terça-feira, 22 de outubro de 2019

CPLP, Angola/Vaticano investiga negócio milionário entre cardeal e empresário angolano



Investigação a um investimento de 200 milhões de dólares (180 milhões de euros) considerado pouco transparente, que envolveu o empresário angolano António Mosquito

O Vaticano esteve a investigar um investimento de 200 milhões de dólares (180 ME) considerado pouco transparente, que envolveu o empresário angolano António Mosquito, informou esta sexta-feira o jornal Financial Times.

A Secretaria de Estado do Vaticano recorreu a consultores externos, em 2012, para realizar um empréstimo de 200 milhões de dólares, com fundos que tinha em contas bancárias suíças, à Falcon Oil, uma empresa petrolífera angolana, controlada pelo conhecido empresário de Angola António Mosquito, também com negócios em Portugal.

Porém, depois de ter decidido não conceder o empréstimo à Falcon Oil, a Secretaria do Vaticano decidiu investir a verba, juntamente com um fundo italiano com sede em Londres, na compra de
uma participação minoritária num imóvel que aquela entidade financeira já tinha no exclusivo bairro londrino de Chelsea.

O negócio imobiliário de Londres foi o objeto da investigação judicial da Santa Sé, no decurso da qual a polícia do Vaticano apreendeu documentos e computadores dos escritórios da Secretaria de Estado.

O Vaticano recusou-se a comentar o conteúdo da investigação, limitando-se a informar que foram investigadas transações financeiras passadas.

O empresário angolano António Mosquito, que foi acionista de referência da Global Média, proprietária entre outros títulos do Diáro de Notícias, Jornal de Notícias e da rádio TSF, e possuiu a maioria do capital da construtora Soares da Costa, aproximou-se diretamente do Vaticano para propor um investimento de 200 milhões de dólares (180 ME), disse uma autoridade sénior da Santa Sé.

António Mosquito conhecia o cardeal Giovanni Angelo Becciu, desde que este fora embaixador do Vaticano em Angola, entre 2001 e 2009.

A Falcon Oil e o empresário Mosquito não responderam ao pedido do FT de um comentário sobre esta investigação, escreve o jornal.

Até 2018, o cardeal Becciu era o segundo mais alto funcionário da Secretaria de Estado do Vaticano, reportando diretamente a Bento XVI e, mais tarde, ao papa Francisco.
A realização do investimento imobiliário de Londres foi autorizada por aquele cardeal, disseram fontes diretamente envolvidas na operação.

Mosquito entrou em contacto com a Secretaria de Estado, como qualquer outra pessoa poderia facilmente ter feito", disse Alberto Perlasca, ex-alto funcionário do gabinete da Administração da Secretaria do Vaticano e atual presidente da Transparência Internacional.

"O facto de nada ter sido feito mostra que a Secretaria de Estado foi escrupulosa no exame do investimento, além de qualquer consideração de pessoa ou de amizade", acrescentou.
Perlasca não respondeu diretamente a perguntas sobre por que um empréstimo de 200 milhões de dólares para uma plataforma petrolífera angolana foi considerado um possível investimento adequado.

Em 2012, a Falcon Oil detinha uma participação de 5% num bloco de exploração offshore angolana 15/06, cujos maiores acionistas eram e ainda são a petrolífera italiana Eni e a sua congénere estatal angolana Sonangol.

A Falcon Oil estava a tentar um empréstimo de 200 milhões de dólares com o objetivo de financiar a sua contribuição para a construção de uma plataforma offshore que estava para arrancar naquele bloco.

O cardeal Becciu recusou-se a responder diretamente às perguntas do Financial Times.
Por seu lado, o WRM, um fundo de investimento de Raffaele Mincione que detinha a maioria do edifício londrino, admitiu que fez a análise do investimento em Angola.

O Credit Suisse, em nome da Santa Sé, solicitou ao WRM que realizasse a devida diligência sobre o projeto de petróleo com o objetivo de investir 200 milhões de dólares”, afirmou.

