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de setembro de 2019, 16:23 h, Brasil 247 (Brasil)
https://www.brasil247.com/blog/havera-um-grande-confronto-entre-bolsonaro-e-o-papa-com-reflexos-em-toda-america-latina
Por Mauro Lopes
Editor do 247 e
fundador do canal Paz
e Bem
Outubro promete uma colisão de alto impacto
entre o Papa Francisco e o governo Bolsonaro, com reflexos em toda a região,
escreve o jornalisa Mauro Lopes. Em Roma, acontece a reunião final do Sínodo da
Amazônia, acusado de subversivo por Bolsonaro; na Argentina, deve ser eleito o
peronista Alberto Fernandéz, católico e amigo pessoal de Begloglio; na Bolívia,
deve ser reeleito Evo Morales, também próximo do Papa; e, se Lula for solto, já
disse que irá a Roma para articular uma frente global com Francisco em defesa
dos pobres
Há um
grande confronto político, espiritual e social em preparação, e ele terá
grandes repercussões sobre o Brasil e a América Latina. De um lado estarão o
Papa Francisco e a porção da Igreja Católica brasileira que lhe é fiel,
provavelmente com protagonismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB). De outro, Jair Bolsonaro e as hostes fundamentalistas cristãs que
conforma parte da base bolsonarista.
A
confrontação acontecerá em outubro com repercussões ainda difíceis de
dimensionar. Será em torno da Amazônia. Entre 6 e 27 de outubro acontecerá em
Roma a reunião final o Sínodo sobre a Amazônia sob o título “Amazônia:
novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral”. Estarão em Roma 250
bispos e cardeais de todo o planeta e mais assessores, especialistas, líderes
dos povos originários da Amazônia. líderes de movimentos sociais amazônicos, de
ONGs e de outras religiões.
O próprio
título da reunião indica os caminhos opostos entre o Bolsonaro e Francisco:
este fala em "ecologia integral"; aquele, em devastação total.
O Sínodo
foi convocado pelo Papa em outubro de 2017 e desde então sua preparação tem
sido liderada pela Repam - Rede Eclesial
Pan-Amazônica . A entidade é presidida por um homem de confiança do papa, o
cardeal brasileiro dom Cláudio Hummes.
A
constituição da e organicidade da Repam é, em si, mesma, um contraponto à
maneira como o bolsonarismo enxerga a Amazônia.
Para
Bolsonaro e a cúpula militar brasileira, a floresta seria como que propriedade
do governo e estaria disponível para ser entregue à exploração-destruição pelos
Estados Unidos, sob a capa de um discurso nacionalista.
Para a
Repam e o Papa, a floresta deve ser encarada como múltipla dimensão de países e
povos indígenas e como patrimônio da humanidade. A rede articula organizações,
movimentos, dioceses e articulações da Igreja Católica e outras de nada menos
que oito países, além do Brasil: Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia,
as Guiana Inglesa, Guiana Francesa, Suriname. Esta multinacionalidade é vista
como uma afronta por Bolsonaro e seus militares e, por si, só torna o tema em
algo que deixa de pertencer ao Brasil para se tornar numa agenda no minimo
latino-americana.
Um encontro subversivo
A visão
do Papa e de Bolsonaro sobre a Amazônia é antagônica, sem pontos de contato. O
documento preparatório do Sínodo é visto como subversivo pelos militares no
governo (e pelo catolicismo bolsonarista). Vale a pena ler o documento: aqui.
Logo na
abertura, o documento indica quem são os interlocutores privilegiados do
Sínodo, "os povos indígenas e todas as comunidades que vivem na
Amazônia" que são qualificados "os primeiros interlocutores deste
Sínodo". O texto detalha quem são os protagonistas desta interlocução:
"habitantes de comunidades e zonas rurais, de cidades e grandes
metrópoles, ribeirinhos, migrantes e deslocados e, especialmente, para e com os
povos indígenas". Todos eles são alvo da aberta hostilidade do governo
Bolsonaro.
