26 setembro 2019, 11:47, Vatican News (Cidade do Vaticano) https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2019-09/bartolomeu-amazonia-bentoxvi-fonte-vida.html
Giada Aquilino – Cidade do
Vaticano
Em
2006 o Patriarca Ecumênico de Constantinopla Bartolomeu I realizou na Amazônia
brasileira o 6º Simpósio do projeto “Religião, Ciência e Ambiente”. Por uma
semana, ao longo do Rio Amazonas e do Rio Negro, 200 pessoas entre elas
cientistas, ambientalistas, líderes religiosos e jornalistas se encontraram
para falar do futuro da região à qual é dedicada o próximo Sínodo dos Bispos
No coração da Amazônia brasileira,
treze anos trás, onde se encontram o Rio Amazonas e o Rio Negro, o Patriarca
Ecumênico de Constantinopla lançava um grito de alarme: a urgência de uma
cooperação internacional para preservar toda a Amazônia, suas bacias
hidrográficas e as suas riquezas, que têm um papel central, desde sempre, na
manutenção da estabilidade climática, dos recursos hídricos e da biodiversidade.
Era o ano de 2006 e cerca de 200
pessoas entre elas cientistas, ambientalistas, líderes religiosos e
jornalistas, também da Rádio Vaticano, encontraram-se de 13 a 20 de julho para
o 6º simpósio do projeto “Religião, Ciência e Ambiente”: uma iniciativa idealizada
e promovida pelo próprio Patriarca e dedicada
naquela edição ao tema “Rio
Amazonas, fonte de vida”. Exatamente a Amazônia, “fonte de vida” caracteriza
o Instrumentum Laboris do próximo Sínodo para a região, de 6 a
27 de outubro no Vaticano, porque a vida naquelas terras “identifica-se” com a
água.
Os grupos étnicos
A viagem e o simpósio em conjunto
foram desejados pelo Patriarca Bartolomeu e na ocasião fizeram a navegação de
Santarém a Manaus. O objetivo era de analisar desde o impacto regional e global
das atividades humanas na bacia do Rio Amazonas, à desflorestação, às
plantações de soja, até as implicações para os cerca de 400 grupos étnicos
presentes e profundamente ligados ao território.
Testemunhos comuns
Na época, o Papa Bento
XVI enviou como seu representante o cardeal Roger Etchegaray, falecido
recentemente, e os convidados foram recebidos pelo cardeal Geraldo Majella
Agnelo, na época presidente da Conferência dos Bispos do Brasil. Na sua
mensagem ao Patriarca, Bento XVI evidenciou o compromisso comum dos católicos e
ortodoxos para a salvaguarda da criação e que o simpósio era um “exemplo da
colaboração” que ambos “devem buscar com constância para responder ao apelo de
um testemunho comum”. Na audiência geral daqueles dias, Bento XVI dirigiu seu
pensamento aos participantes do simpósio, auspiciando que contribuísse a
“promover cada vez mais respeito pela natureza, confiada por Deus – recordou –
às mãos trabalhadoras e responsáveis do homem”.
As mãos do homem
Conceitos reiterados na Encíclica Laudato
si do Papa Francisco e recentemente reforçados por Bartolomeu, que
falou da criação como “dom de Deus a toda a humanidade”. Mesmo assim, notou
Francisco na sua Mensagem para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação
de 1º de setembro, “colocados em perigo”, o ambiente que é coisa boa aos olhos
de Deus torna-se algo a “ser explorado nas mãos do homem”. As consequências na
Amazônia, na época e hoje são alterações ambientais, perda de territórios,
doenças de exterminam populações autóctones, defendidas com grande risco de
vida por ambientalistas e missionários que morreram por este motivo: Como por
exemplo a religiosa americana Dorothy Stang: que em 2005 foi morta por defender
os ribeirinhos.
Mas o rastro de sangue não se detém no
Brasil, segue na Colômbia, Guatemala, México, Peru. Não é um caso que no Instrumentum
laboris do Sínodo é sublinhado que as comunidades locais consideram
que a vida na Amazônia esteja em perigo – além dos interesses econômicos,
criminalidade, poluição, incêndios – principalmente pelo assassinato de líderes
e defensores do território”.
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