The Australian, 5 Maio/Fonte: Timor Online/Tradução: Margarida
O Governo Timorense de Xanana Gusmão está perto de se desmoronar quando partidos na sua Aliança Maioritária Parlamentar (AMP) no poder se viram contra ele e deixam a porta aberta à Fretilin, o partido com a maior maioria, para formar a sua própria coligação.
A AMP tem 36 lugares no parlamento de 65 mas três dos seus partidos, o Partido Social Democrático (PSD), a Associação Social Democrática Timorense (ASDT) e o Partido Democrático (PD) estão a mudar as suas lealdades.
A ASDT saiu da coligação AMP no Sábado e assinou uma aliança com a Fretilin, que ganhou uma maioria nas eleições gerais do ano passado mas foi impedida de formar governo pela coligação AMP.
O líder do PSD, Mário Carrascalão, falou contra o Sr Gusmão e os seus ministros mas ontem disse que planeava, por agora, que o seu partido ficaria na coligação apesar da infelicidade dentro das suas próprias fileiras. "Por agora, continuaremos na coligação, porque não gostamos das alternativas," disse. "Mas não há dúvida que tudo se está a aproximar muito."
O PD é tido como vulnerável à persuasão da Fretilin e pode dividir-se ao meio.
A ASDT, liderada pelo antigo presidente Francisco Xavier do Amaral, teve uma reunião do partido há várias semanas atrás onde os membros votaram expulsar o Ministro do Turismo Gil Alves e o Secretário de Estafo do Ambiente, Abílio Lima. Os dois ministros não têm assento no parlamento (em Timor, os ministros do gabinete são nomeado por dentro e fora do parlamento).
O partido alegou que os homens eram corruptos, que eram demasiadamente próximos dos militares e homens de negócio Indonésios, e que não representavam as ideologias da ASDT. O Sr Amaral pediu ao Sr Gusmão para remover os homens dos seus ministérios mas o Primeiro-Ministro declinou, levando a ASDT a abandonar a coligação AMP.
Há alargadas queixas que o Governo Gusmão está corrupto, não tanto pela ala parlamentar mas pelos seus membros no executivo. "A visão é que ele (Sr Gusmão) tem um bando de ministros que são corruptos e há a opinião de que ele tem um bando de pessoas que trabalharam demasiadamente próximo dos Indonésios," disse uma fonte. "È suposto que a AMP esteja colada por um ódio comum da Fretilin mas a saída da ASDT mostra que as coisas estão a mudar. Ele sabia disso e tem ando a dizer em privado que vai apenas ignorar isso. Os números estão lá e ele não pode ignorá-los."
O Sr Gusmão regressou ontem duma viagem à Indonésia e precisará de agir com urgência para parar a podridão.
Sabe-se que a Fretilin está a negociar com partidos mais pequenos e que acredita que em breve pode ter uma maioria, mas insiste que não a usará para forçar a saída do Sr Gusmão. "Não há nenhum gatilho constitucional que diga que o primeiro-ministro tenha de sair se não tiver uma maioria," disse uma fonte da Fretilin.
Mas há dois outros mecanismos para derrubar o Primeiro-Ministro antes das próximas eleições gerais, que são esperadas, serem no próximo ano, dependendo das discussões em curso.
Um é um voto de não confiança pelo parlamento, que requererá que o Presidente José Ramos Horta peça ao Sr Gusmão para resignar. O segundo, e mais premente é que o Sr Gusmão peça ao parlamento para aprovar o seu orçamento, que tem que ser entregue até ao fim do mês. Sem aprovação ele não poderá governar.
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quinta-feira, 8 de maio de 2008
Timor-Leste/A Fretilin está em pé enquanto Gusmão está isolado
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