Os em
três subtítulos e linhas de ação do Sínodo soam como uma afronta para o governo
braileiro, baseados no método ver-discernir-agir que a Igreja
latino-america construiu por meio da Teologia da Libertação: “A voz da
Amazônia” (Ver), “Ecologia Integral: o clamor da terra e dos pobres” (Discernir)
e “Igreja Profética na Amazônia: desafios e esperanças” (Agir).
No
capítulo sobre a dimensão social da presença da Igreja na região, a redação é
de uma radicalidade ímpar: "Hoje, o grito da Amazônia ao Criador é
semelhante ao grito do Povo de Deus no Egito (cf. Ex 3,7). É um grito desde a
escravidão e o abandono, que clama por liberdade e pela escuta de Deus. É um
grito que pede a presença de Deus, especialmente quando os povos amazônicos, ao
defenderem suas terras, se confrontam com a criminalização de seu protesto,
tanto por parte das autoridades como pela opinião pública; ou quando são
testemunhas da destruição da fl oresta tropical, que constitui seu hábitat
milenar; ou quando as águas de seus rios se enchem com espécies de morte em
lugar de vida".
Bolsonaro
afirmou
abertamente no último sábado, que os trabalhos do Sínodo são
monitorados-espionados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e que o
encontro tem "uma agenda de esquerda" -- o que é uma condenação das
mais taxativas para o bolsonarismo.
Nesta
segunda, o miitar que é o cérebro do atual governo, o general Villas Bôas,
concedeu entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo na qual incorporou toda a
linguagem do regime militar na relação com a Igreja Católica, com frases
recheadas de ameaças. Praticamente decretou um veto à pauta da reunião,
acusando-a de um "viés político" -como se o governo brasileiro
pudesse delimitar a agenda do encontro. O general usou expressões que em tudo
lembram o tempo da ditadura: "não vamos admitir", "há uma ação
orquestrada", "não vamos admitir interferência em questões internas
do nosso País".
O
confronto é inevitável. Uma variável que pode tornar a ação da Igreja Católica
mais contundente é o protagonismo da CNBB. Dominada pelos moderados e sob
constante ameaça dos fundamentalistas católicos, a entidade esteve tomada pela
paralisia mas, no caso do Sínodo, tem dado sinais de que sairá da letargia,
alinhando-se ao Papa.
Alberto Fernández, Evo e Lula
Outra
linha de radicalização do confronto entre a Igreja e o bolsonarismo -- e a
direita de toda a região e o governo dos Estados Unidos- é a desenvoltura com
que o Papa passará a agir na região a partir de outubro.
Com a
mais que provável eleição do peronista Alberto Fernández à Presidência da
Argentina, o Papa deverá reatar seus laços e visitar sua pátria. Desde a
eleição do direitista Maurizio Macri em 2015, Bergoglio nunca cogitou visitar a
Argentina, algo que deverá acontecer se confirmada a eleição de Fernández,
católico, amigo pessoal de Francisco e de Lula.
A volta
da esquerda ao poder na Argentina -a terra do Papa- e a provável vitória de Evo
Morales na Bolívia também em outubro permitirá a Francisco uma desenvoltura na
América Latina que não lhe era possível com a supremacia da direita e
extrema-direita na região. Este será um fator a mais -e pode ser dramático- de
acirramento do confronto do governo Bolsonaro com Roma.
Para
completar: como informou Lula em sua entrevista ap 247, assim que sair da
cadeia uma das iniciativas que pretende tomar é extamente visitar o Papa para
articularem uma ação global em defesa dos pobres do planeta.
O
confronto tem data: outubro. Sínodo, eventual libertação de Lula com o
estabelecimento de uma frente entre ele e o Papa e as eleições na Argentina e
Bolívia prometem irão colocar a Igreja Católica e o governo Bolsonaro em rota
de colisão de alto impacto.
Bolsonaro está espionando o Papa?
