Macau, China, 8 março 2010 – Angola foi em Janeiro o maior fornecedor petrolífero da China, ultrapassando a Arábia Saudita, numa altura em que as petrolíferas chinesas procuram consolidar posições no “off-shore” angolano.
Os mais recentes dados das alfândegas chinesas mostram uma subida de 53 por cento no valor das importações petrolíferas de Angola em Janeiro, a par de uma diminuição de 7 por cento nas da Arábia Saudita.
A favor de Angola, que já é actualmente o maior parceiro comercial da China em África, terá funcionado não apenas o aumento da quantidade, mas também a valorização das ramas de petróleo mais “doces”, características de África, de acordo com os analistas do mercado.
A China é o maior comprador de petróleo a nível mundial, depois dos Estados Unidos, tendo as suas importações rondado em Janeiro 4,03 milhões de barris diários.
No primeiro mês do ano, as importações da Arábia Saudita rondaram 685 mil barris diários, menos 7 por cento do que no período homólogo e muito abaixo do registado no último mês de 2009 (1,18 milhões de barris).
A mesma tendência foi registada nas importações do Irão, que caíram para metade em relação ao primeiro mês de 2009 e para um quarto face a Dezembro.
Forte aumento registaram também as importações da Líbia – 250 por cento, para 146 mil barris diários, Kuwait (um terço, para 177 mil barris diários) e Iraque (de zero para 154 mil barris diários).
Angola foi o segundo maior fornecedor de petróleo à China em 2009, assegurando cerca de 15 por cento das importações daquele país.
Muito graças ao petróleo, Angola é o maior parceiro comercial da China em África e o segundo ao nível mundial, com trocas comerciais avaliadas entre 25 mil milhões e 31 mil milhões de dólares durante o ano de 2008.
No conjunto dos produtos transaccionados entre os dois países, o petróleo angolano aparece com maior força nas somas comerciais, representando cerca de 16 por cento da totalidade das importações da China.
Apesar da crise financeira internacional, as trocas comerciais entre os dois países registaram um significativo aumento nos últimos anos.
As empresas chinesas têm vindo a procurar reforçar posições na produção de petróleo angolana, aguardando-se para os próximos meses o lançamento de um concurso internacional para várias concessões no “off-shore” e “on-shore”, para o qual já estão qualificadas as petrolíferas chinesas, inclusivamente em parceria com a concessionária estatal Sonangol.
Este vem sendo adiado há dois anos, devido à quebra sofrida pelo mercado na sequência da crise financeira internacional, mas a recente recuperação dos preços do petróleo deverá permitir a Luanda um encaixe mais favorável com a venda dos blocos.
Em 2006, a Sonangol Sinopec International, uma parceria entre o grupo Sinopec e a Sonangol, ofereceu os melhores preços na licitação de 27,5 por cento, 40 por cento e 20 por cento dos blocos petrolíferos 17, 18 e 15 em Angola, respectivamente.
O grupo Sinopec controla actualmente mais de 5 milhões de toneladas de petróleo na África Ocidental.
Recentemente, Sinopec e China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) estiveram à beira de comprar os 20 por cento que a americana Marathon Oil detém no bloco 32, mas a Sonangol exerceu o seu direito de preferência no negócio.
A petrolífera estatal angolana teve de pagar os mesmos 1,3 mil milhões de dólares que a Marathon tinha a receber e elevou a sua posição para 40 por cento.
A China importou 204 milhões de toneladas de petróleo em 2009, correspondendo a 52 por cento do seu consumo e a uma subida de 3 pontos percentuais em relação a 2008.
Cerca de 60 por cento do petróleo consumido anualmente na China, incluindo 190 milhões de toneladas extraídas no país, destinam-se à refinação de combustíveis para veículos. (macauhub)
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