Lisboa, Portugal, 5 julho 2010- O Fórum Macau e o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau fazem um balanço altamente positivo da “missão” da região na aproximação da China aos países de língua portuguesa e estão a preparar iniciativas de reforço do intercâmbio.
A revista do agência de promoção do comércio externo português (AICEP Portugal Global) dedicou recentemente um número a Macau enquanto plataforma entre a China e os países de língua portuguesa, no qual o secretário geral do Fórum Macau, Chang Hexi, explica como tem funcionado o relacionamento.
“As empresas de Macau têm prestado apoio em vários domínios aos empresários chineses que têm interesses em desenvolver negócios e realizar investimento nos mercados dos países de língua portuguesa e vice-versa”, refere.
Esse apoio é prestado na vertente de tradução, consultoria, agentes, fornecimento de informações de projectos, estudo dos mercados potenciais, assim como apresentação dos parceiros.
“As empresas da China começaram a investir nos países de língua portuguesa, aumentando também em Macau os fluxos de investimento”, adianta.
Paralelamente, “alguns países de língua portuguesa optaram por estabelecer os seus escritórios ou representações em Macau, procurando assim um acesso directo ao mercado da China e oportunidades de negócios, aproveitando as vantagens de bilinguismo que Macau detém bem como o conhecimento das oportunidades”.
No artigo, Chang Hexi sublinha o papel das visitas recíprocas de alto nível “no estreitamento das relações amistosas” entre a China e os “oito” países de língua portuguesa, elevando assim a influência internacional de Macau.
Os esforços conjuntos permitiram atingir, em 2008, a meta fixada para as trocas comerciais em 2009 (45 a 50 mil milhões de dólares), definida na 2ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau, sublinha.
Depois de uma quebra no ano passado, “devido à crise financeira internacional”, o volume das trocas cresceu 91 por cento até Abril.
Macau, sublinha, vai receber este ano a 3ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau, tendo os trabalhos preparatórios já sido encetados.
“Estamos convictos de que Macau irá prestar os melhores serviços às câmaras de comércio, associações para a promoção do comércio e os empresários da China, de Macau e dos países de língua portuguesa na cooperação de investimento mútuo e de negócios, continuando a contribuir, de forma positiva, para a cooperação económica, comercial, empresarial e de investimento”, diz Hexi.
Segundo apurou o Macauhub ainda este ano, o governo da China pretende realizar sete colóquios e cursos de formação para os países lusófonos, nomeadamente para as autoridades da área da administração económica, gestão de pesca marítima, recursos renováveis e biomassa, da engenharia e das infra-estruturas, formação de técnicos de enfermagem, em técnicas sobre cultivo de arroz híbrido e de tecnologia global de oliveira, de cereais e de irrigação agrícola.
O secretariado permanente do Fórum de Macau irá organizar em Macau um colóquio sobre gestão de turismo e hotelaria.
Em entrevista na mesma publicação, o presidente do IPIM, Jackson Chang, adianta que o seminário sobre a cooperação económica e comercial e serviços entre Guangdong, Macau e os países de língua portuguesa terá lugar no Porto e em Madrid este ano, depois de uma edição “muito bem sucedida em São Paulo”, no ano passado.
“Iremos continuar a apoiar o desenvolvimento dos sectores de convenções e feiras e outras indústrias emergentes e prestamos apoio às empresas locais que se querem expandir para os mercados da China, dos países de língua portuguesa e outros tradicionais, além de novos mercados, nomeadamente, de Taiwan e do sudeste asiático”, afirma.
“Considerando o peso especial do mercado do delta do rio das Pérolas, serão também reforçadas as actividades promocionais na província de Guangdong, Zhuhai e Macau”.
Lisboa recebeu no mês passado o Encontro de Empresários para a Cooperação Económica entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que reuniu 500 participantes, dos quais 250 empresários chineses.
“Marca sem dúvida uma nova etapa no papel que Portugal desempenha no relacionamento entre a China e os PLP, especialmente no que toca ao Brasil e Angola”, afirma o presidente do AICEP, Basílio Horta, em editorial na publicação. (macauhub)
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