Luanda, 21 julho 2010 (Angola Press) - O presidente do Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa, o moçambicano Lourenço do Rosário, defendeu nesta terça-feira, em Luanda, que a língua dever ser um factor de união para levar a CPLP a se impor no contexto das nações, nas diversas organizações mundiais do sistema da ONU e das instituições continentais.
Em declarações prestadas à Angop, sobre os desafios futuros da CPLP, o também docente moçambicano realçou ser necessário também elevar-se o desenvolvimento espiritual dos povos em termos de auto-estima, identificando-se com as respectivas regiões onde se encontram, mas sabendo que pertencem a outra comunidade maior e mais dispersa pelo mundo.
Na sua óptica, a CPLP deve marcar a diferença como comunidade de integração com história e culturas comuns muito concretas.
“Muitas vezes cria-se uma espécie de desilusão porque a comunidade tem fraquezas, não respondendo às aspirações dos povos dos respectivos países. Esquecemo-nos de que cada um dos Estados que a compõem está já integrado nas referidas regiões, e é nessas que devem procurar o desenvolvimento económico”, sustentou.
Defendeu, a título de exemplo, que Timor-Leste não deva ter apenas uma grande cooperação financeira, comercial ou económica com Portugal ou com o Brasil, mas talvez dar a Timor o peso específico de pertencer a essa comunidade.
“Quem fala em Timor fala de outros países como São Tomé, Guiné-Bissau ou Cabo Verde, dos mais pequenos, porque os restantes já estão inseridos em regiões económicas muito fortes”, enfatizou.
Lourenço do Rosário considerou, na mesma senda, ser necessário a imposição e consolidação da sociedade civil da CPLP e que possam intercalar criando opinião. “Angolanos, moçambicanos portugueses, brasileiros devem procurar objectivos comuns em termos dos direitos humanos, saúde, educação entre outros aspectos”, advogou.
Outro aspecto que o docente disse identificou como objectivo comum da comunidade e que deve ser consolidado é a livre circulação.
Em seu entender, a destruição de barreiras nas regiões, como a SADC, UE, Mercosul, já é uma conquista e os dirigentes da CPLP deviam encontrar soluções para que os povos de língua portuguesa possam circular entre os seus países de uma forma completamente livre, até porque já não existem grandes perigos de migração.
O presidente do Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa está em Angola para participar dos trabalhos que antecedem a VIII Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que acontece nesta sexta-feira, 23.
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