27 novembro 2008/Notícias
Cerca de 70 milhões de dólares poderão ser aplicados a partir de Julho do próximo ano em diversas acções que visam a revitalização do Corredor do Desenvolvimento do Norte (CDN), o que passa pela aquisição de meios circulantes e melhoramento das infra-estruturas ferro-portuárias. O montante adiciona-se a outros nove milhões de dólares que estão a ser investidos desde Junho deste ano com os mesmos propósitos.
Em declarações recentes ao nosso Jornal, Fernando Couto, administrador do CDN, afirmou que existem neste momento em todo o corredor cerca de 500 vagões, sendo necessários mais 200, no mínimo, só para o transporte do ferro e para o trigo do Malawi.
No que tange ao trigo, a fonte disse que os respectivos silos estão em vias de conclusão, pelo que a concessionária passará a ter que fazer um comboio por dia para o Malawi com um conjunto de vagões apropriados para o transporte de cereais.
Só para esta operação, Couto estima que serão necessários cerca de 50 vagões, mas a curto prazo, ou seja, até meados do próximo ano, há dois projectos importantes de ferro a ser escoado a partir do Porto de Nacala. Um dos projectos é o da zona de Rapale, que andará na ordem das 300 a 500 mil toneladas e outro projecto é do ferro que virá do Gilé.
A fonte admite, porém, que o segundo encontra-se atrasado, mas acredita que caso o primeiro se concretize, haverá que se ir buscar mais vagões, e explica como:
"Temos mecanismos já estabelecidos com várias empresas, porque o grande custo deste equipamento é exactamente o transporte. Quando falamos do custo de uma locomotiva, significa que 10 a 15 por cento é o valor do custo do transporte de onde a máquina é feita até Nacala. Portanto, o custo de transporte é extremamente elevado e a forma de evitar isso, em termos de vagões, é comprarmos os elementos essenciais e fazer-se depois a estrutura de ferro no próprio local, porque há oficinas em Nampula e um dos objectivos primários deste corredor é criar emprego, criar potencialidades a nível da região norte do país", sustentou.
Um outro projecto não menos importante é o das bananas de Namialo, que está com um avanço considerável, esperando-se que em meados do próximo ano se possa iniciar a exportação, numa acção que envolve uma das maiores multinacionais de frutas no mundo.
Os gestores do CDN têm ainda no rol dos desafios a necessidade de responder à demanda da Zâmbia, que, face à crise internacional e sobretudo a volatilidade do preço dos combustíveis, se vê na contingência de, nos próximos tempos, poder vir a usar o Porto de Nacala para o escoamento dos seus produtos.
Os concessionários do CDN também esperam reforçar a capacidade de tracção, com a aquisição de mais quatro locomotivas até Março do próximo ano, o que abre uma nova era no transporte ferroviário de passageiros e mercadorias no troço Nacala-Porto/Cuamba e daqui para Entre-Lagos, traduzindo-se no aumento dos actuais volumes de manuseamento.
Num passado recente o CDN comprou duas locomotivas da Índia, que permitem a circulação diária de dois comboios Nampula/Cumba e vice-versa.
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