Brasil/No Rio, Lula defende governança global mais séria e respeitada
29 julho 2011/Vermelho http://www.vermelho.org.br
Em críticas ao Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira (29) uma profunda reforma no organismo para construir uma representatividade “mais sólida” na governança global e destacou o papel do Brasil como “fazendo a diferença” no CS.
“O Conselho de Segurança não representa hoje a geopolítica mundial, ele representa uma realidade política de 1948, ou seja, o CS precisa representar uma realidade política de 2011 e tem que olhar mais para a África, a América Latina, a Ásia e Europa. Precisa ter mais países para representar a geopolítica contemporânea”, disse Lula ao fazer uma palestra na Escola Superior de Guerra, no Rio de Janeiro, sobre o “Futuro do Brasil”.Segundo o ex-presidente, próximo de tornar-se a quinta economia mundial em 2016, o Brasil deve olhar mais para os países em desenvolvimento como os países africanos, defendeu.
“Se a gente quiser ter uma governança global mais séria e respeitada, a gente tem que repensar o CS. O mundo está a exigir que o CS mude. O Brasil tem que estar no CS, assim como a Índia, a Alemanha o Japão, a África e a América Latina tem que ter mais de um representante. Quero ver o Brasil no CS fazendo a diferença”, disse Lula.
Em palestra para militares e autoridades civis no Rio, o ex-presidente disse que o mundo mudou e que existem jogadores querendo participar do centro de decisões, por isso há 15 anos o Brasil pleiteia a reforma do CS. No âmbito da política externa, Lula afirmou que o Brasil deve buscar fazer novas parcerias e “ser mais autônomo”, evitando a subserviência.
“Quantas vezes fui criticado quando compramos uma guerra para acabar com a Alca (Área de Livre Comércio das Américas). A Alca era a tentativa de fazer um grande acordo entre os Estados Unidos e o Brasil, as duas grandes economias do continente americano, e não havia na pauta nenhuma atitude de benevolência com os países mais pobres. Por isso, fortalecemos o Mercosul”, defendeu.
O Brasil, afirmou Lula, deve se “fazer ouvir” no cenário internacional. “A diferença de 10 anos atrás e do Brasil de hoje é que agora as pessoas falam bem do Brasil. Oito anos atrás, era humilhado pelo FMI. Hoje a gente não só não deve nada ao fundo como emprestou 14 bilhões de dólares”, disse.
Para Lula, o próximo passo do Brasil deve ser a África. “Há uma vantagem comparativa, eles se sentem iguais a nós e nós nos sentimos iguais a eles. O Brasil quer ter relações harmônicas com todo o mundo, é um país de paz e tem potencial de ser exportador de serviços. Não queremos uma relação hegemônica com ninguém. A África é o nosso próximo passo.” (Fonte: Uol Notícias)
Nenhum comentário:
Postar um comentário