Os Editores
A grandiosa jornada de 29 de Setembro poderá ter marcado um salto
qualitativo na resistência dos trabalhadores e do povo contra a política de
ruina e de saque promovida pelas troikas nacional e estrangeira.
Primeiro, porque confirmou o redondo fracasso da manobra que alguns
tentaram montar a partir das magníficas mobilizações de 15 de Setembro – a de
que a sua“espontaneidade” e “carácter inorgânico” eram não apenas concorrentes
mas se contrapunham às convocatórias das forças organizadas, nomeadamente do
movimento sindical unitário. O que se viu em 29 de Setembro foi, não
contraposição, mas convergência de novas camadas sociais na luta comum,
acentuando a vertiginosa derrocada da base social de apoio do governo PSD/CDS.
Depois, porque esta grandiosa jornada, cuja dimensão e ambiente só por
si já representariam uma extraordinária afirmação da combatividade popular,
reforçou o caminho para outras importantes acções de luta de igual ou ainda de
muito superior impacto: a Marcha Contra o Desemprego que se realiza já
nos próximos dias 5 a 13 de Outubro – num momento em que o desemprego atingiu
os mais altos valores de sempre no nosso país -; e uma Greve Geral cuja
data será dentro em breve marcada pelo Conselho Geral da CGTP. Ambas serão,
certamente, momentos maiores de uma luta que cresce. E em relação a ambas é importante sublinhar o apelo formulado pelo Secretário-Geral da CGTP: são grandes acções de luta que devem mobilizar muito para além do mundo do trabalho, são acções onde os interesses, as reivindicações, os direitos, as aspirações, todas as lutas de todo o povo podem e devem integrar-se e activamente participar.
Não podemos antecipar a data, num processo em que a complexa correlação
de forças políticas e sociais está em acelerada evolução. Mas podemos afirmar:
em 29 de Setembro o rumo de desastre que as troikas vêm impondo ao país ficou
mais próximo da derrota. Está nas mãos dos trabalhadores e do povo aproximar o
dia em que essa derrota chegará.
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