O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) fez uma pesquisa sobre a juventude latino-americana. O trabalho foi feito em parceria com o Instituto Polis e mais seis organizações do continente. As pesquisas foram realizadas entre 2007, 2008 e 2009 com jovens do Brasil, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia.
Por Paulo Daniel*, na CartaCapital
28 agosto 2010/Vermelho http://www.vermelho.org.br
Os pesquisadores ouviram e acompanharam a rotina de jovens de grupos organizados, como movimentos femininos, trabalhadores sem terra, movimento hip hop. Ao mesmo tempo, foi aplicado um questionário para 14 mil jovens e adultos, para compreender se o que aparece como reivindicação da juventude organizada está afinado com a percepção da sociedade de uma maneira geral.
O estudo revelou que o jovem de hoje está mobilizado, embora essa mobilização seja diferente da geração de 1970, em que havia uma questão concreta da ditadura no mundo, que restringia a liberdade e os direitos fundamentais.
Sobre a comunicabilidade entre os jovens dos diferentes países, a ferramenta tecnológica da comunicação, a informática, facilitou esse entrosamento. Isso resultou na incorporação desses elementos de comunicação dentro das lutas e organizações juvenis. Esse tipo de ferramenta – como blogs e redes sociais – acabou incorporado como instrumento de luta social.
De acordo com a pesquisa do Ibase, as diferenças entre a juventude dos seis países pesquisados estão na própria história dessas nações. As diferenças se dão entre os países, não em termos de juventude; se dão em termos de sociedade. No caso do Brasil e do Chile, por exemplo, as diferenças que surgem entre os jovens são as mesmas que aparecem entre os adultos.
O estudo do Ibase e seus parceiros visa à geração de informações qualificadas que possam ajudar na elaboração de políticas públicas para os jovens da região. Outra meta é fornecer subsídios para os movimentos sociais pensarem suas práticas.
A rede que desenvolveu a pesquisa foi integrada também pela Fundación SES (Argentina), U-Pieb (Bolívia), Cidpa (Chile), Base-IS (Paraguai), Cotidiano Mujer e Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de la República (Uruguai). O estudo contou com apoio do Centro de Pesquisas para o Desenvolvimento (IDCR), do Canadá.
* Paulo Daniel, economista, mestre em economia política pela PUC-SP, professor de economia e editor do Blog Além de economia
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