03 09 2019, El Pais https://brasil.elpais.com/brasil/2019/09/03/opinion/1567512098_079706.html
O Sínodo da Amazônia vai manter a atenção sobre a floresta mesmo que as chamas se apaguem
A
próxima briga de Jair Bolsonaro pode ser com o Papa. Acuado pela reação do mundo diante das imagens da floresta amazônica em chamas, o presidente e seus generais
tentam convencer a população que a Europa quer tomar a Amazônia do Brasil.
Apelam para o embolorado truque da “soberania nacional” para encobrir que os
alertas de desmatamento aumentaram 278% em julho e os focos de
incêndio triplicaram em agosto, comparados aos mesmos períodos de 2018. O
problema é que, ainda que as chamas se apaguem, as câmeras continuarão
apontadas para a floresta. Ao realizar o Sínodo da Amazônia, o Vaticano
colocará o tema no centro das atenções globais durante o mês de outubro. Em
carta divulgada em 30 de agosto, os bispos da região expressaram a tensão:
“Lamentamos imensamente que hoje, em vez de serem apoiadas e incentivadas,
nossas lideranças são criminalizadas como inimigos da Pátria”. No dia seguinte,
Bolsonaro confirmou que a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) está
monitorando o Sínodo, conforme divulgou o jornal O Estado de S. Paulo.
A
Igreja Católica tem uma atuação forte na Amazônia. Padres e freiras
compreenderam que viver segundo o evangelho significa respeitar a cultura dos
povos da floresta e não convertê-los em outros como fizeram no passado. A
maioria das lideranças dos movimentos sociais foram formadas nas pastorais da
igreja. A missionária Dorothy Stang foi assassinada em 2005, em Anapu, a mando de
um consórcio de grileiros, por defender o uso social e sustentável da terra por
pequenos agricultores. Em 2018, seu sucessor, Padre Amaro Lopes, foi preso. É
um exemplo de como a ação da Igreja Católica confronta os interesses daqueles
que querem converter a floresta em boi, soja e minério.
Nos
últimos anos, porém, os católicos vêm perdendo espaço. O número de evangélicos
neopentecostais têm crescido de forma acelerada nas cidades da Amazônia e nas
comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas. Mas ainda que a maioria dos evangélicos tenha dado seu voto a Bolsonaro, isso
não significa apoio incondicional à sua política colonialista. Algumas das mais
aguerridas lideranças surgidas nos últimos anos na luta pela floresta são
evangélicas, o que impede uma leitura fácil de um fenômeno complexo.
A
política de destruição de Bolsonaro tem conseguido a façanha de, ao mesmo
tempo, afastar essa parcela emergente de lideranças evangélicas e devolver ao
palco lideranças católicas que começavam a perder protagonismo, assim como
garantir a renovação de ativistas ligados à Igreja. A Romaria da Floresta deste
ano, promovida em julho pela Comissão Pastoral da Terra, revelou uma
participação impressionante de jovens. A caminhada costuma terminar no local
onde Dorothy Stang foi assassinada com seis tiros. A placa que marca o
acontecimento, presa a uma árvore, está perfurada de balas. É neste contexto
que o Sínodo da Amazônia será realizado. Se o colapso climático garantia as
atenções do mundo para o Vaticano, a floresta em chamas multiplicou a potência.
Em
fevereiro, o Sínodo já era tratado pelo Governo como ameaça à “segurança
nacional”. Hoje, a paranoia se instaurou. Já que desta vez Bolsonaro não pode
usar sua aversão por mulheres como munição, como fez com Emmanuel Macron ao atacar sua esposa Brigitte, resta saber
onde o ultradireitista vai mirar para dar um golpe baixo no Papa Francisco.
Mais informações
Mercosul, Brasil/Cardeal Hummes: “A Igreja tem uma consciência clara de que cuidar da casa comum faz parte de nossa fé”
29
de agosto de 2019, Comunidades Eclesiais de Base--CEBs do Brasil (Brasil)
http://cebsdobrasil.com.br/2019/08/29/cardeal-hummes-a-igreja-tem-uma-consciencia-clara-de-que-cuidar-da-casa-comum-faz-parte-de-nossa-fe/
by
Um dos desafios da Igreja é mostrar a vida da Igreja na Amazônia.
