29 julho 2015, Mauro Santayana http://www.maurosantayana.com (Brasil)
(Jornal do Brasil) - A imprensa
brasileira destacou amplamente na semana passada o "duro" editorial
da última quinta-feira do jornal inglês Financial Times sobre a crise política
e econômica no Brasil, . Com o título “Recessão e politicagem: a crescente
podridão no Brasil”, o texto conclui que a “incompetência, arrogância e
corrupção abalaram a magia” do nosso país.
Assim como há quem se pergunte,
nos moldes da sabedoria popular, de que se riem as hienas, seria o caso de se
perguntar de que estava falando o Financial Times, quando chamou o Brasil de
"um filme de terror sem fim", em seu editorial, prontamente reproduzido
e incensado, com estardalhaço, por uma multidão de "Yes, Bwana!"
nativos, prostrados -- como os antigos criados negros na frente de seus mestres
estrangeiros nos filmes de Tarzan -- diante do trovejar do Grande Totem Branco
do Reino Unido de Sua Majestade Elizabeth, quando ele se digna a contemplar com
sua atenção este “pobre” e “subdesenvolvido” país.
Diante de tão poderoso édito e tão diligentes arautos, não há, no entanto, como deixar, também, de se perguntar:
Afinal, na economia, de que estava falando -- ou rindo, como hiena -- o Financial Times?
Se a Inglaterra, com uma economia do mesmo tamanho da nossa, tem uma dívida externa 20 vezes maior que a do Brasil, de 430% contra menos de 25% do PIB ?
Se as reservas internacionais britânicas são, também segundo o Banco Mundial, quase quatro vezes menores (107 bilhões contra 370 bilhões de dólares) que as do Brasil ?Se o déficit inglês