quarta-feira, 6 de julho de 2016

Moçambique/Governo reestrutura empresas públicas




O Primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário afirmou na semana passada, Assembleia da República, que o governo decidiu proceder à reestruturação das empresas públicas e participadas pelo Estado, incluindo a reforma da própria legislação aplicável, de modo a torná-las mais rentáveis e menos dependentes do Orçamento do Estado, bem como melhorar a transparência na sua gestão.

Carlos Agostinho do Rosário disse que a medida enquadra-se nos esforços do governo visa garantir transparência na
gestão das finanças públicas, bem como a gestão das contribuições e ou receitas das empresas públicas.

O governante afirmou ainda que o Executivo tem estado a observar as recomendações feitas pelos deputados e pelo Tribunal Administrativo (TA) pelo facto de concorrerem para o contínuo aperfeiçoamento da gestão das contas públicas, transparência e para a responsabilização dos infractores.
A outra acção adoptada para melhor controlo da despesa pública, segundo o Primeiro-ministro, é a adopção de um mecanismo que obriga os gestores públicos a informarem, no acto do pagamento da despesa de investimento, o número do contrato e a data em que o mesmo mereceu o visto do TA.

Falando durante o debate do relatório do Tribunal Administrativo (TA) atinente ao exercício económico de 2014, Carlos do Rosário disse que “também registámos a entrada em funcionamento, em 2016, do sistema de pagamento de impostos, via banco (e-Tributação), que contribui para a melhoria dos mecanismos de colecta de receita pública e a poupança de tempo e redução da frequência de deslocações dos contribuintes para as áreas fiscais”.
Na ocasião, o governante anunciou a entrada em vigor de um único sistema de processamento e pagamento de salários dos funcionários e agentes do Estado, designado e-Folha, na base do cadastro destes.

“Neste contexto, o governo realizou, em 2015, pela primeira vez, o processo de prova de vida presencial dos funcionários e agentes do Estado, com recurso a dados biométricos, utilizando uma nova plataforma, o que concorre para a melhoria da gestão de recursos humanos, racionalização e eficiência da despesa pública”,sublinhou.

Bancadas divergentes
Entretanto, os deputados das três bancadas parlamentares divergiram na apreciação da Conta Geral do Estado de 2014, com os da Frelimo a apelarem para a sua aprovação e os da oposição, Renamo e Movimento Democrático de Moçambique (MDM) a defenderam a reprovação.

Para o deputado Danilo Teixeira, da Frelimo, a conta analisada apresenta uma evolução quantitativa e qualitativa ao apontar avanços significativos, para além de que acompanha a dinâmica da economia nacional.

Entre várias acções, apontou a criação de condições para a implementação do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) Líquido em 2015, a expansão do e-SISTAFE para 452 unidades gestoras, sendo 7 de nível central, 32 de nível provincial e 413 sectores, distritais dos quais 9 são de secretarias distritais e 404 de serviços distritais.

Novo cadastro para obras públicas
O governo está a proceder à revisão do Regulamento da Contratação de Empreitadas de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado para assegurar uma efectiva implementação dos procedimentos previstos na legislação vigente.

Segundo o Ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane explicou que se trata de um projecto estruturante orientado para a operacionalização dos processos de gestão do património do Estado, cadastro de bens e serviços, cadastro de empreiteiros e fornecedores e de preços de referência.

Maleiane revelou que decorrem várias acções que visam a introdução de procedimentos tecnológicos para a melhoria e simplificação dos processos, bem como para a prestação de melhores serviços e maior transparência na execução de despesas do erário público.
Entre várias medidas, apontou o projecto e-Tributação, módulos de gestão do património do Estado, de salários e pensões, da informação, de recursos humanos, entre outros aspectos.
No que tange á cobrança e gestão de impostos, Maleiane explicou que está em curso a introdução do seu pagamento via banco e gestão do perfil de risco do contribuinte.

Quanto ao mecanismo de controlo de salários, aquele governante referiu que a partir do mês de Julho corrente será suspenso o pagamento de salários a funcionários e agentes do Estado que não tiverem respondido à prova de vida que decorreu em todo país de Julho a Dezembro de 2015.

Um outro aspecto levantado pelos deputados e que mereceu esclarecimentos por parte de Maleiane tem a ver com a construção da Ponte Maputo-Katembe que, segundo ele, inclui as obras da asfaltagem da estrada Maputo-Ponta do Ouro e Bela vista-Boane, numa extensão de 210 quilómetros.

No quadro da cooperação entre os governos de Moçambique e da China, o Banco Chinês, Exim Bank, se predispôs a financiar a construção destes empreendimentos através de um crédito, cujos procedimentos estabelecem que os desembolsos só podem ser feitos para uma empresa Chinesa que tenha apresentado a proposta e com a qual o Estado deveria rubricar o contrato de empreitada”, explicou Maleiane.

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