Pequim, China, 3 novembro 2008 - A China prepara-se para dobrar de cinco para dez o número de zonas especiais de cooperação a instalar em África, disse recentemente a directora do departamento de Estudos Africanos da Academia Chinesa das Ciências Sociais, citando fontes diplomáticas.
“O número de zonas económicas especiais em África poderá chegar às 10, segundo me disse há pouco tempo um alto responsável diplomático chinês com responsabilidades sobre o continente africano ”, afirmou He Wenping à macauhub, à margem de uma conferência em Lisboa sobre as relações entre a China e os países africanos.
Caso a decisão de Pequim de venha a confirmar, ela põe Cabo Verde mais perto de receber uma destas zonas, que o presidente chinês Hu Jintao prometeu estabelecer em África até 2010.
Em Novembro de 2006 em Pequim, na cimeira de chefes do Estado e de Governo do Fórum de Cooperação China-África, Hu prometeu nos três anos seguintes cinco zonas de cooperação económica em África, para reforçar aquilo a que chamou "a parceria sino-africana”.
“Com o sucesso que a ideia teve junto dos governos africanos, a China está a considerar muito seriamente aumentar o número de zonas, porque houve mais do que cinco países interessados”, disse He Wenping.
A China criou em Fevereiro de 2006 a primeira zona especial de cooperação na cidade de Chambishi, na região de exploração de minério de ferro da Zâmbia. As autoridades chinesas anunciaram já uma segunda nas Ilhas Maurícias, ao largo da costa africana oriental, enquanto a maioria dos observadores espera que a terceira seja na capital da Tanzânia, Dar es Salaam.
Na corrida pelas duas áreas restantes estão Cabo Verde, a Nigéria, a Libéria e o Egipto, que apostam para o crescimento das respectivas economias no estabelecimento das zonas de cooperação económica, que a China planeia como “pulmões” económicos e comerciais espalhados pelo continente africano e ligados entre si através de comboios, estradas e rotas marítimas.
“O objectivo chinês é partilhar com os países africanos a nossa experiência de desenvolvimento e ajudar esses países, com um padrão de crescimento económico que inclua as exportações dos produtos e bens que a China necessita”, considerou He Wenping, que comparou as relações comerciais entre a China e os países africanos à que existiu no passado entre a economia chinesa e os Estados Unidos da América.
“O factor mais importante para o desenvolvimento de África são as oportunidades do mercado chinês, tal como o mercado americano foi para a China. É este o futuro para o desenvolvimento africano,” disse a directora do departamento de Estudos Africanos da Academia Chinesa das Ciências Sociais.
No final de 2007, o embaixador chinês em Cabo Verde afirmou que a ilha de São Vicente tinha grandes possibilidades de vir a acolher uma zona especial de cooperação, dadas a qualidade das infra-estruturas cabo-verdianas.
O projecto da Zâmbia, onde Pequim prometeu um investimento de 800 milhões de dólares é visto como um padrão paras as futuras zonas especiais. Através de isenções fiscais, o objectivo é atrair para os locais empresas chinesas, que ajudarão depois a desenvolver as indústrias ligeiras, o comércio e os serviços, criando assim novos empregos em Chambishi.
Às ilhas Maurícias, Pequim prometeu um investimento de cerca de 500 milhões de dólares, bem como a criação de 7.500 empregos e receitas de exportação superiores a 200 milhões de dólares por ano. (macauhub)
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