Stênio Ribeiro
Agência Brasil http://www.agenciabrasil.gov.br
Brasília, 10 maio 2008- Pesquisa da Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte, revela que, de 100 empresas dos países emergentes com maior potencial de internacionalização comercial e de investimentos diretos, a maioria é de origem chinesa; mas relaciona também empresas do Brasil, Índia, México, Rússia e Hong Kong. As brasileiras citadas são: Brasken, Coteminas, Embraco, Embraer, Gerdau, Natura, Petrobras, Sadia, Vale do Rio Doce, Votorantim e Weg.
Também podem ser incluídas nesse cenário a empresa resultante da fusão da cervejaria Ambev com a belga Interbrew, em 2004, e a entrada da montadora de veículos Marcopolo e da beneficiadora de suco de laranja Cutrale em outros mercados. Algumas iniciativas tiveram apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entre elas a aquisição da Swift Armour argentina pela Friboi, a implantação de duas unidades armazenadoras da Cooperativa Agroindustrial Lar, no Paraguai, e a compra, pela Itautec, de uma distribuidora de produtos de informática nos Estados Unidos.
Essa inserção faz parte de uma mudança de postura do empresariado brasileiro, com a abertura da economia, nos anos 90, quando ficou patente a necessidade de as empresas nacionais se tornarem competitivas, interna e externamente, disse o pesquisador João de Neri Araújo, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo ele, isso estimulou a busca de alianças com outras empresas, bem como a instalação externa de escritórios de venda, assistência técnica, representações comerciais e unidades de produção.
De acordo com Araújo, as exportações brasileiras cresceram 149,5% de 2000 a 2006, em grande parte por causa da inovação tecnológica e da internacionalização das empresas nacionais. No entanto, o mais importante a destacar é o aumento sistemático do investimento brasileiro direto lá fora, afirma a economista Daniela Corrêa, no boletim da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP).
Daniela ressalta que muitas empresas nacionais perceberam que é mais simples e efetivo produzir em outro país do que contornar obstáculos logísticos e legais nas operações de venda ao exterior – aí subentendida a questão de barreiras protecionistas, tarifárias e não-tarifárias. Deve-se considerar ainda a desvalorização do dólar, que encareceu o produto brasileiro no mercado externo, mas aumentou a rentabilidade das empresas brasileiras, que direcionam seus recursos para outros países.
Como resultado, o investimento brasileiro direto lá fora, que de 1994 (início do Plano Real) a 2005 havia somado US$ 30,6 bilhões, de acordo com dados do Banco Central, saltou para US$ 28,2 bilhões só no ano de 2006, contra US$ 2,517 bilhões contabilizados em 2005. O aumento se explica, em grande parte, pela compra da mineradora de níquel Inco, do Canadá, pela empresa Vale do Rio Doce, por US$ 14,6 bilhões. No ano passado, o investimento líquido direto no exterior caiu para US$ 7,03 bilhões.
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/05/09/materia.2008-05-09.0467595128/view
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