O
encontro dos bispos da Amazônia brasileira está servindo para divulgar como
está avançando o processo sinodal. O encontro ocorre em um lugar de particular
importância nesse processo, como destacou o arcebispo de Belém, Dom Alberto
Taveira, que lembrou que foi naquele mesmo local onde, após uma reunião de
bispos da Amazônia brasileira, em 2016, foi escrita uma carta ao Papa Francisco
pedindo que fossem abordadas algumas questões sobre a Igreja na região, que
desencadeou na convocatória do Sínodo para a Amazônia em outubro de 2017.
Em
entrevista coletiva, o arcebispo local, juntamente com o cardeal Claudio
Hummes, presidente da Rede Eclesial da Amazônia – REPAM, e relator do Sínodo
para a Amazônia, juntamente com dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da
Conferência dos Bispos do Brasil – CNBB, responderam a questões relacionadas ao
Sínodo e à vida da Igreja Católica na Amazônia.
A
motivação para o Sínodo é “dentro do contexto da severa crise climática e
ecológica pela qual nosso planeta está passando atualmente, de acordo com o
grande consenso dos cientistas”, o que nos leva a dizer que o planeta está
ameaçado e pode atingir uma situação fatal, como o cardeal Hummes reconheceu,
algo que aparece na encíclica Laudato Sí, onde o Papa Francisco se pergunta
sobre o futuro das gerações mais jovens, que não podem ser forçadas a não ter
futuro. Nesse contexto, a Amazônia é apresentada como um espaço fundamental
para a saúde e sustentabilidade do Planeta, o que demonstra a importância da
Amazônia, que contém uma grande biodiversidade.
Essa
situação exige “um grande esforço por parte da comunidade internacional, dos
responsáveis pelos destinos”, segundo o presidente da REPAM, embora “haja
pessoas que discordam de tudo isso”. Por isso, a convocação do Sínodo é um
apelo à Igreja da Amazônia para acender as luzes, promover o diálogo, caminhar
juntos, assumir responsabilidades, respeitar as diferenças, insiste o cardeal
brasileiro, que insiste que “hoje a Igreja tem consciência clara de que cuidar
da casa comum é parte de nossa fé, é uma consequência de nossa fé”, algo que o
Papa insistiu em Puerto Maldonado, apontando que a Amazônia e os povos
originários provavelmente nunca estiveram tão ameaçados quanto agora.
O
compreensão, acompanhamento e apoio de toda a Igreja do Brasil ao Sínodo para a
Amazônia é algo fundamental, que exige comunhão, harmonia e oração, reconheceu
Dom Walmor Oliveira de Azevedo, atitude em que ele gostaria que toda a
sociedade civil participasse, incluindo agências governamentais. O arcebispo de
Belo Horizonte vê a convocação do Sínodo como um dom, um grande presente, uma
oportunidade para todos, algo que deve ser trabalhado para superar as
incompreensões. Conhecer e escutar a Amazônia nos dá lições muito importantes
para todo o Brasil e para o mundo, insistiu o arcebispo de Belo Horizonte.
Ao falar
dos novos caminhos para a Igreja, o Presidente da CNBB insistiu que eles devem
ser concretizados na evangelização, porque “a Igreja existe para evangelizar”,
algo que “nos compromete com a vida, sua defesa e promoção”, para “trabalhar
para aqueles que vivem na pobreza, que são injustificados”, algo que pode ser
aplicado ao campo da ecologia integral e à necessidade de cuidar da casa comum.
Diante de
certas controvérsias em torno do Sínodo, o Cardeal Hummes e o Presidente da
CNBB deixaram claro que tudo o que a Igreja promove está dentro da soberania
nacional, que a Igreja promove e defende, sem que isso seja um impedimento para
a comunidade internacional ajudar cada país a cuidar de sua Amazônia como um
modo de vida para o bem de toda a humanidade. De fato, o Presidente do REPAM
insiste que a Igreja faz parte de cada país, não é algo isolado e deve ajudar
cada país a cuidar da Amazônia.
