27 novembro 2008/Notícias
O governo moçambicano está optimista em relação ao processo de desenvolvimento da população. Uma das apostas para sustentar esse sentimento é o trabalho em curso, visando a redução do índice de prevalência da pobreza dos 54 por cento em 2003, para 45 em 2009, privilegiando, sobretudo, os grupos populacionais que exigem maior atenção, tais como mulheres, crianças, idosos e portadores de deficiência.
Este pronunciamento foi feito ontem em Maputo pelo Ministro de Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, após a cerimónia da apresentação do Relatório sobre a Situação da População Mundial referente ao ano 2008, intitulado Construindo Consenso: Cultura, Género e Direitos Humanos.
Os actuais indicadores no que tange ao desenvolvimento populacional são, segundo o ministro de Planificação e Desenvolvimento, positivos, apesar da interferência negativa da pandemia do HIV/SIDA que, ao mesmo tempo, concorre para a elevação da pobreza absoluta.
No que diz respeito ao género, Cuereneia destacou o papel crucial da mulher como mãe, educadora de gerações com responsabilidades acrescidas de transmitir o legado cultural às novas gerações, através de manifestações artísticas nos domínios da dança, canção, escrita entre outros.
Para a representante do Fundo das Nações Unidas para a População em Moçambique, Patrícia Guzman, o relatório ontem apresentado é um apelo para a proactividade na busca de conhecimento, sensibilização e engajamento cultural nos esforços para a promoção do desenvolvimento e direitos humanos, especialmente os direitos das mulheres.
Guzman lembrou que uma das principais mensagens do relatório é que a mudança que se pretende no contexto cultural não pode ser imposta de fora se se almejar que seja sustentável, afirmando que a mudança tem que vir de dentro.
"A cultura é criada por pessoas e as pessoas podem mudá-la. As comunidades têm que velar pelos seus valores e práticas culturais e determinar se elas impedem ou promovem a realização dos direitos humanos. Com esse exercício será possível conhecer as práticas positivas e mudar o que é negativo", disse.
Reconheceu a força das tradições e crenças culturais em relação às leis. pois em muitos países ainda prevalecem os casamentos precoces assim como a violência baseada no género, apesar de tais práticas serem ilegais.
Patrícia Guzman enalteceu o trabalho do Governo e da Sociedade Civil na criação de condições para que as mulheres tenham iguais oportunidades, trabalho que segundo ela é traduzido pela aprovação de leis e implementação de planos de desenvolvimento que defendem a igualdade do género e emponderamento da mulher.
De acordo com o censo populacional de 2007, a população moçambicana situa-se em 20,5 milhões de habitantes com uma taxa de crescimento anual de 2,4 por cento. Deste universo, as mulheres representam 52 por cento da população e cerca de 80 por cento vivem em zonas rurais tendo a agricultura e a exploração de recursos naturais como o principal meio de sobrevivência e de geração de rendimentos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário