9 março 2010/O Máximo http://heitor-omximo.blogspot.com
Combatente da luta pela independência nacional, poetisa, considerada expoente máximo do nacionalismo são-tomense, pós independência. Alda Graça, morreu em Angola para onde foi evacuada desde a última semana por razões de saúde. Morreu na terra dos seus compatriotas de luta pela independência nacional, como Mário Pinto de Andrade. Um dos nomes de Angola que Alda Graça muitas vezes citou nas suas intervenções públicas.
Tombou uma das últimas referências da sociedade são-tomense. A notícia da morte de Alda do Espírito Santo numa clínica em Angola, para onde foi evacuada na última semana, chegou no meio da manhã, e encontrou a maioria dos são-tomenses prevenidos. Aos 83 anos de idade o estado de saúde de Alda Graça, era preocupante.
Foi evacuada na última semana para Angola. Submetida a uma intervenção cirúrgica acabou por não resistir por mais tempo.
Desde a juventude que Alda Graça do Espírito Santo vivia nesta residência humilde na Chácara, arredores da capital São Tome. No ano passado disse ao Téla Nón que só sairia da sua casa de Chácara para o descanso eterno no cemitério do alto São João.
A poetisa que imortalizou o massacre de 1953 no poema TRINDADE, marca presença em todos os momentos de São Tomé e Príncipe, através da letra do hino nacional de que ela é autora. Expoente máximo da literatura são-tomense, uma referência nacional, que no entanto nunca aceitou elogios. «Acho um exagero da vossa parte, porque eu não me considero monumento nenhum. O monumento é o povo, o monumento é o país, monumento é aquilo que nós queremos construir. De forma que a vanglória é qualquer coisa que não faz parte de mim mesma», disse Alda Graça em Abril de 2009, a quando da homenagem prestada a ela por ocasião do 83º aniversário.
Foi membro do governo de transição que conduziu São Tomé e Príncipe a Independência, como Ministra da Educação e Cultura, mais tarde assumiu a pasta da inform1ação e cultura. Fez dois mandatos como Presidente da Assembleia Nacional Popular.
Criou a União dos Escritores e Artistas São-tomenses, onde até Fevereiro último trabalhava na criação de novos valores para literatura são-tomense. «Tenho imensa pena, lamento não ter tido a capacidade de fazer para o meu país, aquilo que eu gostaria de ter feito. De poder por exemplo, encontrar a nossa cidade de São Tomé, erguida a medida dos seus moradores. Precisamos valorizar o que é nosso», afirmou Alda Graça em Abril de 2009.
Em Abril próximo Alda Graça completava 84 anos de idade. Nasceu em São Tomé no ano 1926. Morreu em Luanda, longe da sua cidade de São Tomé, que foi tema do seu último livro. “Mataram o Rio da Minha Cidade”.
Abel Veiga Tela nón
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