segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Colômbia/Não se deve subestimar a estratégia militar dos Estados Unidos

20 agosto 2010/ODiário.info http://www.odiario.info

Telesur*

Sendo positiva a sentença do Tribunal Constitucional da Colômbia invalida o acordo entre Uribe e Obama para a instalação de sete bases militares ianques naquele país, ela não pode levar à subestimação da estratégia dos EUA, defendeu Carolus Wimmer, vice-presidente do Parlamento latino-americano.

O vice-presidente do Parlamento Latino-americano Carolus Wimmer, afirmou que a estratégia militar dos Estados Unidos é a longo prazo e as suas intenções não devem ser subestimadas, apesar da decisão do Tribunal Constitucional da Colômbia de anular o controvertido acordo que ambos os governos assinaram em 2009.

«A estratégia militar do imperialismo é a longo prazo e não foi uma casualidade terem aberto novas bases no Panamá e na Costa Rica, prevendo outras possibilidades (de invasão) na região passando assim a ter outras alternativas militares (…) pelo que não se devem subestimar os EUA., destacou esta quarta-feira Carolus Wimmer em entrevista exclusiva a Telesur.

Wimmer acrescentou que a decisão do Tribunal colombiano é um passo positivo «porque se nota que há controvérsia e diferentes visões» naquele país, sem esquecer que os EUA exercem uma forte pressão sobre a Colômbia «que tem uma grande dependência do Norte devido ao Tratado de Livre Comércio (TLC).

Para o governo de Washington, «a Colômbia é essencial pelo alcance que tem» e não descartou novas tentativas de instalar as suas bases militares, tal como fez noutras regiões do mundo.

«Para mim, os EUA têm uma visão global onde o primeiro foco é dirigido à Coreia do Norte, o segundo foco já é conhecido há nove anos e é o Iraque, o Afeganistão, que se alarga ao Paquistão, Iémen e Irão. E o terceiro foco é a América Latina».

Acrescentou que nesta última região, os EUA chegaram com uma política muito agressiva, mas não têm tido todo o sucesso que o imperialismo querem, por o objectivo, segundo Wimmer, é «querer retomar o seu pátio das traseiras».

O Tribunal Constitucional colombiano anulou na terça-feira o acordo formado entre os Governos da Colômbia e dos EUA em 2009, até que a iniciativa cumpra os trâmites próprios de um tratado internacional, isto é, seja aprovado pelo Congresso.

Maurício González Cuervo, presidente do Tribunal Constitucional daquele país enfatizou que o acordo militar «implica novas obrigações para o Estado colombiano, bem como uma extensão das anteriormente adquiridas, pelo que deve ter a forma de um acordo internacional».

Nas suas palavras anteriormente traduz-se por devia ser «submetido à aprovação do Congresso da República e submetido posteriormente à aprovação do Tribunal Constitucional».

O correspondente de Telesur na Colômbia, Angie Camacho, recordou que a sentença do Tribunal decidiu «enquanto não passar pela aprovação do Congresso da República.

Acrescentou que o presidente, Juan Manuel Santos, será designado como responsável máximo das relações internacionais para que seja ele a tomar a decisão sobre o acordo».

Maurício Gonzalez defendeu que o pessoal ou os militares que tenham chegado ao país como parte do acordo de instalação das sete bases militares deveriam abandonar a Colômbia com brevidade.

Por outro lado, o Governo colombiano disse que respeitaria o acordo, mas seria matéria de revisão à luz dos tratados internacionais.

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