quinta-feira, 11 de março de 2010

AS "LIMPEZAS" DO DESGOVERNO GUSMÃO-AMP

11 março 2010/Timor Lorosae Nação http://www.timorlorosaenacao.blogspot.com

Por António Veríssimo

“LIMPEZA” EDTL – PAGUEM E NÃO BUFEM!

Em vésperas de Natal, em Dezembro passado, pudemos ver a prática do exercício ditatorial do primeiro-ministro timorense ao decretar à revelia da Constituição da República de Timor-Leste a obrigatoriedade dos cidadãos nacionais e estrangeiros limparem a capital. Assistimos então a agressões por parte da Polícia Nacional, que ficaram impunes apesar de comprovadas, bem como também assistimos ao próprio primeiro-ministro impedir a livre circulação de cidadãos, obrigando-os a participarem no que havia abusiva e prepotentemente decretado.

Ficou também a obrigatoriedade de às sextas-feiras os funcionários públicos e restantes trabalhadores, da ONU ou privados, não se apresentarem ao serviço para procederem à limpeza semanal da cidade de Díli. Ocorre que a realidade é bem diferente. Alguns funcionários públicos limpam esta ou aquela parte e depois não mais se apresentam nos serviços a que pertencem. Por tal os serviços não funcionam pura e simplesmente. O país pára à sexta-feira.

Também alguns empregados do empresariado privado são “caçados” pela Polícia Nacional, que tudo controla à moda de fiscais das limpezas, e são obrigados a prestarem os serviços decretados, prejudicando desse modo o funcionamento normal das actividades privadas. Curiosamente, não se conhecem empresários que contestem a situação imposta. Eles alegam que se o fizerem podem sofrer algum tipo de represálias e que não estão para se sujeitarem a isso. Contudo protestam com os empregados por estes faltarem e andarem a limpar a cidade em vez de estarem a tempo e horas nos seus locais de trabalho. Até existem os que ameaçam descontar as faltas se “forem apanhados” para as limpezas e registam-se casos de empresários que já faltaram com pagamentos sob esse pretexto.

Mas Díli continua suja. Díli, se chover um pouco mais que a conta fica alagada. Em chuvadas mais prolongadas verificam-se prejuízos consideráveis. Há funcionários públicos que não saem de casa à sexta-feira, até meio da tarde. Outros ausentam-se para o interior do país e esquivam-se à “operação limpeza”. A maioria pouco limpa. Assim não fosse e não existiria tanto lixo.

Compreende-se que os cidadãos, funcionários públicos ou não, reajam com relutância à obrigatoriedade da “operação limpeza”. Só na mente de um ditador, de um governante disparatado e prepotente, é que é aceite tal decreto, tal obrigatoriedade. Não se compreende que o governo de Gusmão ainda não tenha encontrado uma alternativa provisória para a limpeza e saneamento da cidade de Díli enquanto não existir o Poder Autárquico e respectivos municípios que implementarão e regularão esses serviços.

Nem mesmo com tantos milhões mal-parados (na óptica do povo timorense e dos que acompanham os acontecimentos no país) o primeiro-ministro encontra uma solução que assegure a limpeza diária da cidade por “empreitada” que poderia perfeitamente ser entregue aos seus protegidos. Àqueles que fazem que reparam estradas, por exemplo, e que levam a sua parte do bolo no orçamento. Estão nesse caso indivíduos afectos ao MUNJ, como exemplo. Indivíduos que recebem milhares mas só gastam em obras de beneficiação das empreitadas umas quantas centenas… de dólares, ou pouco mais.

EDTL - QUEM PAGA SÃO OS PRIVADOS, E ADIANTADO
Não são só as sextas-feiras que trazem prejuízos à iniciativa privada, aos empresários em Díli, por estes verem os seus empregados ausentes dos postos de trabalho quando são abusivamente tomados por ordem do governante Gusmão. Nos outros dias da semana, praticamente todos os dias, um prejuízo ainda maior ocorre: a falta de energia eléctrica. Quase tudo pára em Díli devido à sistemática falta de luz. Muitos empresários tiveram de despender de milhares de dólares em geradores, mas pagando, sempre pagando, à EDTL, a empresa de electricidade. Pagando, e num sistema pré-pago. Pagam adiantado electricidade que não lhes é fornecida com a devida continuidade ou, pelo menos, durante as horas em que os seus negócios funcionam, de dia. É que de dia não há electricidade em muitas zonas de Díli porque a EDTL está a renovar a rede eléctrica… Por toda a noite há electricidade, pasmemos. Quando os empregados da EDTL fizeram greve por melhores condições laborais os consumidores ficaram contentíssimos, principalmente os empresários. É que nesse dia houve electricidade para poderem laborar.

O que se pergunta é como pode um país evoluir se os empresários não têm energia eléctrica para produzirem o que pertence aos seus misteres. Quem se responsabiliza pelas suas quebras de lucros e pelos seus prejuízos? A isto nem a EDTL responde, nem o governo toma uma posição de protecção aos empresários e demais utentes da EDTL. Evidentemente que se a renovação da rede eléctrica pública fosse feita de noite, durante a madrugada, os prejuízos seriam muito menores, ínfimos, comparativamente.

E assim vai Timor-Leste, entregue a incompetentes, vãos de cerebelo ou a fazer que sim. Prestidigitadores de milhões de dólares que desaparecem sem que as melhorias sejam correspondentes aos valores declarados. Mais uma "limpeza", esta pode ocorrer em qualquer dia e a qualquer hora, sempre que houver oportunidade, descaramento e contas bancárias para abrir e, ou, rechear… O Governo de Gusmão-AMP é de uma “limpeza imaculada”, peritos de mentes sujas. Com tais exemplos, os desonestos aproveitam-se, a EDTL e outros também. Toca a “limpar”.

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