Bissau, 11 agosto 2010 (AngolaPress) - O secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), considerou hoje (quarta-feira), em Bissau, que a comunidade lusófona e a comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) estão a ajudar a Guiné-Bissau porque compreenderam a "complexidade da situação" deste país.
Domingos Simões Pereira fez esta observação ao usar da palavra, como convidado, na reunião extraordinária dos chefes militares da CEDEAO, que decorre em Bissau hoje (quarta-feira) e quinta -feira, e à qual assistiram também membros do comité restrito da CPLP para a Guiné-Bissau.
De acordo com o secretário executivo da CPLP, numa altura em que vários parceiros tradicionais da Guiné-Bissau já começam a dar "sinais do limite da tolerância" para com os problemas do país, a organização lusófona e a CEDEAO decidiram acertar posições.
"O povo guineense exaspera e a comunidade internacional dá sinais de se aproximar do limite da tolerância e compreensão. Felizmente, as nossas duas organizações compreendem a complexidade da situação e assumem proporcionar mais uma oportunidade a este país e ao povo, que de fato implora por atenção e apoio", observou Domingos Simões Pereira.
"A Guiné-Bissau, nos últimos dez, doze anos, tem preenchido a agenda dos seus parceiros sem ser por melhores motivos", notou Domingos Simões Pereira, lembrando a guerra civil de 1998/99 e o ciclo de instabilidade e assassínios políticos ainda por esclarecer.
Preocupados com a situação da Guiné-Bissau, a CPLP e a CEDEAO, sob a égide do Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, decidiram estreitar as relações e passar a coordenar as posições na busca de soluções para os problemas do país, afirmou.
"Há cerca de uma semana, com o alto patrocínio do Presidente José Eduardo dos Santos, de Angola, assinei uma nota de intenção com o meu irmão, Vitor Gbheo (presidente da comissão da CEDEAO), com vista ao estreitamento de relações, visando um acompanhamento mais atento da situação da Guiné-Bissau", frisou o secretário executivo da CPLP.
"Dessa intenção já resulta essa concertação e outras no âmbito político, com vista a encontrar consensos para a pacificação da Guiné-Bissau, estabilização das instituições da República e relance do seu desenvolvimento económico e social", afirmou Domingos Simões Pereira.
"Temos a obrigação de produzir orientações claras que assegurem ao povo guineense a nossa confiança e determinação, que mobilize todos os parceiros de cooperação e honre os esforços que tanto a CEDEAO, a CPLP, mas também a União Africana, União europeia e as Nações Unidas têm desenvolvido", acrescentou Simões Pereira.
Dirigindo-se às autoridades da Guiné-Bissau, o secretário executivo da CPLP pediu para não desperdiçarem "mais esta oportunidade de mostrar a sua responsabilidade, em prol do destino da Nação", colaborando com todos os parceiros do país.
"A vida política de uma Nação se faz com a correcta interpretação dos imperativos de cada momento. Este, é o momento que vivemos, exige ponderação, clarividência, mas também exige sentido de Estado", notou Domingos Simões Pereira.
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