3 novembro
2015, Macauhub http://www.macauhub.com.mo (China)
Depois de 2014 ter ficado marcado por uma inédita visita
à China de um presidente de São Tomé e Príncipe, o arquipélago vai agora
receber um vultuoso investimento chinês, tendo em vista afirmar-se como o
“Dubai de África.”
O porto de águas profundas, com um custo estimado em 800
milhões de dólares e cuja construção foi adjudicada a um grupo chinês, foi
apresentado em Outubro pelo governo de São Tomé e Príncipe a investidores em
Londres, onde o primeiro-ministro Patrice Trovoada defendeu, numa entrevista ao
jornal Independent on Sunday, o “plano de negócios” do arquipélago.
“O que a China está a oferecer num negócio como este é
um
empréstimo e não um donativo. O que nós temos é uma empresa chinesa
tecnicamente capaz que se empenhou. É um acordo comercial, não político”,
afirmou o chefe do governo são-tomense.
A China Harbour Engineering Company (CHEC) vai
co-financiar, com pelo menos 120 milhões de dólares, a construção do porto,
descrito pelo governo como uma “infra-estrutura de classe mundial para servir
as necessidades logísticas do Golfo da Guiné.”
O primeiro porto de águas profundas do arquipélago deverá
ser construído na zona de Fernão Dias, distrito de Lobata, a 12 quilómetros da
capital, devendo entrar em funcionamento em 2019.
Ao Independent on Sunday o primeiro-ministro são-tomense
assumiu o objectivo de ser o “Dubai de África”, uma “plataforma de oferta de
serviços” que aproveita a proximidade geográfica a algumas das maiores
economias do continente.
No ano passado, a relação entre a China e São Tomé e
Príncipe tornou-se menos distante com a visita de Manuel Pinto da Costa, a
primeira de um presidente são-tomense à China em quase vinte anos, ainda que a
título privado.
Também em 2014, a empresa chinesa Guangxi Hydroelectric Construction
Bureau iniciou a construção de uma urbanização na ilha de São Tomé, em regime
de auto-financiamento estimado em 300 milhões de dólares.
A ser erguida entre a capital de São Tomé e Príncipe e o
distrito de Lobata numa área de 214 hectares, a nova urbanização contará com
pouco mais de uma centena de habitações bem como supermercados, escolas,
creches e um hospital.
Nascida no âmbito do projecto “Expu Conga” concebido pelo
ministério das Obras Públicas de São Tomé e Príncipe, a nova urbanização terá
ainda edifícios para os corpos diplomáticos acreditados no arquipélago bem como
várias infra-estruturas com um máximo de sete pisos para os serviços de
administração pública, incluindo áreas turísticas, comerciais, culturais,
desportivas e de lazer.
Além da construção de raiz na nova urbanização, o
contracto contempla ainda a requalificação da actual cidade de São Tomé,
edificada nos anos 50 do século XX pela então administração colonial
portuguesa.
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