23 septiembre 2016, Carta Maior http://cartamaior.com.br (Brasil)
Editorial
do jornal El Telégrafo, do Equador
Querem ocultar as corrupções do presente, prendendo líderes populares da
esquerda como banquete para a opinião pública, entorpecida pelo ódio à
política.
É evidente que não se trata de uma simples coincidência. Se antes foram
os grupos de conspiradores formados dentro das instituições militares
latino-americanas os que protagonizaram os casos de tomada de poder derrubando
governos legitimamente constituídos, agora são os aparatos judiciais e
midiáticos os que lideram esta nova retomada do poder por parte dos setores
empresariais, defensores do neoliberalismo, que desta vez atacam os governos
progressistas que se constituíram no subcontinente.
Claro que, por trás dessa nova onda, impulsadas pelos mesmos de sempre, estão os mesmos objetivos de outrora, ainda que com novos métodos: desta ve, usam como arma a difamação, buscam o desprestígio, a constante condenação moral de tudo aquilo que fazem os líderes de governos progressistas, tentando sempre vinculá-los a atos de corrupção.
São as mesmas narrativas, criadas e difundidas pelos grandes meios de comunicação, que deformam
a realidade para parecer que líderes populares como Lula da Silva e
Cristina Kirchner se dedicaram, em seus governos, a gerar grandes esquemas de
corrupção, e não a mudar a realidade social em seus países – e claro, através
disso, defender a judicialização do legado destes ex-presidentes. Não há
dúvidas de que esta é uma estratégia que visa um só objetivo: recuperar o poder
imperial, uma nova hegemonia neoliberal na região, acabando com todo um período
de avanços sociais bastante significativos em vários países – que incluíram a
erradicação da pobreza e a defesa da soberania nacional – e reivindicando os
interesses dos grandes grupos econômicos, especialmente os norte-americanos.
Era preciso destruir o máximo possível do modelo que vinha sendo construído,
para que os mesmos de sempre possam voltar a se enriquecer como antes. Claro que, por trás dessa nova onda, impulsadas pelos mesmos de sempre, estão os mesmos objetivos de outrora, ainda que com novos métodos: desta ve, usam como arma a difamação, buscam o desprestígio, a constante condenação moral de tudo aquilo que fazem os líderes de governos progressistas, tentando sempre vinculá-los a atos de corrupção.
São as mesmas narrativas, criadas e difundidas pelos grandes meios de comunicação, que deformam
No caso de Lula da Silva, ex-presidente do Brasil, vemos a angustia daquele que é o homem mais popular da história deste país. Seus rivais sabem que se houvesse eleições presidenciais neste instante, ele seria o vencedor, e por isso precisam deslegitimá-lo. O plano é que a perseguição jurídica, se não puder levá-lo à cadeia, que ao menos o impeça de se candidatar em 2018.
Algo similar
acontece com a ex-mandatária argentina Cristina Fernández de Kirchner, que
também enfrenta a sanha da Justiça em seu país, sendo ela a principal líder da
oposição e a figura que incomoda o impopular governo de Mauricio Macri. No seu
caso, a perseguição ganha contornos de ironia, ao se observar a diferença da
cobertura midiática ao seu caso e ao que envolve o próprio presidente Macri e
suas relações com empresas offshore no Panamá e em Bahamas.
O que querem, portanto, é ocultar as corruptelas do presente, entregando a prisão dos líderes populares da esquerda como banquete para a opinião pública, entorpecida pelo ódio à política.
Tradução: Victor Farinelli
O que querem, portanto, é ocultar as corruptelas do presente, entregando a prisão dos líderes populares da esquerda como banquete para a opinião pública, entorpecida pelo ódio à política.
Tradução: Victor Farinelli
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