O Sínodo
é algo que envolve a todos, insistiu o Cardeal Hummes, algo que se manifestou
desde o processo de escuta, com um grande número de participantes e que deu
origem ao Instrumento de Trabalho, e que deve permanecer durante a assembleia
sinodal e posteriormente, porque deve haver um trabalho conjunto com o povo
para construir historicamente os novos caminhos que o Sínodo da Amazônia
pretende. O fato de este Sínodo ser realizado em Roma vai ajudar a irradiar, de
acordo com Dom Walmor, e coletar contribuições de todo o mundo, embora a
maioria dos participantes seja da Pan-Amazônia.
Quando
questionado pelos jornalistas, o cardeal Hummes reconheceu a resistência à
celebração do Sínodo pela Amazônia, incluindo “a existência de grupos
organizados que se opõem à celebração deste sínodo, mas a grande maioria está
muito feliz”. Nesse sentido, os incêndios das últimas semanas e suas
consequências concentraram na Amazônia os olhares do mundo. Referindo-se a
Laudato Si, foi enfatizada a pressão da sociedade civil sobre os governos para
reverter a crise climática. Nesse sentido, a Igreja sempre esteve aberta ao
diálogo com o governo brasileiro para esclarecer os mal-entendidos sobre o que
poderia acontecer em relação ao Sínodo. Nessa perspectiva, dom Taveira, disse
que a força da “Igreja é a autoridade moral, não temos exércitos, não temos
poder econômico para pressionar, mas temos as razões de nossa própria fé que
queremos oferecer”.
Dadas as
pressões de certos grupos conservadores dentro da Igreja, o Presidente da CNBB
fez um chamado à comunhão como um instrumento que ajuda a superar as
diferenças. Os novos caminhos que o Sínodo busca nunca irão contra o fundamento
da Igreja, que é Jesus Cristo, alicerce desde onde a Igreja dialoga e continua
buscando novas respostas, porque o fundamento é imutável, mas está sempre se
renovando. Não faz sentido que nenhum grupo da Igreja ataque o Sínodo ou
qualquer outra perspectiva, pois a fidelidade é sempre garantida.
Um dos desafios da Igreja é mostrar
a vida da Igreja na Amazônia, algo que os bispos da Amazônia devem realizar no
Sínodo, como reconheceu o cardeal Hummes, mostrando sua realidade, história e
tudo que de positivo já foi realizado, assim como os sonhos, aspirações,
gritos, clamores e sofrimentos de suas comunidades. Nesse sentido, o presidente
da CNBB reconheceu que a Igreja Católica precisa trabalhar uma comunicação mais
estratégica, não para fazer propaganda, mas para reconhecer experiências de
vida, de compromisso, de presença evangelizadora que muitas vezes não são
conhecidas nem dentro da própria Igreja. É importante, nesse sentido, insistia
o arcebispo de Belo Horizonte, uma comunicação não apenas informativa, mas também
formativa, mostrando as opções e trabalhos da própria Igreja.
Ao falar
sobre as mulheres, que o Instrumento de Trabalho insiste na necessidade de
maior reconhecimento, o presidente do episcopado brasileiro afirmou a
necessidade de uma Igreja baseada na ministerialidade, dando cada vez mais
força às mulheres, o que já realizam esse trabalho, dando uma força efetiva. O
cardeal Hummes lembrou que o processo de escuta chamou a atenção para a
necessidade de reconhecer expressamente o trabalho que já está sendo realizado
pelas mulheres, que têm um grande papel em muitas comunidades onde os padres
não chegam. De fato, na Amazônia, a grande maioria das comunidades é dirigida
por mulheres, enfatizou o cardeal. Portanto, é preciso descobrir como
reconhecer isso e oferecer uma institucionalização mais clara, que forneça uma
base para as mulheres que lideram essas comunidades, especialmente nas
comunidades do interior e nas periferias das cidades.
Por Luis Miguel Modino
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