segunda-feira, 25 de julho de 2011

NOVOS ACORDOS DE COOPERAÇÃO REVELAM APROXIMAÇÃO ENTRE ANGOLA E A CHINA

Londres, Reino Unido, 25 julho 2011 (macauhub) – Os mais recentes acordos de cooperação entre Angola e a China, assinados no final de Maio, demonstram uma trajectória de aproximação e crescente interdependência económica entre os dois países, afirma a Economist Intelligence Unit.

No seu relatório de Junho sobre a economia angolana, a EIU frisa a “rápida expansão nos laços comerciais” entre Angola e a China nos últimos anos, até ao ponto em que “Angola é hoje o principal parceiro comercial da China em África”.

“Os dois países assinaram o seu primeiro acordo comercial em 1984, mas foi apenas desde o final da guerra civil em 2002 que o comércio realmente disparou”, referem os analistas da EIU.

Em 2010, adiantam, as exportações de Angola para a China, constituídas principalmente por petróleo, atingiram 21 mil milhões de dólares, cerca de 44% das vendas totais do país ao estrangeiro, quando em 2002 eram apenas de mil milhões de dólares.

Angola e a China assinaram no final de Maio, em Luanda, seis acordos de cooperação, após encontro entre os líderes parlamentares angolano, António Paulo Kassoma e chinês, Wu Bangguo.

Um dos documentos foi assinado entre o governo da província de Luanda e o consórcio constituído pela empresa CITIC Construction Co., Ltd. e a Academia de Planeamento Urbana e Design, ambas da China, para a elaboração do plano intermunicipal dos municípios de Quilamba Quiaxi e Belas.

A secretária de Estado angolana da Cooperação e o vice-ministro chinês do comércio, assinaram um acordo de cooperação económica e técnica e outro contemplando uma doação da China de 50 milhões de yuan (cerca de 7,7 milhões de dólares).

Foram oficializadas ainda as doações do governo chinês de equipamentos e materiais ao centro antimalárico e de medicamentos contra a malária.

O director do Instituto Nacional de Telecomunicações de Angola (Itel), Américo António dos Santos, e o vice-presidente do grupo de telecomunicações ZTE, Zhang Renjun, rubricaram um memorando de entendimento para a doação de equipamentos para um centro de formação de quadros.

Para a EIU, apesar de estes acordos serem “relativamente modestos”, “são sintomáticos de uma tendência muito mais vasta” de expansão das relações económicas e comerciais sino-angolanas.

As relações entre os dois países “vão continuar a alargar-se”, prevê a EIU, e Luanda vai continuar a procurar novas extensões das linhas de crédito que Pequim tem colocado à disposição para o esforço de reconstrução do país.

Angola é hoje o segundo parceiro comercial chinês no conjunto dos oito países de língua oficial portuguesa.

De acordo com dados oficiais da alfândegas da China, de Janeiro a Maio de 2011 as trocas comerciais cifraram-se em 11 237 milhões de dólares (mais 1,20%).

A China adquiriu a Angola mercadorias, normalmente petróleo, no valor de 10 287 milhões de dólares (menos 0,60%) e vendeu bens no valor de 950 milhões de dólares (mais 26,50%).

A melhoria da situação macroeconómica e das perspectivas de crescimento levou desde final de Maio as três principais agências de notação de risco, Moody´s, Fitch e Standard & Poor’s, a elevarem a sua avaliação da dívida angolana, numa altura em que o governo se prepara para ir ao mercado com uma emissão de dívida avaliada em 500 milhões de dólares.

De acordo com a Fitch, os pagamentos em atraso a fornecedores públicos acumulados pelo governo em 2008 e 2009, avaliados em 5,7 mil milhões de dólares, foram liquidados no primeiro trimestre deste ano.

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