17
setembro 2016, Brasil 247 http://www.brasil247.com (Brasil)
Senador pelo PT do Rio de Janeiro
É um
show de infâmia! Não se contentaram em afastar uma presidenta eleita com 54
milhões de votos sem prova de crime. Agora, em um patético espetáculo montado
em Curitiba, revela-se o intento: querem inabilitar Lula para 2018. Querem
inabilitar as urnas.
Está posta a tentativa
de golpe continuado. Desnuda-se a intenção desse jogo espúrio dos que tramam a
tomada de direitos dos trabalhadores e a entrega do país aos interesses
internacionais: imaginam que podem decidir entre eles quem será o candidato a
dar continuidade a esse programa antipopular, antidemocrático e ilegítimo de
Michel Temer.
Agora ficou
definitivamente claro que o golpe não foi somente contra Dilma e seu governo.
Na verdade, a regressividade elitista em curso pretende suprimir a
possibilidade da vontade coletiva de
uma força popular se exprimir através de
um líder carismático como Lula e de um partido político de massas como o PT
abrir brechas no nosso oligarquizado sistema político. É muito grave o que
pretendem fazer: trata-se de congelar o sistema político, torná-lo impermeável
às forças dinâmicas da sociedade, a exemplo do que foi o Brasil no Segundo
Império (1840-1889) e na República Velha(1889-1930).
As tentativas nesta
direção estão sendo dadas na conspiração de inabilitação dos direitos políticos
de Lula, impossibilitando o maior líder popular brasileiro de concorrer às
eleições presidenciais de 2018. Depois, se a manobra de aplicar um cartão
vermelho em Lula não for exitosa, resta tirar um último coelho na cartola: a
chamada "solução parlamentarista", que definitivamente selaria o
domínio de nosso sistema político pela plutocracia econômica e as carcomidas
oligarquias regionais.
Esse embuste não vai
se sustentar. A reação já está nas ruas. Vamos continuar denunciando o golpe,
vamos continuar mostrando a farsa ao mundo, que, a propósito, já reconhece a
deposição sem crime de Dilma e a inquisição a que está sendo submetido Lula.
Não se mata um ideal.
Não se apaga um legado de políticas públicas de distribuição de renda e de
proteção dos direitos trabalhistas.
Atacam Lula e tentam
incriminá-lo por preconceito e ódio. Lula representa tudo o que a elite
sectária, parceira do golpe, mais odeia. Lula é aquela pobre criança do sertão
nordestino que deveria ter morrido antes dos 5 anos, mas que sobreviveu. Lula é
aquele miserável retirante que foi para São Paulo buscar, contra todas as
probabilidades, emprego e melhores condições de vida, e conseguiu.
Para
essa elite, Lula é aquele candidato que não deveria ter vencido as eleições,
mas venceu. É aquele eleito que não deveria ter tomado posse, mas tomou. É
aquele presidente que devia ter fracassado, mas teve êxito extraordinário.
Lula é
o excluído que devia ter ficado em seu lugar, mas não ficou. Construiu
esperança para os brasileiros; é também um exemplo e inspiração internacional
de políticas de inclusão social. Lula é esse fantástico novo Brasil que ele
ajudou tanto a construir e que, agora, corremos o risco de ver desconstruído.
Lula é vítima de uma
campanha por parte de quem nunca se conformou com um pobre viajando de avião,
que não concorda com a filha da empregada estar na faculdade do seu filho, que
torce o nariz para a nova realidade de a trabalhadora doméstica não ser mais
uma semiescrava, que possui direitos, e, sim, sabe defendê-los.
Nos governos Lula e
Dilma o Brasil saiu do Mapa da Fome. Com o Brasil Sem Miséria, 36 milhões de
brasileiros deixaram a situação de pobreza extrema. A política de salário
mínimo deu ao povo poder de compra e garantiu a melhoria da vida da população
trabalhadora. Democratizou-se o acesso ao ensino superior, à moradia e à
energia elétrica.
Esbraveje elite
sectária! Porque esse ódio não vai nos deter. Temos a responsabilidade sobre
esse legado; permaneceremos firmes na resistência contra o projeto autoritário de
retirada de direitos da classe trabalhadora. Inauguramos, recentemente, nas
ruas, uma oposição duríssima à ruptura democrática.
No lado certo da
história está o povo que não confia e não respeita o governo de fantoches.
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