12 novembro 2015, Jornal
de Angola EDITORIAL http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)
Quarenta anos depois, a República de Angola prevalece
como um país independente, soberano, com instituições funcionais e
comprometidas com a construção de uma sociedade livre, justa, democrática,
solidária, de paz, igualdade e progresso social.
Desde a constituição dos Estados modernos, a História da
humanidade viu surgir vários Estados, assim como desaparecer tantos outros. E
não raras vezes ao longo de décadas e séculos, muitos Estados vêem-se a braços
com ameaças internas e externas à sua continuidade e viabilidade. Por isso,
constituem sempre motivo de celebração, com pompa e circunstância, quando
um Estado passa por vários "testes de sobrevivência", caminha com os
pés firmes assegurando o respeito e a garantia da sua efectivação pelos poderes
legislativo, executivo e judicial, seus órgãos e instituições, bem como por
todas as pessoas singulares e colectivas.
Hoje, exaltamos o papel que antepassados como Njinga Mbandi, Katiavala, Nzinga Mvemba, Ekuikui, Mandume e outros soberanos que
No fundo, tratou-se de nobres iniciativas que constituíam uma espécie de embrião da futura consciência nacionalista que marcou os pais do nacionalismo angolano nos séculos XIX e XX.
É histórica a luta de resistência e muito bem documentada a trajectória e os feitos dos soberanos, antepassados dos actuais povos de Angola, contra a ocupação e a colonização.
Com a evolução natural da Humanidade e à medida que os Estados modernos se consolidaram, dando lugar ao conceito de nação, cresceu o sentimento de pertença por parte de vários povos um pouco por todo o mundo.
O fim da II Guerra Mundial enfraqueceu consideravelmente os impérios coloniais e deu lugar ao fervor do nacionalismo moderno em África e no mundo. Mas importa referir que antes do virar do século houve numerosas tentativas de alguns protonacionalistas que, através da actividade intelectual, não hesitaram em pôr em causa a sujeição para com a coroa portuguesa. Iniciativas intelectuais com forte cariz anticolonial de movimentos como "Vamos Descobrir Angola" e "Voz de Angola Clamando no Deserto" serviram como fermento.
Contrariamente à estratégia do colonialismo, que "adormecia" na filosofia do "dividir para melhor reinar", os movimentos nacionalistas souberam desde muito cedo identificar o inimigo comum do povo angolano. Embora houvesse, naturalmente, diferenças tácticas, não há dúvida de que estrategicamente os objectivos foram naturalmente os mesmos, levar Angola a tornar-se independente. É verdade que o processo de descolonização teve as suas subtilezas, muito por culpa da antiga potência colonial, que claramente não soube manter-se acima dos interesses de grupo. Em todo o caso, tratou-se do virar de uma página da História de Angola, nas circunstâncias em que ocorreu e cujas sequelas o país continuou a viver por mais de duas décadas.
Com a chegada da paz, Angola venceu um dos maiores obstáculos desde ao alcance da Independência Nacional para desenvolver o país.
Milhares de quilómetros de estradas foram reabilitadas e erguidas de raiz, centenas de pontes foram construídas e numerosas localidades outrora desprovidas de qualquer ligação passaram a estar ligadas.
O sistema de ensino a todos os níveis conheceu profundas reformas desde a Independência que permitem hoje o acesso universal a todos.
No discurso sobre o Estado da Nação do Presidente da República constaram números relativos à educação impensáveis antes da Independência Nacional. "Na área da educação ganha relevo o facto de o número de alunos matriculados no ensino primário ter atingido a cifra de cinco milhões e cem mil, o que representa 112,2 por cento da meta estabelecida para o ano de 2015. No ensino secundário, no 1º ciclo, o número é de um milhão, 82 mil e 800 alunos, mais 16 por cento do que em 2014 e, no 2º ciclo, o número é de 621 mil e 700 alunos", dados que espelham bem as diferenças.
O ensino superior, cuja existência de um ministério de tutela confirma o compromisso do Executivo para com esta importante área do saber científico e tecnológico, mudou muito. Socorrendo-nos do discurso do Alto Magistrado da Nação, temos que "ao nível do ensino superior, o número de estudantes matriculados situou-se em 203.888, representando um aumento de 39,6 por cento em termos homólogos, justificado, em grande medida, pela entrada em funcionamento de novos cursos mais consentâneos com as necessidades de desenvolvimento do país".
Temos um Sistema Nacional de Formação Profissional que forma todos os anos em média mais de 27 mil jovens nas mais diversas especialidades. São esforços notáveis da parte das instituições do Estado em nome da inclusão, justiça social e de criação de oportunidades iguais para todos os angolanos de Cabinda ao Cunene. Depois de numerosas realizações, podemos dizer que a Independência Nacional é uma vitória de todos os angolanos.
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