Moçambique
defendeu ontem, em Addis Abeba, Etiópia, a necessidade do fortalecimento das
instituições de ensino nacionais para poderem formar os técnicos e
especialistas necessários para a correcta exploração dos seus recursos
naturais.
A ideia foi apresentada pelo vice-Ministro dos Recursos Minerais, Abdul
Razak, na segunda sessão de debates do VIII Fórum para o Desenvolvimento de
África sobre o tema “Recursos Minerais para o Desenvolvimento de África: uma
Nova Visão”.
Na ocasião, Abdul Razak
explicou que a ideia é que para além de as companhias exploradoras de recursos
nos países africanos formarem os seus quadros no estrangeiro, contribuírem para
fortalecer as instituições de ensino locais para que também possam formar
técnicos da área.
“Se os países onde são
explorados os recursos naturais também estiverem em condições de formar
técnicos superiores e médios de várias áreas de exploração de recursos naturais
poderá reduzir a dependência externa de mão-de-obra especializada na matéria”,
explicou Razak.
Na sua explanação,
aquele governante afirmou que esse papel não deve ser apenas das grandes
multinacionais que operam em África, mas é preciso que os Governos se empenham
mais em criar condições para uma correcta exploração de seus recursos.
Abdul Razak apontou o
exemplo de Moçambique, onde estão a ocorrer descobertas de diferentes recursos
naturais com destaque para os hidrocarbonetos, onde o Governo está a trabalhar
com as empresas que operam na área para a necessidade de se alargar e expandir
a capacidade de formação em gestão e exploração de recursos naturais.
“Estas companhias já
estão a formar técnicos nacionais dentro e fora do país, mas nos estamos a
incentivar a instalação de uma maior capacidade de formação interna em todos os
níveis de ensino”, acrescentou Razak, apontando as companhias Vale Moçambique,
Rio Tinto, ENI, Petronas entre outras como as que estão a aderir a essa
iniciativa.
Abdul Razak apresentou
essa posição reforçando a ideia do painel de debates que defendeu a pertinência
de os países africanos estabelecerem mais capacidades e competências para
poderem estar em melhores condições de negociar a exploração de seus recursos e
na elaboração de leis consentâneas com as necessidades de cada país.
Sobre a participação de
Moçambique no VIII Fórum para o Desenvolvimento de África, Abdul Razak, afirmou
que a ocasião serve para ouvir as experiencias de outros países na exploração
de recursos naturais e com base nisso aproveitar alguns conhecimentos que
sirvam de exemplo para que possam aplicados no país, bem como apresentar a
experiencia nacional.
No mesmo debate
falou-se ainda da necessidade os países procurarem melhorar a gestão de seus
recursos para que possam ter mais benefícios, com destaque para as receitas,
desenvolvimento interno, envolvimento de empresas nacionais na exploração e
prestação de outros serviços.
A delegação
moçambicana a este fórum é composta por Abdul Razak, vice-Ministro dos Recursos
Minerais, Amélia Muendane, vice-Ministra da Planificação e Desenvolvimento,
alguns quadros superiores desses ministérios incluindo das finanças bem como
por representantes da Sociedade Civil e dos órgãos das Nações Unidas baseados
no país. (Alcides Tamele, em Addis Abeba)
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