sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Mercosul, Brasil/WhatsApp confirma o envio massivo ilegal de mensagens nas eleições brasileiras de 2018


por Redação

O WhatsApp admitiu pela primeira vez que a eleição brasileira de 2018 teve uso de envios massivos de mensagens, com sistemas automatizados contratados de empresas.

“Na eleição brasileira do ano passado houve a atuação de empresas fornecedoras de envios massivos de mensagens, que violaram nossos termos de uso para atingir um grande número de pessoas”, afirmou Ben Supple, gerente de políticas públicas e eleições globais do WhatsApp, em palestra no Festival Gabo.

Em uma série de reportagens desde outubro do ano passado, a Folha revelou a contratação durante a campanha eleitoral de empresas de marketing que faziam envios massivos de mensagens políticas, usando de forma fraudulenta CPFs de idosos e até
contratando agências estrangeiras.

Uma das reportagens noticiou que empresários apoiadores do então candidato Jair Bolsonaro (PSL) bancaram o disparo de mensagens em massa contra o petista Fernando Haddad.

O TSE veda o uso de ferramentas de automatização, como os softwares de disparo em massa. Além disso, conforme mostrou a Folha, empresários contrataram disparos a favor e contra candidatos, sem declarar esses gastos à Justiça Eleitoral, o que configura o crime de caixa dois.

No mesmo evento, o executivo do WhatsApp condenou os grupos públicos da plataforma acessados por meio de links que distribuem conteúdo político, na maior parte das vezes relacionados ao governo Bolsonaro.

“Vemos esses grupos como tabloides sensacionalistas, onde as pessoas querem espalhar uma mensagem para uma plateia e normalmente divulgam conteúdo mais polêmico e problemático”, disse. “Nossa visão é: não entre nesses grupos grandes, com gente que você não conhece: saia desses grupos e os denuncie.”

O executivo do WhatsApp afirmou que a plataforma desencoraja “o uso dos grupos como listas de transmissão” de conteúdos, como ocorre com muitos grupos de apoiadores de políticos. “O WhatsApp foi criado para abrigar conversas orgânicas, entre famílias e amigos.”

Indagado se o uso do WhatsApp por campanhas políticas violava as regras, ele afirmou: “Não viola desde que se respeitem todos os termos de uso [que vedam automação e envio massivo]. Todos estão sujeitos aos mesmos critérios, não importa se quem usa é um candidato à Presidência ou um camponês do interior da Índia.”

​Supple reconheceu a influência do aplicativo em processos eleitorais. ”Sabemos que eleições podem ser vencidas ou perdidas no WhatsApp”, disse. E afirmou que o WhatsApp despachou equipes para acompanhar as eleições de Índia, Indonésia e Parlamento Europeu no primeiro semestre.

Segundo o executivo, a plataforma já esperava que as eleições brasileiras de 2018 fossem palco de campanhas de desinformação. “Sempre soubemos que a eleição brasileira seria um desafio. Era uma eleição muito polarizada e as condições eram ideais para a disseminação de desinformação”, disse.

“No Brasil, muita gente usa o WhatsApp como fonte primária de informação e não tem meios para verificar a veracidade do conteúdo.” No entanto, apenas uma minoria comete irregularidades, afirma.

O executivo disse que a empresa vem adotando uma série de medidas para bloquear contas que violam as normas ao fazer envio automatizado ou massivo. E relatou que desde janeiro, quando o número de reencaminhamentos de uma mensagem foi limitado a cinco, o número total de reencaminhamentos caiu 25%. Supple afirmou que o WhatsApp tem banido 2 milhões de contas por mês.

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Mercosul, Brasil/Movimentos pedem #JustiçaParaLula em ato unificado na Avenida Paulista neste domingo

por Redação

Em apoio a decisão do ex-presidente Lula em não aceitar a troca de regime de prisão – de fechado para semiaberto – conforme pedido à Justiça pelos procuradores da Lava Jato, as frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, juntamente com o Comitê Lula Livre farão ato na avenida Paulista, domingo, 13, a partir das 14h.

Pela lei, Lula já teria o direito a trocar de regime, mas ele se recusa por entender que isso fere sua dignidade, já que foi condenado sem provas e exige que seja considerado inocente para sair da prisão. “ Lula não reconhece a legitimidade do processo que o colocou no cárcere. A partir do momento em que não reconhece a legitimidade, não está obrigado a aceitar qualquer condição do Estado”, explica o advogado Cristiano Zanin.

Em entrevista recente, o próprio Lula reafirmou sua posição. “Eu não recuso minha liberdade. Se tem uma coisa que eu quero na vida é ir para minha casa, viver com meus filhos e minha família. O que eu não posso aceitar é a tese de que eu estou assistindo uma progressão porque eu cometi um crime e já cumpri 1/6 da pena”.

Lula afirma que pretende deixar a sede da Polícia Federal, em Curitiba (PR), “com a inocência 100% comprovada.

Para os dirigentes das frentes que convocam o ato e centenas de juristas, a manobra da força-tarefa é tão evidente que, em um gesto inédito, os procuradores indicaram até mesmo a disposição de atenuar algumas exigências que vem sendo adotadas no caso de outros réus da Lava Jato.

“A cada dia que passa, novas arbitrariedades da Operação Lava Jato vem a público. As informações publicadas pelo The Intercept Brasil e por diferentes veículos de comunicação comprovam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não teve um julgamento justo. Sérgio Moro e Deltan Dallagnol armaram uma farsa para condenar Lula”, afirmam os organizadores do ato.

“Vamos todas e todos às ruas fortalecer a luta pela liberdade de Lula que agora defende sua dignidade de mais uma armação dos procuradores do Ministério Publico Federal que agora tentam manobrar para esconder a injustiça que cometeram”, convoca Natália Szermeta, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, que integra a Frente Povo Sem Medo.

O ato na Paulista contará com a presença de lideranças, o boneco Lula Gigante e ação do coletivo Alvorada.

O objeto de desejo chamado Lula
As recentes revelações do ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot denunciou a obsessão dos procuradores de Curitiba por Lula figura e as manobras que fizeram para que uma de suas acusações fossem fundamentadas.

O ministro do Supremo Gilmar Mendes, afirmou nesta segunda-feira, 7, que conteúdo das mensagens reveladas pelo Intercept mostram que Sérgio Moro atuava em conúbio espúrio com a Procuradoria: indicava testemunha, fazia combinações, escalava procuradores.

“A defesa do Lula apontou a atuação equivocada [de juízes e procuradores] desde o começo, e trouxe isso para o Supremo, em termos documentais, e isso será devidamente analisado”, disse Mendes.

Frente as recentes reveses vividos pela força tarefa, juristas de todo o país, advogados, professores, procuradores e juízes, somando-se ao manifesto de juristas internacionais, que também reconhecem Lula como preso político brasileiro, vieram a público manifestar apoio.

Para o ex-ministro Celso Amorim, estamos em um momento crucial para que o ex-presidente Lula seja libertado, mas para isso é preciso que o povo se manifeste pedindo Lula Livre. “Por isso vamos a Avenida Paulista neste domingo, 13”, reforça. “Um inocente não troca a liberdade por sua dignidade. Ele quer os dois. Vamos dar um grito pela liberdade e pela dignidade de Lula”, completa a ex-presidenta Dilma Rousseff.


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