10.09.2019,
Comitê Lula Livre (Brasil) https://lulalivre.org.br/prisao-de-lula-mostra-brutalidade-do-capitalismo-diz-lider-sul-africano-moleko-pakhedi-em-visita-a-vigilia-lula-livre/
por
Redação
Moleko Pakhedi/Foto: Valmir Fernandes
“É muito emocionante estar aqui, mas só mostra a
brutalidade do sistema sob o governo capitalista, e que o judiciário pode ser
completamente parcial”. A frase é do sul-africano Moleko Pakhedi, após conhecer
a Vigília Lula Livre, em Curitiba. Ele é vice-presidente nacional do Partido
Socialista Revolucionário dos Trabalhadores da África do Sul (SRWP) e
vice-secretário geral da Federação Sul-africana de Sindicatos (Saftu), e esteve
na capital paranaense no dia 4 de setembro.
O líder conheceu todos os espaços da luta pela liberdade
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos arredores da Superintendência da
Polícia Federal, na região norte de Curitiba, onde Lula é preso político desde
o dia 7 de abril de 2018.
“Eu fico muito encorajado e tenho muita gratidão ao povo
brasileiro por essa resistência e pela campanha pela liberdade de Lula. O
trabalho que vem sendo feito pelo MST é muito valoroso, não tem como medir”,
enfatizou, se referindo à presença permanente e numerosa do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra na Vigília.
Pakhedi classificou como “um pesadelo” o fato de um líder
da classe trabalhadora estar na prisão, apesar dos inúmeros problemas revelados
no seu julgamento. “Não exitamos em fazer uma campanha pela sua liberdade, e
vamos continuar fazendo isso. Estamos organizando marchas e petições na África
do Sul, como parte do programa da Assembleia Internacional dos Povos, fazendo o
chamado para que ele seja libertado”, explicou.
“Eu tive o privilégio de conhecê-lo [Lula] quando ele
veio pro Sul da África e falou para o nosso comitê executivo. É um momento que
todos nós levamos com muito carinho como revolucionários”, disse. Lula é
considerado um exemplo de liderança popular: “Depois que a gente viu o que ele
fez com o Brasil e a similaridade entre os dois países, a gente ficou muito
inspirado”.
O congresso da Federação Sul-africana de Sindicato chegou
a aprovar o “Momento Lula”, nome usado para expressar os temas relacionadas ao
enfrentamento à pobreza, à desigualdade e ao desemprego.
Neo-colonização
Moleko Pakhedi avalia o capitalismo como um “sistema de
ferro” que está entrando numa crise muito intensa e sem saídas reais, e que a
África vive uma “regressão”, a exemplo do que ocorre no contexto global. “Há um
avanço de governos de direita, governos que se submetem ao FMI e a essas
grandes agências mundiais, às demandas das corporações internacionais e aos
interesses capitalistas”.
Ao se referir especificamente ao contexto da África do
Sul, explica que o cenário é de “neo-colonização”, em que uma agenda
imperialista está tomando lugar e se sobrepondo aos interesses nacionais.
Para Pakhedi, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa,
reeleito em maio deste ano, pertence a um grupo que está no poder desde 1994
(ano do fim do apartheid), quando se iniciam governos neoliberais. “O que eles
fazem é proteger os interesses dos nossos antigos colonizadores”.
Na última semana, a África do Sul vive uma onda de violência
xenofóbica – pelo menos 10 pessoas foram mortas e 420 presas. O desemprego
aparece como um dos principais motivadores da violência contra africanos vindos
de outros países. Dados oficiais indicam a marca de 28% da população sem
trabalho.
“Estou muito triste por saber que hoje, na África do Sul,
a classe classe trabalhadora está se voltando uma contra a outra, uma situação
de africanos contra africanos. Não é assim que a gente lida com problemas da
África e da África do Sul. As pessoas precisam entender que a nossa crise é uma
crise do capitalismo, e que o inimigo é o capitalismo”.
