Macau, China, 19 julho 2010 - A China está a desenvolver uma abordagem mais profunda aos seus parceiros sul-americanos, que no caso do Brasil se centra na instalação das suas empresas de média e alta tecnologia, de acordo com a investigadora mexicana Liliana Avendano Miranda em estudo recentemente publicado.
Num estudo sobre os investimentos da China na América Latina publicado pelo Centro de Estudos Chineses da Universidade de Stellenbosch (África do Sul), a investigadora defende que depois de duas décadas de relacionamento centrado nas relações comerciais e investimento, a China levou a abordagem a um nível superior, como é expresso numa análise de políticas para a região publicado no final de 2008.
“A China espera fazer uma abordagem mais profunda à América Latina e Caraíbas, assegurando boas relações com fornecedores de alimentos (Argentina), petróleo (Venezuela) e matérias-primas (Chile), bem como com localizações estratégicas para as suas empresas de média e alta tecnologia”, refere a investigadora da Universidade Veracruzana (México).
Os fabricantes de peças ou de automóveis têm tido um papel importante nesta expansão e, mais recentemente, alguns dos grandes bancos chineses também têm estado a instalar-se no Brasil, caso do Banco da China.
Mas o mesmo exemplo tem sido também seguido por empresas brasileiras, o sendo o mais recente o da aeronáutica Embraer que constituiu uma subsidiária para operar no mercado chinês.
A análise adianta que o governo da China apoia empresas qualificadas e bem reputadas no investimento industrial, agrícola, florestal, pesqueiro, energético, mineiro de construção civil e de serviços para “promover o desenvolvimento económico e social de ambas as partes”.
Propõe ainda cooperação acrescida nalguns campos, como o legislativo, além de mecanismos de consulta e de cooperação em assuntos internacionais.
“A China não quer ser vista como um concorrente, mas como um amigo e parceiro, e por essa razão procura chamar pouco as atenções na região. Procura parceiros estratégicos e os escolhidos são aqueles que estão dispostos a intensificar as relações de colaboração”, afirma Miranda.
Entre os que receberam a designação de parceiros estratégicos está o Brasil, o principal parceiro comercial na região e um dos 8 países de língua portuguesa.
Depois da recente visita do presidente da China, Hu Jintao, ao Brasil, espera-se a concretização de grandes investimentos nos próximos meses, particularmente nos sectores do petróleo, mineração e siderurgia, estratégicos para a manutenção de taxas de crescimento elevadas.
Os dois presidentes assinaram um Plano de Acção Conjunta (PAC), que vigorará durante o período 2010 a 2014, abrangendo 11 áreas de cooperação, entre elas, agricultura, ciência e tecnologia, indústria e cultura. (macauhub)
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