12 abril 2009/Pátria Latina http://www.patrialatina.com.br
Vários legisladores declararam a Prensa Latina que o deterioro da situação causa uma crescente inquietude do outro lado do Oceano Atlântico e criticaram ao chamado Grupo dos 20 (G20) por sua atuação nas atuais circunstâncias.
O G20 em suas duas recentes cúpulas (Washington, novembro de 2008) e Londres faz em uma semana) tem limitado seu interesse às questões financeiras, enquanto as dificuldades econômicas aumentam os riscos nos países latino-americanos, apontaram.
No entanto, uma resolução aprovada no fórum de Madri só instou a estabelecer mecanismos e políticas coordenadas para superar a crise financeira e alertou sobre suas conseqüências sociais.
Com uma forte incidência da parte européia, a cúpula madrilenha restringiu seu pronunciamento a exigir medidas que promovam o emprego e assegurem os direitos de cobertura universal.
Mas foi clara em reiterar os acordos do G20 sobre uma reforma do sistema financeiro internacional e a necessidade de evitar a implantação de medidas protecionistas, indicou um delegado latino-americano.
A reunião de parlamentares aprovou uma denominada Carta Euro-Latino-americana para a Paz e a Segurança que estabelece ações conjuntas em matéria de luta contra o narcotráfico, o crime organizado, o terrorismo, o tráfico de armas e de pessoas.
Esse texto contém 20 artigos que vão desde a cooperação para o desenvolvimento sustentável e a defesa do meio ambiente até assuntos como a pobreza, os objetivos do Milênio, segurança alimentaria e energética, mudança climática e o direito à água.
Outros pontos referem-se ao uso, tráfico ilícito e proliferação de armas de destruição em massa, a cooperação em matéria judicial, penal e de inteligência policial e a criação de um centro de prevenção de catástrofes.
Em contraposição às resoluções oficiais aprovadas aqui, os deputados dos partidos de Esquerda de ambas regiões afirmaram em um texto separado que o G20 não tomou decisões capazes de responder aos graves problemas econômicos e sociais que atravessa o mundo.
O documento qualifica de inconexas e de caráter cosmético as medidas lembradas em Londres para reformar o sistema financeiro e denúncia que se produziu um reforço das instituições cujas políticas são responsáveis pela atual crise.
Os deputados de esquerda dentro de Euro-Lat também reiteraram sua demanda aos Estados Unidos para que levante o bloqueio imposto a Cuba e liberte a cinco lutadores anti-terroristas cubanos presos em cárceres norte-americanas desde 1998.
Também saudaram o triunfo eleitoral da Frente Farabundo Martí em El Salvador e a aprovação da emenda constitucional na Bolívia, “a qual abre as portas ao aprofundamento da participação popular e amplia os direitos civis e políticos”.
O fórum aprovou outra resolução que considera o acesso à água como um direito humano fundamental e instou aos Estados a modernizar seus serviços públicos de captação e fornecimento do líquido e a estabelecer controles quando sua gestão corresponde a empresas privadas.
Os assistentes à assembléia receberam ademais um enérgico protesto de organizações de imigrantes latino-americanos na Europa contra as redadas e detenções seletivas e por quotas realizadas pela polícia espanhola contra pessoas estrangeiras.
A demanda exige o apoio dos parlamentos para que as autoridades deste país ibérico cessem essas práticas, deixem sem efeito os expedientes de expulsão abertos e libertem a imigrantes detidos nos chamados centros de internamento de estrangeiros.
No fórum de Madri participaram representantes dos parlamentos Europeu, Latino-americano, Andino, Centro-americano e do MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) e das comissões parlamentares mistas UE-México e UE-Chile.
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