Assim como no Brasil, Pakhedi aponta a desigualdade na
distribuição das terras como um dos maiores problemas da África do Sul. “10% da
população, brancos, são proprietários de 72% da terra. Por outro lado, 10% da
terra é propriedade de 90% da população. E esse é um problema que a gente
precisa lidar urgentemente, se quisermos enfrentar a pobreza, a desigualdade, o
desemprego, falta de moradia, falta de terra. Essa terra foi roubada da gente.
E a maior parte dessa terra continua improdutiva, muito similar ao que acontece
aqui”.
*Editado por Fernanda Alcântara
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BRICS, China/Lula Livre até na
China: Comitê é lançado com o filme Democracia em vertigem
06.10.2019, Comitê Lula Livre (Brasil) https://lulalivre.org.br/comite-lula-livre-china-sera-lancado-neste-domingo-com-exibicao-de-democracia-em-vertigem/
por
Redação
O
coletivo Esquerda Brasileira na China, composto por quase 90 pessoas espalhadas
pelo país, lançou oficialmente neste domingo, dia 6 de outubro, o Comitê Lula
Livre na China.
Na
carta de intenções divulgada o grupo explica que “o objetivo é envolver o maior
número de chineses no debate para que se crie a consciência na China sobre o
processo político que levou a prisão a maior liderança de esquerda do Brasil,
responsável pela redução de enormes desigualdades e da ampliação das relações
bilaterais com a China”, explicam.
Para
Mariana Yante, membro do Comitê em Shangai, a iniciativa é resultado do
encontro dessas pessoas que começaram a se agrupar desde o processo eleitoral
de 2018,e de algumas que se propuseram a estar mais de perto envolvidas com
isso, mas o desafio de mobilização e visibilidade na China é provavelmente muito
similar ao encontrado no Brasil e em quaisquer outras partes do mundo.
“Uma
parte significativa da comunidade brasileira aqui está ora alijada
completamente da política (como cidadania), ora aliada a uma agenda econômica
pragmática e de curto prazo, que ainda não sentiu os efeitos da atual política
externa do Brasil”, afirma Yante.
O
grupo que compõe a organização, assim como as pessoas que se identificam com o
projeto e a campanha Lula Livre na China, é bastante heterogêneo. “Existem
indivíduos envolvidos com a academia, com os movimentos sociais ou que,
independentemente de sua atuação, reivindicam a causa Lula Livre como parte das
conquistas democráticas e cidadãs cujo retrocesso não querem ver”, confirma
Mariana.
De
acordo com o coletivo, o desafio é promover o debate sobre o que representa
Lula simbolicamente no contexto de cooperação Sul-Sul e, como líder e
indivíduo, epicentro das liberdades que o país conquistou, e trazer à tona
empatia e engajamento pela causa.
A
data de lançamento do comitê foi escolhida, pois “marca quase um ano de quando
deveria ter sido a eleição do Presidente Lula em primeiro turno e seu retorno
ao Planalto, houvesse real democracia em nosso país”, afirmam.
“O
que nos move é a consciência de que toda ajuda neste sentido se soma aos
esforços e à vontade de milhões de pessoas e que, portanto, é dever nosso
colocar os recursos que estão ao nosso alcance para ajudar.”
“Por
enquanto ainda é cedo para se criar quaisquer expectativas. O que nos move é a
consciência de que toda ajuda neste sentido se soma aos esforços e à vontade de
milhões de pessoas e que, portanto, é dever nosso colocar os recursos que estão
ao nosso alcance para ajudar”, afirma Rodrigo do Val, membro do Comitê.
Mas
para comemorar a iniciativa o grupo preparou programação especial com direito a
exibição do documentário “Democracia em Vertigem”, legendado para o Mandarim,
com debate ao final. Confira:
Local: Gypsy Bar
Endereço: Changle Road 462, Huhui District, Shanghai, China.