A nossa análise foi extensa e levou-nos a recomendar ao Credit Suisse e à Santa Sé que não realizasse esse investimento".

O Credit Suisse, banco que também está a ser investigado por suspeitas de envolvimento de alguns dos seus responsáveis no processo designado de dívidas ocultas em Moçambique, também se recusou a fazer comentários sobre a investigação do Vaticano.

O Credit Suisse atuava como banco privado da Secretaria de Estado do Vaticano e assessorava os seus investimentos.

O WRM adiantou ainda que não teve conhecimento direto da investigação do Vaticano sobre o investimento da Secretaria na sua propriedade em Londres e disse estar confiante de que não cometeu nenhum erro.

OBS.: Dois outros artigos de interesse, publicados a seguir a este, são “Papa Francisco aceita pedido de demissão do chefe de segurança do Vaticano” eThe Plot to Overthrow the Pope”. O primeiro se refere a fuga de documento do Vaticano. O segundo apresenta importantes detalhes sobre o combate do Papa Francisco contra corrupção no Vaticano.



Papa Francisco aceitou esta segunda-feira o pedido de demissão do comandante da polícia do Vaticano, Domenico Giani, após a divulgação de informações confidenciais sobre uma investigação em curso por supostas irregularidades financeiras.

Uma revista italiana publicou uma nota da polícia do Vaticano, assinada por Domenico Giani em 02 de outubro, exibindo as fotos e os nomes de cinco pessoas sob investigação "suspensas por precaução" das suas funções, dirigida aos funcionários da força de segurança e dos guarda suíços que vigiam os portões da cidade do Vaticano.

"Esta publicação é prejudicial à dignidade das pessoas envolvidas e à imagem da Guarda do Vaticano", indicou esta segunda-feira em comunicado a Santa Sé, anunciando que o Papa Francisco aceitou a renúncia de Domenico Giani.

Esta fuga de documentos é agora objeto de uma investigação separada, a pedido do Papa.
Pope Francis accepted the resignation of Domenico Giani, head of the #VaticanPolice, nearly two weeks after an internal security notice was leaked to the Italian press. http://go.sentinel.org/33sRUFg 

O chefe da Igreja Católica descreveu essa "disseminação ilícita" de "pecado mortal, uma vez que prejudica a dignidade das pessoas e o princípio da presunção de inocência", referiu no sábado o diretor da sala de imprensa do Vaticano, Matteo Bruni.

"Para assegurar a devida serenidade à investigação em curso (...) Domenico Giani apresentou a sua demissão ao Santo Padre por amor à Igreja e fidelidade ao Sucessor de Pedro", indicou o gabinete de imprensa do Vaticano em comunicado.

O Papa Francisco agradeceu a "fidelidade e lealdade" de Giani, bem como o seu "profissionalismo", segundo a Santa Fé.

Em 02 de outubro, a Justiça do Vaticano apreendeu documentos e material informático na Secretaria de Estado e Autoridade de Informação Financeira (AIF), segundo a Santa Sé.

A operação foi autorizada por decreto pelo promotor de justiça do Vaticano depois de denúncias apresentadas no início do verão pelo Instituto para as Obras de Religião e pelo departamento do revisor geral, sobre transações financeiras realizadas ao longo do tempo.

A revista italiana L'Expresso revelou que cinco pessoas, incluindo o número dois da autoridade anti-branqueamento e um prelado, foram suspensos como parte da investigação.

O jornal publicou a nota da polícia mostrando os retratos de cinco suspeitos.
Segundo a L'Espresso, a investigação diz respeito a "operações imobiliárias no exterior", em particular num bairro de luxo de Londres.

O jornal diz que os investigadores estão a analisar os movimentos financeiros de contas nas quais circulam as doações dos fiéis feitos à Igreja (como o Denário de São Pedro).


