal Hummes reconheceu a resistência à celebração do Sínodo pela Amazônia, incluindo “a existência de grupos organizados que se opõem à celebração deste sínodo, mas a grande maioria está muito feliz”. Nesse sentido, os incêndios das últimas semanas e suas consequências concentraram na Amazônia os olhares do mundo. Referindo-se a Laudato Si, foi enfatizada a pressão da sociedade civil sobre os governos para reverter a crise climática. Nesse sentido, a Igreja sempre esteve aberta ao diálogo com o governo brasileiro para esclarecer os mal-entendidos sobre o que poderia acontecer em relação ao Sínodo. Nessa perspectiva, dom Taveira, disse que a força da “Igreja é a autoridade moral, não temos exércitos, não temos poder econômico para pressionar, mas temos as razões de nossa própria fé que queremos oferecer”.

Dadas as pressões de certos grupos conservadores dentro da Igreja, o Presidente da CNBB fez um chamado à comunhão como um instrumento que ajuda a superar as diferenças. Os novos caminhos que o Sínodo busca nunca irão contra o fundamento da Igreja, que é Jesus Cristo, alicerce desde onde a Igreja dialoga e continua buscando novas respostas, porque o fundamento é imutável, mas está sempre se renovando. Não faz sentido que nenhum grupo da Igreja ataque o Sínodo ou qualquer outra perspectiva, pois a fidelidade é sempre garantida.

Um dos desafios da Igreja é mostrar a vida da Igreja na Amazônia, algo que os bispos da Amazônia devem realizar no Sínodo, como reconheceu o cardeal Hummes, mostrando sua realidade, história e tudo que de positivo já foi realizado, assim como os sonhos, aspirações, gritos, clamores e sofrimentos de suas comunidades. Nesse sentido, o presidente da CNBB reconheceu que a Igreja Católica precisa trabalhar uma comunicação mais estratégica, não para fazer propaganda, mas para reconhecer experiências de vida, de compromisso, de presença evangelizadora que muitas vezes não são conhecidas nem dentro da própria Igreja. É importante, nesse sentido, insistia o arcebispo de Belo Horizonte, uma comunicação não apenas informativa, mas também formativa, mostrando as opções e trabalhos da própria Igreja.

Ao falar sobre as mulheres, que o Instrumento de Trabalho insiste na necessidade de maior reconhecimento, o presidente do episcopado brasileiro afirmou a necessidade de uma Igreja baseada na ministerialidade, dando cada vez mais força às mulheres, o que já realizam esse trabalho, dando uma força efetiva. O cardeal Hummes lembrou que o processo de escuta chamou a atenção para a necessidade de reconhecer expressamente o trabalho que já está sendo realizado pelas mulheres, que têm um grande papel em muitas comunidades onde os padres não chegam. De fato, na Amazônia, a grande maioria das comunidades é dirigida por mulheres, enfatizou o cardeal. Portanto, é preciso descobrir como reconhecer isso e oferecer uma institucionalização mais clara, que forneça uma base para as mulheres que lideram essas comunidades, especialmente nas comunidades do interior e nas periferias das cidades.

Por Luis Miguel Modino

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