Brasília, 22 julho 2010 (Angola Press. Do enviado especial) – A professora universitária brasileira Celma Pantoja afirmou que a iniciativa do governo do Presidente Lula da Silva, de criar universidades africanas, constitui um importante canal para que os brasileiros conheçam mais sobre Angola, em particular, e África, no geral.
Celma Pantoja falava recentemente em Brasília, em entrevista a jornalistas angolanos da Angop, Jornal de Angola, Televisão Pública de Angola e Rádio Nacional de Angola, relativamente a temas da CPLP, cuja Cimeira dos Chefes de Estado e do Governo realiza-se sexta-feira (23 de Julho), na capital angolana, Luanda.
A docente de História de África da Universidade de Brasília disse que os brasileiros, por exemplo, conhecem muito pouco sobre Angola, cujas notícias passam nos media “de uma forma muito deturpada” tornando-se necessário que “esses equívocos sejam sanados através do saber, do conhecimento”.
O falar e o modo se ser dos angolanos, por exemplo, têm de ser conhecidos, além de se limitarem ao notíciário sobre África como coisa exótica, afirmou a académica, que pensa serem assuntos que devem constar dos livros didácticos das universidades e das escolas.
Esperançada em que o Acordo ortográfico venha ajudar o sector educativo no espaço lusófono, Celma Pantoja sublinhou que o programa do Executivo brasileiro vai permitir o contacto directo com alunos, professores e universidades do continente africano.
Na sua opinião, essas universidades, também chamadas universidades de fronteira, podem estimular acordos de cooperação, por isso têm futuro, se se estruturarem num âmbito de reciprocidade .
Segundo informações, a universidade terá inicialmente 2,5 mil alunos brasileiros e igual número de alunos provenientes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Palop) - Angola, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné Bissau -.
As mesmas fontes adiantam que a instituição começa a funcionar em 2011, na cidade de Fortaleza, a primeira a abolir a escravatura, cinco anos antes da aprovoção da lei.
A criação de uma universidade para estudantes brasileiros e africanos de expressão portuguesa foi anunciada recentemente pelo Presidente Luíz Inácio Lula da Silva, sublinhando que tal faz parte de uma dívida histórica de mais de quatro séculos com o continente africano e com os escravos que (no passado) chegaram ao Brasil.
Celma Pantoja é professora de História de África na Universidade de Brasília, tendo dissertado na sua tese de mestrado sobre a rainha Ginga Mbandi, soberana angolana do século XVII.
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CPLP/Angola aposta na projecção internacional da comunidade
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CPLP/Angola aposta na projecção internacional da comunidade
Luanda, 22 julho 2010 (Angola Press) – A decisão de Angola de acolher a VIII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP traduz a sua vontade política de continuar a trabalhar para o reforço do prestígio e projecção internacional da organização.
Em discurso hoje, quinta-feira, na abertura da reunião do Conselho de Ministros da CPLP, o ministro da Administração Pública, Emprego e Segurança Social, Pitra Neto, acrescentou que a organização continua a merecer uma grande atenção do Executivo Angolano.
Na sequência disso, explicou, o departamento ministerial competente (Ministério das Relações Exteriores) adoptou “medidas apropriadas” para um melhor desempenho das suas responsabilidades.
Pitra Neto lembrou ainda o lema do encontro; “Solidariedade na diversidade”, para pedir a cooperação e empenhamento dos restantes estados membros na contínua valorização dos activos históricos, políticos, culturais e sociais dos respectivos povos e estados.
“Consideramos ser esse o espírito da CPLP, que nos interpela à reflexão conjunta e a adopção de medidas importantes para a melhoria constante da nossa organização”, sublinhou o ministro angolano.
Pitra Neto disse aos representante dos restantes países da comunidade de falantes da língua portuguesa que espera da cimeira “as melhores decisões” para o seu engrandecimento.
Reunido em Sessão ordinária, no Hotel de Convenções de Talatona, em Luanda, o Conselho de Ministros da CPLP está a discutir os documentos a submeter à aprovação dos Chefes de Estado e de Governo na cimeira desta sexta-feira, durante a qual Angola assumirá a presidência da organização.
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CPLP/Docente afirma que divulgação da língua reforça laços históricos dos povos
Luanda, 22 julho 2010 (Angola Press) - O docente universitário Clemêncio Queta afirmou, hoje, que a divulgação da língua portuguesa no espaço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vem reforçar os laços históricos e culturais dos seus povos.
Para Clemêncio Queta, que falava à Angop a propósito do tema “Acordo Ortográfico a Nível da CPLP”, a língua é cultura e vida, chega a veicular a forma de ser e estar de um povo, daí a necessidade da sua difusão.
Segundo o professor de língua portuguesa do Instituto Superior de Ciência e Educação, aproveitando em vésperas da realização da VIII Cimeira dos Chefes de Estados e dos Governos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o acordo ortográfico é benéfico, porque tem como finalidade unificar as duas normas da escrita da língua portuguesa existentes no Brasil e em Portugal.
“Com esta unificação há uma maior facilidade em se usar a língua portuguesa, uma vez que o acordo prevê mais relevo e importância na arena internacional", evocou o também vice-decáno para a área académica da Escola Superior de Pedagogia do Bengo, que lecciona igualmente a referida cadeira nessa instituição.
O responsável atestou ainda que pode-se falar de uma grande implantação da língua portuguesa a nível internacional, sendo o mesmo oficial de alguns países da União Europeia no merco sul, União Africana e ainda língua de trabalho da maior organização mundial, que é a ONU.
“Realmente dificultava existir duas normas da escrita oficiais de uma só língua, da língua portuguesa e realmente criava alguns embaraços”, salientou.
Luanda alberga no próximo dia 23 a VIII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP.
São estados membros da CPLP, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, Brasil e Timor Leste.
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