Vatican/The Plot to Overthrow the Pope

October 8, 2019, Strategic Culture Foundation (Russia) https://www.strategic-culture.org/news/2019/10/08/plot-overthrow-pope/


The moment that Cardinal Jorge Bergoglio of Argentina was elected the first Jesuit Roman Catholic pontiff in papal history, the political long knives aimed at Pope Francis I came out of the shadows of the Vatican. From the outset of his papacy, Francis found himself dealing with his right-wing predecessor, Pope Benedict XVI – a rarity in papal history – who insisted on remaining domiciled in an apartment on Vatican grounds. Benedict has not remained in quiet retirement but has conspired with Francis’s politically influential enemies in the Vatican, Italy, the United States, and other countries.

Donald Trump, who has publicly criticized Francis, has not interfered as his surrogates, who include former White House strategist Steve Bannon; Cardinal Raymond Burke, the former Archbishop of St. Louis; Archbishop Carlo Maria Viganò, the former Apostolic Nuncio to the United States; and others have conspired with the powerful fascist-oriented Opus Dei sect of the church to undermine Francis’s authority. Trump’s eyes and ears inside the Vatican – US ambassador to the Holy See Callista Bisek Gingrich – is the wife of Newt Gingrich, the former Republican Speaker of the US House of Representatives, a convert to Catholicism, and a major Trump political ally.

Francis, a former bar bouncer in a tough working-class neighborhood of Buenos Aires, has not been a shrinking violet when it comes to fighting back against his right-wing enemies. Francis’s Italian parents were escaping Benito Mussolini’s fascist rule when
they emigrated to Argentina. For Francis, defending the church against the fascist Opus Dei and its allies is a battle worth fighting.

Francis’s enemies have taken a page from the Trump political book. Francis vowed to clean up the church of pedophile priests but he has been charged by his right-wing enemies, including Vigano, Burke, Bannon, Opus Dei, the Franciscan Friars of the Immaculate, and from behind the scenes – Benedict – of tolerating pedophiles and homosexuals in the church. This is the same sort of gaslighting to which Americans have become all-too-accustomed under Trump.

In order to limit Cardinal Burke’s international reach, Francis suspended him from the post of patron of the Sovereign Military Order of Malta (SMOM), an autonomous international charity entity in Rome that issues its own passports and maintains diplomatic relations with 107 countries and maintains permanent observer status at the United Nations. In 2017, Francis came to the assistance of the Grand Chancellor of the SMOM, Albrecht von Boeselager, after discovering that Burke and Opus Dei were conspiring to oust Boeselager, a member of a German royal house, as Grand Chancellor. Burke and the rightists wanted to sack Boeselager for distributing condoms to people in Myanmar. Francis suspended Burke and appointed Archbishop Giovanni Angelo Becciu as the Pope’s special envoy to the SMOM. Francis is now assured that with Boeselager and Becciu as his eyes and ears inside the SMOM, the rightists and Opus Dei are checkmated when it comes to using the diplomatic offices of the SMOM for their own purposes. Francis also banned the right-wing Franciscan Friars of the Immaculate from conducting public masses in Latin. As far as limiting the power of the rightists inside the Vatican City State, Francis appointed Cardinal Óscar Rodríguez Maradiaga from Honduras as his enforcer to rid the Vatican hierarchy of the pro-Benedict faction, as well as pedophile enablers and financial fraudsters, money launderers, and embezzlers.

Francis told the Italian newspaper “La Repubblica” that Roman Catholic officials have often been “narcissists, flattered and thrilled by their courtiers,” adding, “the court [the Vatican curia] is the leprosy of the papacy.”

On October 1, 2019, Francis ordered Vatican police to seize documents, computers, and portable electronic devices from the Vatican Secretary of State and the Financial Information Authority, the latter the financial watchdog of the Vatican. In addition to these two offices, Francis has also placed the Institute of Religious Works (IOR), the so-called “Vatican Bank,” under increased supervision and control. The IOR has been misused in the past for a number of covert operations, including the funding of several right-wing Central Intelligence Agency-linked terrorist groups and death squads in Latin America, particularly the Argentine Anticommunist Alliance (AAA), or “Triple A.”

