7 julho 2015, Vermelho http://www.vermelho.org.br
(Brasil)
Por BrenoAltman*, no Opera Mundi
Estratégias de mudanças sem conflito são eficazes apenas em períodos de
bonança, quando a interseção entre transformação e paz se amplia porque o
Estado tem mais recursos para investir na melhoria da vida dos pobres sem
afetar a fortuna e os interesses dos ricos.
Nas épocas de escassez, esta zona de conforto desaparece.
Somente há mudanças se houver conflito, o instrumento político pelo qual a sociedade distribui renda, poder e riqueza.
Se a regra central for
evitar enfrentamentos, não há mudanças. Normalmente
impera o retrocesso e a capitulação.Nas épocas de escassez, esta zona de conforto desaparece.
Somente há mudanças se houver conflito, o instrumento político pelo qual a sociedade distribui renda, poder e riqueza.
Se a regra central for
As forças progressistas, quando seguem esta senda conciliatória sem base objetiva, geralmente são tragadas pela paralisia, sofrendo todos os males do enfraquecimento político, incluindo a desmoralização perante eleitores e apoiadores.
O resultado prático, nestas circunstâncias, é deixar o terreno fértil para a ofensiva das forças mais reacionárias, que se aproveitam das contradições e confusões para impor sua agenda e ditar o ritmo da vida política.
Mais grave quando, para se evitar o confronto a qualquer custo, quebra-se o cristal da coerência, criando um fosso entre o discurso de sedução eleitoral e a prática de governo.
O Syriza extraiu estes ensinamentos da história grega e do movimento socialista mundial.
Obviamente atento aos limites da situação política e econômica, além das fragilidades objetivas da Grécia, o partido de Tsipras revela muita flexibilidade tática na negociação com os centros imperialistas europeus.
Sua marca de corte, no entanto, não é evitar o conflito, mas viabilizar a mudança, o que implica fundamentalmente construir maioria nacional e solidariedade mundial para embates inevitáveis.
Avanços e recuos, operados com a necessária maleabilidade, parecem submetidos a um rigoroso objetivo estratégico: gerar uma outra correlação de forças na Europa, forçando ao máximo a disputa com a Troika, até que se criem as possibilidades de uma nova ordem econômica.
Preferencialmente parida por acordo. Se necessário e inevitável, pelo fórceps da ruptura.
A lógica da tática, assim, não se apresenta como instrumento destinado a obter pequenas concessões, mas caminho para construir um bloco capaz de combater a ditadura do capital financeiro.
Esse foi o papel do plebiscito de domingo.
A política de esquerda somente pode triunfar quando se transforma em mobilização popular, principal alicerce de qualquer mudança efetiva.
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Líderes
latino-americanos celebram vitória do 'não' em referendo na Grécia
6 julho 2015, Vermelho http://www.vermelho.org.br
(Brasil)
Após mais de 61% dos gregos votarem
“não” no domingo (5) a um acordo de austeridade proposto por credores europeus,
líderes latino-americanos — como o presidente cubano, Raúl Castro, a mandatária
argentina, Cristina Kirchner, e o chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro —
celebraram a vitória da campanha do partido governista de esquerda, o Syriza, e
expressaram apoio a seus ministros.
Em sua conta oficial no Twitter,
Cristina Kirchner comemorou o “não” dado pelo povo grego às “impossíveis e
humilhantes condições” que as instituições financeiras internacionais impõem
para o pagamento e reestruturação de sua dívida externa. “Ninguém pode assinar
seu próprio certificado de óbito”, tuítou.
A mandatária argentina ainda comparou o caso grego com a situação argentina, que atualmente vive uma crise de dívida com “fundos abutres”, mas que também já deu calote, em 2001. “Nós, argentinos, sabemos do que se trata. Esperamos que a Europa e seus líderes compreendam a mensagem das urnas”, afirmou Cristina no microblog.
Para Maduro, trata-se de uma “vitória contra o terrorismo financeiro do FMI (Fundo Monetário Internacional)”. “Consideramos como uma vitória nossa, dos povos valentes da América Latina também. Viva a Grécia”, declarou.
“Felicitações ao povo grega em sua luta por dignidade”, acrescentou o presidente venezuelano, no término da sessão solene da Assembleia Nacional, na noite deste domingo , em Caracas, segundo o Correodel Orinoco.
Já o líder cubano Raúl Castro enviou nesta segunda-feira (6) uma carta ao primeiro-ministro grego, AlexisTsipras, em que expressa “sinceras felicitações” pela vitória do “não” nas urnas. “Esse resultado demonstra o apoio majoritário do povo grego à valente política do governo que você preside”, escreveu Castro.
Na Bolívia, o chefe de Estado, Evo Morales, comentou que o resultado do referendo representa o início da “libertação do povo europeu”, face às políticas de ajuste fiscal promovidas pelo “capitalismo imperial”.
“Meu respeito e admiração ao histórico povo grego, berço da democracia. O povo grego derrotou o capitalismo”, celebrou Morales, em declarações à ABI (Agência Boliviana de Informação). “Sob a tutela do FMI, o Banco Central Europeu chantageava o povo grego pela fórmula ‘mais dívida para pagar a dívida’. Não era nenhuma solução. O FMI concentra o capital em poucas mãos”, criticou. (Fonte: Opera Mundi)
A mandatária argentina ainda comparou o caso grego com a situação argentina, que atualmente vive uma crise de dívida com “fundos abutres”, mas que também já deu calote, em 2001. “Nós, argentinos, sabemos do que se trata. Esperamos que a Europa e seus líderes compreendam a mensagem das urnas”, afirmou Cristina no microblog.
Para Maduro, trata-se de uma “vitória contra o terrorismo financeiro do FMI (Fundo Monetário Internacional)”. “Consideramos como uma vitória nossa, dos povos valentes da América Latina também. Viva a Grécia”, declarou.
“Felicitações ao povo grega em sua luta por dignidade”, acrescentou o presidente venezuelano, no término da sessão solene da Assembleia Nacional, na noite deste domingo , em Caracas, segundo o Correodel Orinoco.
Já o líder cubano Raúl Castro enviou nesta segunda-feira (6) uma carta ao primeiro-ministro grego, AlexisTsipras, em que expressa “sinceras felicitações” pela vitória do “não” nas urnas. “Esse resultado demonstra o apoio majoritário do povo grego à valente política do governo que você preside”, escreveu Castro.
Na Bolívia, o chefe de Estado, Evo Morales, comentou que o resultado do referendo representa o início da “libertação do povo europeu”, face às políticas de ajuste fiscal promovidas pelo “capitalismo imperial”.
“Meu respeito e admiração ao histórico povo grego, berço da democracia. O povo grego derrotou o capitalismo”, celebrou Morales, em declarações à ABI (Agência Boliviana de Informação). “Sob a tutela do FMI, o Banco Central Europeu chantageava o povo grego pela fórmula ‘mais dívida para pagar a dívida’. Não era nenhuma solução. O FMI concentra o capital em poucas mãos”, criticou. (Fonte: Opera Mundi)
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