sexta-feira, 11 de outubro de 2019

BRICS, África do Sul/Prisão de Lula mostra brutalidade do capitalismo, diz líder sul-africano Moleko Pakhedi


10.09.2019, Comitê Lula Livre (Brasil) https://lulalivre.org.br/prisao-de-lula-mostra-brutalidade-do-capitalismo-diz-lider-sul-africano-moleko-pakhedi-em-visita-a-vigilia-lula-livre/ 

 

por Redação

 

Moleko Pakhedi/Foto: Valmir Fernandes

“É muito emocionante estar aqui, mas só mostra a brutalidade do sistema sob o governo capitalista, e que o judiciário pode ser completamente parcial”. A frase é do sul-africano Moleko Pakhedi, após conhecer a Vigília Lula Livre, em Curitiba. Ele é vice-presidente nacional do Partido Socialista Revolucionário dos Trabalhadores da África do Sul (SRWP) e vice-secretário geral da Federação Sul-africana de Sindicatos (Saftu), e esteve na capital paranaense no dia 4 de setembro.

O líder conheceu todos os espaços da luta pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos arredores da Superintendência da Polícia Federal, na região norte de Curitiba, onde Lula é preso político desde
o dia 7 de abril de 2018.

“Eu fico muito encorajado e tenho muita gratidão ao povo brasileiro por essa resistência e pela campanha pela liberdade de Lula. O trabalho que vem sendo feito pelo MST é muito valoroso, não tem como medir”, enfatizou, se referindo à presença permanente e numerosa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na Vigília.

Pakhedi classificou como “um pesadelo” o fato de um líder da classe trabalhadora estar na prisão, apesar dos inúmeros problemas revelados no seu julgamento. “Não exitamos em fazer uma campanha pela sua liberdade, e vamos continuar fazendo isso. Estamos organizando marchas e petições na África do Sul, como parte do programa da Assembleia Internacional dos Povos, fazendo o chamado para que ele seja libertado”, explicou.

“Eu tive o privilégio de conhecê-lo [Lula] quando ele veio pro Sul da África e falou para o nosso comitê executivo. É um momento que todos nós levamos com muito carinho como revolucionários”, disse. Lula é considerado um exemplo de liderança popular: “Depois que a gente viu o que ele fez com o Brasil e a similaridade entre os dois países, a gente ficou muito inspirado”.

O congresso da Federação Sul-africana de Sindicato chegou a aprovar o “Momento Lula”, nome usado para expressar os temas relacionadas ao enfrentamento à pobreza, à desigualdade e ao desemprego.

Neo-colonização
Moleko Pakhedi avalia o capitalismo como um “sistema de ferro” que está entrando numa crise muito intensa e sem saídas reais, e que a África vive uma “regressão”, a exemplo do que ocorre no contexto global. “Há um avanço de governos de direita, governos que se submetem ao FMI e a essas grandes agências mundiais, às demandas das corporações internacionais e aos interesses capitalistas”.

Ao se referir especificamente ao contexto da África do Sul, explica que o cenário é de “neo-colonização”, em que uma agenda imperialista está tomando lugar e se sobrepondo aos interesses nacionais.

Para Pakhedi, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, reeleito em maio deste ano, pertence a um grupo que está no poder desde 1994 (ano do fim do apartheid), quando se iniciam governos neoliberais. “O que eles fazem é proteger os interesses dos nossos antigos colonizadores”.

Na última semana, a África do Sul vive uma onda de violência xenofóbica – pelo menos 10 pessoas foram mortas e 420 presas. O desemprego aparece como um dos principais motivadores da violência contra africanos vindos de outros países. Dados oficiais indicam a marca de 28% da população sem trabalho.

“Estou muito triste por saber que hoje, na África do Sul, a classe classe trabalhadora está se voltando uma contra a outra, uma situação de africanos contra africanos. Não é assim que a gente lida com problemas da África e da África do Sul. As pessoas precisam entender que a nossa crise é uma crise do capitalismo, e que o inimigo é o capitalismo”.

Assim como no Brasil, Pakhedi aponta a desigualdade na distribuição das terras como um dos maiores problemas da África do Sul. “10% da população, brancos, são proprietários de 72% da terra. Por outro lado, 10% da terra é propriedade de 90% da população. E esse é um problema que a gente precisa lidar urgentemente, se quisermos enfrentar a pobreza, a desigualdade, o desemprego, falta de moradia, falta de terra. Essa terra foi roubada da gente. E a maior parte dessa terra continua improdutiva, muito similar ao que acontece aqui”.

*Editado por Fernanda Alcântara

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BRICS, China/Lula Livre até na China: Comitê é lançado com o filme Democracia em vertigem

por Redação

O coletivo Esquerda Brasileira na China, composto por quase 90 pessoas espalhadas pelo país, lançou oficialmente neste domingo, dia 6 de outubro, o Comitê Lula Livre na China.

Na carta de intenções divulgada o grupo explica que “o objetivo é envolver o maior número de chineses no debate para que se crie a consciência na China sobre o processo político que levou a prisão a maior liderança de esquerda do Brasil, responsável pela redução de enormes desigualdades e da ampliação das relações bilaterais com a China”, explicam.

Para Mariana Yante, membro do Comitê em Shangai, a iniciativa é resultado do encontro dessas pessoas que começaram a se agrupar desde o processo eleitoral de 2018,e de algumas que se propuseram a estar mais de perto envolvidas com isso, mas o desafio de mobilização e visibilidade na China é provavelmente muito similar ao encontrado no Brasil e em quaisquer outras partes do mundo.

“Uma parte significativa da comunidade brasileira aqui está ora alijada completamente da política (como cidadania), ora aliada a uma agenda econômica pragmática e de curto prazo, que ainda não sentiu os efeitos da atual política externa do Brasil”, afirma Yante.
O grupo que compõe a organização, assim como as pessoas que se identificam com o projeto e a campanha Lula Livre na China, é bastante heterogêneo. “Existem indivíduos envolvidos com a academia, com os movimentos sociais ou que, independentemente de sua atuação, reivindicam a causa Lula Livre como parte das conquistas democráticas e cidadãs cujo retrocesso não querem ver”, confirma Mariana.

De acordo com o coletivo, o desafio é promover o debate sobre o que representa Lula simbolicamente no contexto de cooperação Sul-Sul e, como líder e indivíduo, epicentro das liberdades que o país conquistou, e trazer à tona empatia e engajamento pela causa.
A data de lançamento do comitê foi escolhida, pois “marca quase um ano de quando deveria ter sido a eleição do Presidente Lula em primeiro turno e seu retorno ao Planalto, houvesse real democracia em nosso país”, afirmam.

“O que nos move é a consciência de que toda ajuda neste sentido se soma aos esforços e à vontade de milhões de pessoas e que, portanto, é dever nosso colocar os recursos que estão ao nosso alcance para ajudar.”

“Por enquanto ainda é cedo para se criar quaisquer expectativas. O que nos move é a consciência de que toda ajuda neste sentido se soma aos esforços e à vontade de milhões de pessoas e que, portanto, é dever nosso colocar os recursos que estão ao nosso alcance para ajudar”, afirma Rodrigo do Val, membro do Comitê.

Mas para comemorar a iniciativa o grupo preparou programação especial com direito a exibição do documentário “Democracia em Vertigem”, legendado para o Mandarim, com debate ao final. Confira:

Local: Gypsy Bar
Endereço: Changle Road 462, Huhui District, Shanghai, China.
Data: 6 de outubro de 2019
Horário: A partir das 15:00 (hora de Shangai)

Programação:
15:00 – Exibição do documentário “Democracia em Vertigem”, legendado para o Mandarim.
17:00 – Apresentação da Lian Andrade, mãe da Diretora Petra Costa, sobre sua luta na juventude e momento atual
18:00 – Lançamento do Comitê Lula Livre na China
19:00 – Confraternização do Coletivo Esquerda Brasileira na China com uma roda de samba

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Mercosul, Brasil/Presidente da maior central sindical americana entrega prêmio a Lula

Atualizado em 7 de outubro de 2019, 22:37, Brasil 247 (Brasil) https://www.brasil247.com/blog/presidente-da-maior-central-sindical-americana-entrega-premio-a-lula

Indicado ao Prêmio Nobel da Paz, o ex-presidente Lula receberá outro prêmio internacional na quinta-feira, dia 10, informa a jornalista Tereza Cruvinel. "Richard Trumka, presidente da maior central sindical norte-americana, a AFL-CIO, vai a Curitiba entregar-lhe o Premio George Meany-Lane Kirkland de Direitos Humanos 2019"

Indicado ao Prêmio Nobel da Paz, que será conhecido na sexta-feira, o ex-presidente Lula receberá outro prêmio internacional na quinta-feira, dia 10.  Richard Trumka, presidente da maior central sindical norte-americana, a AFL-CIO, vai a Curitiba entregar-lhe o Premio George Meany-Lane Kirkland  de Direitos Humanos 2019.  O secretário-geral da maior central espanhola, a UGT, Pepe Alvarez também visita Lula na quinta.

A projeção da campanha Lula Livre fora do Brasil e sua caracterização como preso político aumentam o desconforto interno com uma situação que joga mais lenha na queima da imagem internacional do país. Cada distinção externa, como a concessão do título de cidadão honorário de Paris, faz aumentar a busca por solução para o caso de Lula, que já recusou a progressão de regime proposta por seus próprios acusadores, os procuradores da Lava Jato, persistindo na proclamação de sua inocência e na denúncia de sua condenação como uma trampa da Lava Jato para impedir sua eleição. Bolsonaro se elegeu e premiou Moro com o Ministério da Justiça.

Em seu comunicado sobre a concessão do prêmio a Lula, em março passado, a AFL-CIO, que tem mais de 10 milhões de trabalhadores filiados e congrega 54 federações sindicais, relata a trajetória de Lula, sua atuação sindical e os êxitos de seu governo para concluir: “as elites privilegiadas minaram as frágeis instituições democráticas do pais, especialmente o Judiciário, e tomaram medidas extraordinárias e ilegais para impedir Lula de disputar a presidência em 2018, quando todas as pesquisas previam sua vitória. Desde 7 de abril de 2018 Lula é um prisioneiro político, condenados por “atos oficiais indeterminados”.

Na semana passada, a ex-presidente Dilma foi uma convidadas internacionais da UGT para a festa de seus 130 anos. A central sindical encampou o pedido de apoio que ela fez a partidos e sindicatos espanhóis à campanha pela libertação de Lula. A visita do secretário-geral Pepe Alvarez faz parte deste esforço.

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