Francis was also instrumental in denying to Bannon and Burke the use of a 13th century monastery, the Certosa di Trisulti in Collepardo in central Italy, as a training academy for neo-fascist political operatives from around the world. Bannon’s Brussels-based international “neo-fascisti” grouping, called “The Movement,” had made a deal with a group connected to Burke, the Institute of Human Dignity, or Dignitatis Humana Institute, to lease the 800-room monastery for political training. Burke is the president of the institute’s board of advisers, which provides a direct link between Burke and Bannon. Eleven Cardinals, all opponents of Francis, are on the board of advisers, including Walter Brandmuller; Edwin O’Brien, former Archbishop for the US Military Services and a proponent of the “Just War”; Robert Sarah, the former Archbishop of Conakry, Guinea and an opponent of large scale immigration; Peter Turkson of Ghana; Archbishop Malcolm Ranjith of Colombo, Sri Lanka; including US military intervention in Syria; and Joseph Zen Ze-kiun, a former Bishop of Hong Kong and leading opponent of China’s policies. Benjamin Harnwell, a noted conservative British Catholic, is the President of the Institute’s Board of Trustees. Bannon is both a member of the Board of Trustees and a patron of the institute.

Bannon called the proposed school the Academy for the Judaeo-Christian West. The Institute of Human Dignity and its British connections has led many to believe that it is also politically connected to the increasingly powerful Catholic wing of the British Conservative Party. Prime Minister Boris Johnson was baptized Catholic and the Speaker of the House of Commons, Jacob Rees-Mogg, is affiliated with right-wing Catholic circles.

From the outset, Francis understood that the Bannon training academy would bot only be targeting progressive forces around the world but also his papacy. It was fortuitous for Francis that Nicola Zingaretti, the president of the Lazio region, in which the monastery is located, condemned the lease by Bannon’s group. Zingaretti is a member of the left-wing faction of the Democratic Party, which includes former Christian Democrats and Socialists.

The coup de grace against the fascist academy came in May of this year when it was discovered that the 19-year lease guarantor, a person purporting to be an official of the Jyske Bank of Gibraltar, had forged the lease guarantee letter. On May 31, 2019, the Italian Ministry of Heritage annulled the lease. The forged letter and the financial fraud concerns that led Francis to order files seized from the IOR and the Vatican Secretariat of State are indications that the Catholic right-wing, including Opus Dei, are not conceding defeat but are doubling down using any means necessary, even if they are illegal.

There is little doubt in Rome that Pope Francis and his allies were working as hard as they could to ensure that after the fall of the coalition government of the far-right League or “Lega” and the populist Five Star Movement, Lega leader and Interior Minister Matteo Salvini would not be able to form a new government. Instead, the Democratic Party and the Five Star Movement formed a center-left coalition and Salvini was relegated to the opposition. It has been reported in Rome that Francis appointed Cardinal Pietro Parolin as a special envoy to combat the influences of the neo-fascists in Italy and throughout the European Union. And Francis has picked up an important ally in Forza Italia, the party of former Italian Prime Minister Silvio Berlusconi, now a member of the European Parliament.

Bannon, Burke, and their allies gambled on winning control of an ancient monastery, the SMOM, and the Italian government. Pope Francis saw their bid and raised it. Francis’s royal flush has sent the neo-fascisti forces of Opus Dei, Bannon, and Salvini into a much-weakened opposition. The moral of the story for the fascisti is to never underestimate a one-time bar bouncer. Francis has been as effective in ousting the far-right from their perches of power in Rome as he once was in ejecting unruly drunks from bars in Buenos Aires.

*Wayne Madsen: Investigative journalist, author and syndicated columnist. A member of the Society of Professional Journalists (SPJ) and the National Press Club


Nenhum comentário: