Ban Ki-moon considera, contudo, que se falhar o apoio internacional poderá acontecer o descalabro.
4 março 2010 -- O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, lançou um apelo à comunidade internacional para que apoie generosamente" a reforma do sector de segurança na Guiné-Bissau, sobretudo com contributos para o futuro sistema de pensões militares. Juntamente com Burundi, Serra Leoa e República Centro-Africana, a Guiné-Bissau é um dos países que faz parte da agenda da Comissão para a Construção da Paz, criada em 2005 para ajudar países em situações pós-conflito.
Num relatório ao Conselho de Segurança, Ban Ki-moon elogia os esforços do novo Presidente e do Governo guineense para melhorar o ambiente político e a gestão económica, mas frisa que a reforma do aparelho de segurança "continua a ser a pedra de toque" para a Guiné-Bissau e chama atenção para a "abrangência" do sector.
"Peço às autoridades nacionais e aos parceiros internacionais que não percam noção da natureza holística da reforma da segurança e que garantam que a ajuda internacional vai ao encontro, não apenas das necessidades do sector da defesa, mas também das necessidades dos sectores da segurança e justiça", refere o responsável máximo da ONU.
"Nesta altura de crise financeira global, reitero o meu sincero apelo à comunidade internacional para que apoie generosamente os esforços de reestruturação na Guiné-Bissau, que garantam a criação de um sector de segurança abrangente que seja eficaz, financeiramente sustentável e capaz de ir ao encontro dos desafios presentes e futuros, incluindo a luta contra o crime organizado e o tráfico de droga", adianta.
Em particular, Ban Ki-moon pede no relatório "contribuições generosas" para o sistema de pensões para os militares, quando este estiver em funcionamento.
O chefe da missão da ONU para a Guiné-Bissau (UNIOGBIS), Joseph Mutaboba, encontra-se esta semana em Nova Iorque para consultas com o Conselho de Segurança.
Na sexta feira, irá defender o relatório perante o órgão máximo das Nações Unidas, que irá posteriormente adoptar uma resolução sobre os esforços de paz no país.
No relatório, Ban Ki-moon lembra os "desafios" a enfrentar pelo povo guineense, alguns dos quais só poderão ser superados com ajuda internacional.
O recente reforço da presença da ONU no país "simboliza a disponibilidade mundial para acompanhar a Guiné-Bissau e o seu povo na sua luta por uma consolidação sustentável da paz, incluindo, acima de tudo, o respeito pela lei e pelos direitos humanos de todos os cidadãos".
Ban Ki-moon pede "uma cultura positiva de paz em vez da polarização e divisionismo", sublinhando a necessidade de Governo e Assembleia Nacional continuarem a estimular o diálogo em toda a sociedade.
Na sua última comparência no Conselho de Segurança, Joseph Mutaboba considerou positivas as perspetivas de estabilidade política na Guiné-Bissau, mas alertou para as ameaças do tráfico de droga e do crime organizado.
"Apesar de parecer haver uma tendência de regressão no tráfico de cocaína na África Ocidental nos últimos meses, o tráfico de droga e o crime organizado continuam a ser um desafio significativo para e estabilidade na Guiné-Bissau e na região", afirmou o representante do secretário geral da ONU em Bissau.
Juntamente com Burundi, Serra Leoa e República Centro-Africana, a Guiné-Bissau é um dos países que faz parte da agenda da Comissão para a Construção da Paz, criada em 2005 para ajudar países em situações pós-conflito. (Noticias Lusófonas)
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