11/09/2019,
Tlaxcala (México) http://www.tlaxcala-int.org/article.asp?reference=10552
Tlaxcala,
a rede internacional de tradutores pela diversidade linguística
Salvador
Allende (1908-1973) سلفادور أليندي Σαλβαδόρ Αλιέντε Сальвадор Альенде سالوادورآلنده
Santiago
do Chile, 11 de setembro de 1973, 9:10 da manhã em Radio Magallanes
Meus amigos:
Seguramente, esta será a última oportunidade em que poderei dirigir-me a
vocês. A Força Aérea bombardeou as antenas da Radio Portales e da Radio
Corporación. Minhas palavras não têm amargura, mas sim decepção. Que sejam elas
um castigo moral para aqueles que traíram seu juramento: soldados do Chile,
comandantes-em-chefe titulares, o almirante Merino, que se autodesignou
comandante da Armada, e o senhor Mendoza, general rasteiro... que ainda ontem
manifestara sua fidelidade e lealdade ao Governo, e que também se autodenominou
diretor geral dos Carabineros.
Diante desses fatos só me cabe dizer aos trabalhadores: não vou
renunciar! Situado em uma transição histórica, pagarei com minha vida a
lealdade do povo. E lhes digo que tenho a certeza de que a semente que
entregamos à consciência digna de milhares e milhares de chilenos, não poderá
ser ceifada definitivamente. [Eles] têm a força, poderão nos avassalar, mas não
se detém os processos sociais...
nem com o crime... nem com a força. A história
é nossa e a fazem os povos.
Trabalhadores de minha pátria: quero agradecer-lhes a lealdade que
sempre tiveram, a confiança que depositaram em um homem que foi apenas
intérprete de grandes anseios de justiça, que empenhou sua palavra em que
respeitaria a Constituição e a lei, e assim o fez.
Neste momento, definitivo, o último em que poderei dirigir-me a vocês,
quero que aproveitem a lição. O capital estrangeiro, o imperialismo, unido à
Reação, criou o clima para que as Forças Armadas rompessem sua tradição, aquela
que lhes ensinara o general Schneider e que reafirmara o comandante Araya,
vítimas do mesmo setor social que hoje estará em casa, esperando, com mão
alheia, reconquistar o poder, para seguir defendendo seus lucros e privilégios.
Dirijo-me, sobretudo, à mulher simples de nossa terra; à camponesa que
acreditou em nós; à operária que trabalhou mais; à mãe que soube de nossa
preocupação com as crianças. Dirijo-me aos profissionais da pátria, aos
profissionais patriotas, àqueles que dias atrás estavam trabalhando contra a
insubordinação patrocinada pelas associações profissionais, associações
classistas que também defendem as vantagens que uma sociedade capitalista dá a
uns poucos. Dirijo-me à juventude, àqueles que cantaram, que deram sua alegria
e seu espírito de luta.
Dirijo-me ao homem do Chile, ao operário, ao camponês, ao intelectual,
àqueles que serão perseguidos... porque em nosso país o fascismo já estava há
tempos presente nos atentados terroristas, explodindo as pontes, cortando as
vias férreas, destruindo os oleodutos e os gasodutos, frente ao silêncio
daqueles que tinham a obrigação de agir. Estavam comprometidos. A História os
julgará.
Seguramente a Radio Magallanes será calada e o metal tranquilo de minha
voz não chegará mais a vocês. Não importa. Continuarão a ouvi-la. Sempre
estarei junto a vocês. Pelo menos, minha lembrança será a de um homem digno que
foi leal à lealdade dos trabalhadores. O povo deve defender-se, mas não
sacrificar-se. O povo não deve se deixar arrasar nem crivar-se de balas, mas
tampouco pode humilhar-se.
Trabalhadores de minha pátria, tenho fé no Chile e seu destino. Outros
homens superarão este momento cinzento e amargo em que a traição pretende
impor-se. Saibam vocês que, muito antes do que se imagina, de novo se abrirão
as grandes alamedas por onde passará o homem livre, para construir uma
sociedade melhor.
Viva o Chile! Viva o povo! Viva os trabalhadores!
Estas são minhas últimas palavras e tenho a certeza de que meu
sacrifício não será em vão. Tenho a certeza de que, pelo menos, será uma lição
moral que castigará a perfídia, a covardia e a traição.
Pablo
Milanés
Yo pisaré las calles nuevamente (1974)
interpretado por su autor, el cantautor cubano, y en una versión del grupo punk chileno Los Miserables
Yo pisaré las calles nuevamente (1974)
interpretado por su autor, el cantautor cubano, y en una versión del grupo punk chileno Los Miserables
Yo pisaré las calles nuevamente
de lo que fue Santiago ensangrentada
y en una hermosa plaza liberada
me detendré a llorar por los ausentes.
Yo vendré del desierto calcinante
y saldré de los bosques y los lagos
y evocaré en un cerro de Santiago
a mis hermanos que murieron antes.
Yo unido al que hizo mucho y poco
al que quiere la patria liberada
dispararé de las primeras balas
más temprano que tarde sin reposo
retornarán los libros las canciones
que quemaron las manos asesinas
renacerá mi pueblo de su ruina
y pagarán su culpa los traidores.
Un niño jugará en una alameda
y cantará con sus amigos nuevos
y ese canto será el canto del suelo
a una vida segada en La Moneda.
Yo pisaré las calles nuevamente
de lo que fue Santiago ensangrentada
y en una hermosa plaza liberada
me detendré a llorar por los ausentes.
de lo que fue Santiago ensangrentada
y en una hermosa plaza liberada
me detendré a llorar por los ausentes.
Yo vendré del desierto calcinante
y saldré de los bosques y los lagos
y evocaré en un cerro de Santiago
a mis hermanos que murieron antes.
Yo unido al que hizo mucho y poco
al que quiere la patria liberada
dispararé de las primeras balas
más temprano que tarde sin reposo
retornarán los libros las canciones
que quemaron las manos asesinas
renacerá mi pueblo de su ruina
y pagarán su culpa los traidores.
Un niño jugará en una alameda
y cantará con sus amigos nuevos
y ese canto será el canto del suelo
a una vida segada en La Moneda.
Yo pisaré las calles nuevamente
de lo que fue Santiago ensangrentada
y en una hermosa plaza liberada
me detendré a llorar por los ausentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário