14.08.2019
09h36, Diário do Povo Online (China)
http://portuguese.people.com.cn/n3/2019/0814/c309814-9605868.html
Estará
uma “revolução colorida” a ter lugar em Hong Kong? Pensamos que sim, embora
esta seja, de certo modo, desconcertante.
Os motins
em Hong Kong têm-se desviado do intuito original de oposição à lei de
extradição, tendo-se materializado em uma forma de destruição do Estado de
direito da cidade. Vários manifestantes radicais procuram paralisar a cidade,
sabotar a autoridade do governo e da polícia. As demonstrações não são mais uma
forma complementar de expressão de exigências sob o enquadramento legal, mas
uma tentativa de suplantar o Estado de direito e reformular a estrutura de
poder da cidade. Trata-se, portanto, de uma revolução colorida típica.
Os motins
têm vindo a se desenvolver em termos de organização e planejamento, sendo que a
oposição política e os manifestantes foram integrados, contando com diversas
formas de assistência e apoio de forças ocidentais. Manifestantes radicais
provocam distúrbios, grupos extremistas de oposição política destilam as
implicações políticas dos protestos nas ruas, enquanto os EUA e o ocidente
atribuem legitimidade moral aos motins, distorcendo os fatos, confundindo o
certo e o errado, induzindo a sociedade de Hong Kong em erro.
Todas as
revoluções coloridas em todo o mundo destinaram-se à mudança de regime. Mas
Hong Kong não é um país. O governo da Região Administrativa Especial de Hong
Kong precisa
da autorização do governo central. Como tal, é fútil “derrubar” o
governo da RAEHK.
O
primeiro passo da revolução colorida de Hong Kong passa por paralisar
completamente o governo local, a polícia e o Estado de direito, e comprometer o
estatuto de Hong Kong enquanto centro financeiro internacional. Ao fazê-lo, os
manifestantes radicais procuram forçar o governo central a desistir da
governação de Hong Kong, conceder o sufrágio universal e devolver a cidade ao
mundo ocidental.
O
estatuto de centro financeiro internacional da cidade e a sua indústria
logística e turística conferem a vitalidade da sua economia. Todos eles foram
profundamente atingidos pelos motins. Se Hong Kong perder o seu estatuto de
centro financeiro, a queda da cidade é inevitável.
Os EUA e
o ocidente não terão pena de Hong Kong, nem outros países ou regiões asiáticas,
como o Japão, Coreia do Sul, Singapura, e a ilha de Taiwan. Apenas Hong Kong e
a China continental irão sofrer as consequências. Essa queda irá levar à
instabilidade de longo prazo em Hong Kong, aumentando, assim, o fardo político
e econômico da China. É isto que algumas forças americanas e ocidentais
pretendem que aconteça.
Algumas
vozes dizem que a definição dos motins de Hong Kong como revolução colorida não
têm em consideração a insatisfação de alguns cidadãos locais. Argumenta-se
também que culpabilizar os EUA e o ocidente por interferência externa é uma
forma de encobrir problemas internos. Todas as revoluções coloridas têm motivos
internos, como a existência de pobreza, e o aumento do fosso entre ricos e
pobres. Uma revolução colorida é maligna, na medida em que considera a
“democracia” como prescrição para problemas econômicos enraizados de longa
data.
Todos os
países que protagonizaram revoluções coloridas nos últimos 20 anos enfrentaram
as consequências da instabilidade de longo prazo e do declínio econômico. Os
EUA e o ocidente promoveram essas revoluções, mas abstiveram-se das suas
responsabilidades pelos resultados mais incómodos.
O governo
chinês nunca permitirá a oposição extrema e que o ocidente arraste Hong Kong
para o campo anti-China. Muito menos permitirá que a cidade se afunde no caos
permanente ou se torne uma base para o ocidente subverter o sistema político da
China. Trata-se de uma luta sombria contra as tentativas de extorquir o
estatuto de centro financeiro à cidade.
Este
estatuto de Hong Kong é importante para a vida dos habitantes locais, fazendo
parte dos seus interesses mais elementares. Como tal, é também uma luta por
parte dos hong kongers para assegurar a sua subsistência. Os chineses do outro
lado da fronteira apoiam-nos incondicionalmente.
BRICS /China convoca oficial dos EUA devido a confronto com separatistas na RAEHK
09.08.2019
09h27, Diário
do Povo Online (China)
http://portuguese.people.com.cn/n3/2019/0809/c309806-9604612.html
O
Gabinete do Comissário do Ministério das Relações Exteriores da China na Região
Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK) convocou na quinta-feira um
oficial do consulado geral dos EUA em Hong Kong e Macau, após algumas notícias
avançadas pela imprensa sugerirem que oficiais estadunidenses estiveram em
contacto com os alegados líderes dos separatistas.
O
Gabinete do Comissário expressou insatisfação e oposição à situação, exigindo
uma clarificação por parte do lado americano, segundo um comunicado publicado
no seu website, na quinta-feira.
“Urgimos
os oficiais dos EUA e do seu consulado em Hong Kong e Macau a respeitar as leis
internacionais e regras básicas das relações internacionais, cessarem a
colaboração e o envio de sinais errôneos aos separatistas violentos de Hong
Kong, e pararem de interferir nas questões de Hong Kong e nos assuntos internos
da China”, podia ler-se.
O governo
chinês acusou os EUA de “atiçarem as chamas” e diz ter provas para o
demonstrar.
Em 2013,
o denunciante Edward Snowden disse que a Agência de Segurança Nacional dos EUA
havia pirateado computadores em Hong Kong e na parte continental da China desde
2009. Os EUA nunca o admitiram.
Então o
que fizeram os EUA desde que os protestos irromperam em Hong Kong?
No final
de fevereiro, Kurt W. Tong, o cônsul geral de Hong Kong e Macau, criticou o
governo da RAEHK por alterações ao projeto de lei de extradição.
Em março,
os líderes das forças de oposição em Hong Kong visitaram os EUA, em busca de
apoios do Conselho de Segurança Nacional, membros do Congresso, think tanks
conservativos e da imprensa para atribuírem atenção aos desenvolvimentos. Eles
chegaram inclusive à Casa Branca, tendo-se reunido com o vice-presidente Mike
Pence.
Dois
meses depois, o líder da oposição Martin Lee visitou os EUA e se encontrou com
o secretário de Estado Mike Pompeo para discutir a proposta. Pompeo
imediatamente emitiu um comunicado dizendo que tal lei comprometeria os
interesses dos EUA. Lee participou também em um simpósio sobre a possível lei,
organizado pela Fundação Nacional para a Democracia (National Endowment for
Democracy, ou NED).
Em meados
de junho, o congresso norte-americano solicitou uma emenda à lei de políticas
de Hong Kong. Alguns membros propuseram nova legislação, procurando impor
penalizações sobre alguns oficiais do governo da RAEHK.
Também em
junho, a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, afirmou
publicamente que as demonstrações de Hong Kong eram “uma paisagem bela” e
revisou um projeto de lei nos EUA relativo a Hong Kong.
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