Maputo, 23 junho 2011 (AIM) – O Ministro moçambicano da Defesa, Filipe Nyusi, defendeu, hoje, em Maputo, a necessidade de todos os intervenientes dos sectores público e privado estabelecerem parcerias com o sector que dirige, particularmente na componente de formação e empoderamento das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
Segundo Nyusi, a defesa nacional é uma actividade de todos os sectores de actividade do país.
O Ministro discursava durante a cerimónia oficial de apresentação e passagem aos quadros da empresa pública Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) de cinco jovens pilotos militares recém-formados na Etiópia.
“A defesa nacional é uma actividade de todos os sectores de actividade do país e, por isso, esperamos que este acto que testemunhamos sirva de exemplo e estímulo para que outras empresas do sector público e privado possam estabelecer parcerias na área de formação e empoderamento das Forças Armadas, porquanto, só assim é que todos estaremos a contribuir para a edificação do jovem moçambicano”, disse o Ministro.
Nyusi disse ser necessário estimular os jovens em idade activa, que cumprem o Serviço Militar, para que esta missão se torne num momento de aprendizagem da moçambicanidade e evocação do espírito patriótico e, sobretudo, de ganhar o espaço para contribuir com habilidades e conhecimentos para o desenvolvimento do País.
“Queremos, neste sentido e por este acto, convidar os jovens moçambicanos para que vejam nestes jovens pilotos o conjunto de oportunidades que as FADM oferecem aos seus quadros”, disse Nyusi.
Na ocasião, o Ministro vincou que os desafios que o país enfrenta, resultantes da conjuntura nacional e internacional, requerem da Força Aérea a disponibilidade de meios de transporte aéreo de tropas, aviação de combate, quer por meio de aviões de caça e de combate, bem como de helicópteros e, neste desafio, mais jovens serão convidados a dar o seu saber.
Contudo, reconheceu haver ainda muitas prioridades e compromissos internos que vão além da capacidade financeira e material do Estado, pelo que “só com sinergias poderemos capacitar as nossas forças dos meios referidos”.
“Por isso, há que olharmos para estes desafios de forma partilhada e todos buscarmos soluções que salvaguardem em todo lugar e a todo tempo a vida e segurança do nosso povo”, afirmou o governante.
Jovens pilotos são orgulho dos 36 anos de independência
Dirigindo-se, particularmente, ao grupo dos cinco jovens pilotos, ora oficiais das FADM com a categoria de Alferes, o Ministro da Defesa considerou-os “orgulho dos 36 anos de independência”, indicando que estes são “o fruto dos jovens da “geração 25 de Setembro”.
Por coincidência, a apresentação destes jovens ocorre a pouco menos de 48 horas da passagem dos 36 anos de independência, efeméride que se assinala este sábado.
Nyusi disse que a formação académica e militar destes pilotos é uma das acções do Governo que visam aprimorar e promover as condições indispensáveis ao cumprimento da Política da Defesa Nacional pelas instituições públicas e privadas.
“O predomínio da informação e a sua transformação em conhecimento e o impacto crescente das tecnologias de comunicação e informação impõem-se aos novos pilotos, pelo seu valor e utilidade, reposicionarem-se e conquistaremos seu espaço no campo do saber”, defendeu o Ministro.
Neste contexto, instou os novos pilotos a incentivarem, nas suas vidas, as actividades de investigação e a realização de pesquisas fenomenológicas para os problemas e dificuldades que o país enfrenta, tendo sempre em conta a necessidade de crescimento das FADM e das LAM.
Apelou igualmente aos novos pilotos a se relacionarem uns com os outros e com a comunidade em geral, e que aprendam a valorizar mais as capacidades, habilidades e contribuições que cada um pode trazer para a causa comum e saibam amar Moçambique.
“Apurem o sentido de hierarquia, de rigor, de disciplina, de pontualidade, de aprumo e de civismo. Também aprofundem o sentido de sacrifício e dever patriótico, bem como a ética militar de servir o povo Moçambicano e a humanidade, ensinamentos que sempre cultivaram no seio das FADM”, apelou Nyusi.
Ele fez recordar aos jovens pilotos que nas LAM se juntarão e se aperceberão que continuam numa grande família de outros patriotas que abraçaram a missão de defender a pátria, numa alusão aos técnicos que outrora serviram a Forca Aérea e que hoje estão a trabalhar naquela empresa.
A formação daqueles jovens pilotos resulta de um memorando de entendimento celebrado entre o Ministério moçambicano da Defesa e as LAM, tendo como objectivo final dotar a Força Aérea moçambicana de sangue novo, naquela especialidade.
No espírito do mesmo acordo, ficou firmado que, uma vez formados, a LAM poderia afectá-los nas suas actividades, por forma a ganharem maior competência técnica e garantirem o retorno do investimento realizado na formação, salvaguardando sempre que a sua missão futura venha a ocorrer nas FADM de que fazem parte.
O curso, ministrado numa academia de Aviação Civil na Etiópia, teve a duração de três anos.
Inicialmente haviam sido seleccionados 10 jovens, então mancebos, sendo que os outros que não puderam frequentar o curso até ao final foram reintegrados no chamado Pessoal Navegante Técnico (PNT), na área de operações aeroportuárias.
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