Rio de Janeiro, Brasil, 13 abril 2009 – A cooperação tecnológica entre a China e o Brasil, que tem o ponto mais alto no sector aeroespacial, vai estender-se à energia e ambiente, com a criação de um centro de investigação envolvendo universidades dos dois países.
Procurando fazer a ligação às empresas dos dois países, o Centro Brasil-China de Tecnologias Inovadoras, Mudanças Climáticas e Energia, na Universidade de Tsinghua da China, deverá contar com um conselho empresarial, reunindo empresas chinesas e brasileiras instaladas na China.
Informação divulgada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro indica que naquele conselho estará representado o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) do Brasil.
Segundo o director de Tecnologia e Inovação do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia, Segen Estefen, o projecto conta com o interesse de algumas empresas chinesas, particularmente no domínio do biodiesel.
Já em fase de arranque está um estudo da localização de fontes de biodiesel nos dois países, “contribuindo para o desenvolvimento de projectos comuns”.
Também este ano os investigadores das duas instituições farão um levantamento das emissões de gases causadores do efeito de estufa, no Brasil e na China.
Os resultados serão apresentados até ao final de 2010, incluindo sugestões de acções visando a redução das emissões.
“A finalidade é subsidiar os governos dos dois países na formulação de novas políticas de minimização do nível de emissões”, refere a universidade brasileira.
“Este Centro vai promover a cooperação tecnológica e académica com ênfase nas áreas de energia e meio ambiente, incluindo tecnologias limpas e desenvolvimento sustentável entre os dois países”, adianta.
A sede é em Pequim e os recursos virão da Financiadora de Estudos e Projectos do Brasil, com um orçamento cerca de 2 milhões de reais (cerca de 1 milhão de dólares), investidos por um período de três anos.
A gestão do Centro caberá a um secretário executivo e está a ser planeado um esquema de rotatividade permitindo a permanência, pelo período de pelo menos três meses, de professores na China que actuam nessas linhas de investigação.
China e Brasil mantêm há 20 anos um programa de cooperação espacial, que já permitiu a colocação em órbita de três satélites de investigação de recursos terrestres, inteiramente construídos e lançados por técnicos chineses e brasileiros.
Em 2010 e em 2013 serão lançados mais dois satélites de investigação.
No plano económico, a China ultrapassou em 2008 a Argentina e passou a ser o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos da América, de acordo com dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Em 2008, a soma das exportações e das importações do Brasil com a China cresceu 56 por cento para 36,443 mil milhões de dólares, um valor que se pensava só ser possível atingir em 2010.
Para este ano, e apesar da crise económica global, a Câmara de Comércio e Indústria Brasil China prevê um crescimento de 20 por cento em relação a 2008.
A entrada do Banco da China no Brasil, com a abertura de uma agência em São Paulo, a primeira na América do Sul, deverá impulsionar ainda mais as trocas comerciais. (macauhub)
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