Data: 6 de outubro de 2019
Horário: A partir das 15:00 (hora de Shangai)
Programação:
15:00 – Exibição do documentário “Democracia em Vertigem”, legendado para o Mandarim.
17:00 – Apresentação da Lian Andrade, mãe da Diretora Petra Costa, sobre sua luta na juventude e momento atual
18:00 – Lançamento do Comitê Lula Livre na China
19:00 – Confraternização do Coletivo Esquerda Brasileira na China com uma roda de samba
Local: Gypsy Bar
Endereço: Changle Road 462, Huhui District, Shanghai, China.
Data: 6 de outubro de 2019
Horário: A partir das 15:00 (hora de Shangai)
Programação:
15:00 – Exibição do documentário “Democracia em Vertigem”, legendado para o Mandarim.
17:00 – Apresentação da Lian Andrade, mãe da Diretora Petra Costa, sobre sua luta na juventude e momento atual
18:00 – Lançamento do Comitê Lula Livre na China
19:00 – Confraternização do Coletivo Esquerda Brasileira na China com uma roda de samba
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Mercosul, Brasil/Presidente da maior central sindical americana
entrega prêmio a Lula
Atualizado
em 7 de outubro de 2019, 22:37, Brasil 247 (Brasil) https://www.brasil247.com/blog/presidente-da-maior-central-sindical-americana-entrega-premio-a-lula
Indicado ao Prêmio Nobel da Paz,
o ex-presidente Lula receberá outro prêmio internacional na quinta-feira, dia
10, informa a jornalista Tereza Cruvinel. "Richard Trumka, presidente da
maior central sindical norte-americana, a AFL-CIO, vai a Curitiba entregar-lhe
o Premio George Meany-Lane Kirkland de Direitos Humanos 2019"
Indicado ao Prêmio Nobel da Paz, que
será conhecido na sexta-feira, o ex-presidente Lula receberá outro prêmio
internacional na quinta-feira, dia 10. Richard Trumka, presidente da
maior central sindical norte-americana, a AFL-CIO, vai a Curitiba entregar-lhe
o Premio George Meany-Lane Kirkland de Direitos Humanos 2019. O
secretário-geral da maior central espanhola, a UGT, Pepe Alvarez também visita
Lula na quinta.
A projeção da campanha Lula Livre
fora do Brasil e sua caracterização como preso político aumentam o desconforto
interno com uma situação que joga mais lenha na queima da imagem internacional
do país. Cada distinção externa, como a concessão do título de cidadão
honorário de Paris, faz aumentar a busca por solução para o caso de Lula, que
já recusou a progressão de regime proposta por seus próprios acusadores, os
procuradores da Lava Jato, persistindo na proclamação de sua inocência e na
denúncia de sua condenação como uma trampa da Lava Jato para impedir sua
eleição. Bolsonaro se elegeu e premiou Moro com o Ministério da Justiça.
Em seu comunicado sobre a
concessão do prêmio a Lula, em março passado, a AFL-CIO, que tem mais de 10
milhões de trabalhadores filiados e congrega 54 federações sindicais, relata a
trajetória de Lula, sua atuação sindical e os êxitos de seu governo para
concluir: “as elites privilegiadas minaram as frágeis instituições democráticas
do pais, especialmente o Judiciário, e tomaram medidas extraordinárias e
ilegais para impedir Lula de disputar a presidência em 2018, quando todas as
pesquisas previam sua vitória. Desde 7 de abril de 2018 Lula é um prisioneiro
político, condenados por “atos oficiais indeterminados”.
Na semana passada, a
ex-presidente Dilma foi uma convidadas internacionais da UGT para a festa de
seus 130 anos. A central sindical encampou o pedido de apoio que ela fez a
partidos e sindicatos espanhóis à campanha pela libertação de Lula. A visita do
secretário-geral Pepe Alvarez faz parte deste esforço.
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