Produtores de óleo alimentar a nível mundial já estão a usar o Porto do Maputo como porta de acesso aos mercados da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), onde alguns países enfrentam défice de matéria-prima para a sua produção. Apesar de possuir pelo menos cinco unidades de refinaria a funcionar, Moçambique continua a depender da importação para suprir grande parte das suas necessidade em óleo alimentar.
27 junho 2011, Notícias
Recentemente o terminal de líquidos do Porto do Maputo recebeu mil toneladas métricas de óleo alimentar em bruto proveniente da vizinha África do Sul, em trânsito para a Tanzania, onde deverá ser refinado e distribuído no mercado local.
Fonte da Maputo Corridor Logistics Initiative (MCLI) disse ao nosso Jornal que a carga chegou ao porto da capital transportada em camiões cisternas, numa experiência que poderá ser a primeira de muitas que se esperam para o futuro, tirando proveito das facilidades combinadas geradas pelas infra-estruturas do corredor, nomeadamente a estrada Maputo/Witbank (N4).
Operado pela firma Maputo Liquids Storage Company (MLSC), o terminal tem capacidade para armazenar 10 mil toneladas de produtos, tendo recentemente recebido beneficiações de forma a possibilitar o abastecimento dos tanques através de camiões, ao mesmo tempo que se criaram facilidades para o embarque do produto para os navios.
No caso da mercadoria destinada à Tanzania, depois de acondicionada nos tanques do terminal, foi embarcada num navio tanque que veio a Maputo fazer o descarregamento de uma remessa de óleo alimentar destinado a abastecer o mercado nacional.
Sobre o terminal, Rui Vieira, do MLSC, explicou que o mesmo é propriedade de uma multinacional com sede em Singapura, a Wilmar International, Ltd, uma das grandes produtoras mundiais de óleo. Aliás, segundo a fonte, trata-se da mesma firma que há cerca de doze anos assegura o fornecimento de óleo alimentar a Moçambique, sendo que só há cinco anos decidiu criar o terminal no Porto do Maputo, com a perspectiva de reduzir os riscos e custos no seu negócio.
Actualmente Moçambique não está a exportar óleo porque o país não produz matéria-prima em quantidades suficientes para accionar uma indústria de produção. Por exemplo, e segundo dados apurados pela nossa Reportagem, a produção da palma não é viável, uma vez que se trata de uma cultura que exige muita humidade para se poder desenvolver e garantir uma produção que seja comercialmente viável. Entretanto, já há focos de produção de soja e girassol em vários pontos do país, embora ainda em pequenas quantidades que não podem alimentar uma indústria de produção de óleo na dimensão que o mercado exige.
Nenhum comentário:
Postar um comentário