Lisboa 10 março 2010, Angola Press (Dos enviados especiais) – A directora do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), a angolana Amélia Mingas, criticou nesta terça-feira, em Lisboa, os países membros da CPLP, por não ter definido ainda uma política comum em relação a língua portuguesa.
“A responsabilidade pela afirmação futura do português ou da sua crise resultará do empenho das formulações politicas dos estados membros, tendentes a superar a situação vigente”, disse Amélia Mingas, quando dissertava o tema “A Língua Portuguesa, o novo Acordo Ortográfico e o papel do Instituto Internacional de Língua Portuguesa”, na II Assembleia Parlamentar da CPLP.
Referiu que uma verdadeira política comum da língua não se alcança com meras formulações de políticas ou estratégias nacionais.
Na sua visão, é importante a criação de condições para viabilizar a excelência de diálogos e de concertações permanentes entre as instâncias comunitárias, cuja missão incorpora os objectivos expressos.
Segundo disse, a soberania da língua deve ser partilhada, e a valorização das instâncias de coordenação, como o IILP, pode ser decisiva para a não nacionalização dos processos de desenvolvimento da língua.
Neste sentido, afirmou que a sua instituição tem apontado programas e lançado iniciativas, desafiado parceiros e sensibilizando os decisores políticos em três vectores visando o sucesso da sua missão.
Na sua óptica, dominar um instrumento de comunicação comum é um direito inalienável dos cidadãos, revertendo aos estados o dever de criar as necessárias condições de acesso a esse bem.
Na ocasião, a deputada do Timor-Leste Josefa Alvarez Soares solicitou a comunidade apoio na promoção do português no seu país sob a pena de desaparecer, tendo em conta a influência da Indonésia e do inglês.
Para a deputada timorense, o facto de ser um país jovem, o português afigura-se como um importante elemento de afirmação cultural e consolidação da unidade nacional.
O deputado Brasileiro, José Aparecido de Oliveira, abordou o assunto com bastante preocupação, apelando aos países membros da comunidade a enviar professores de língua portuguesa com objectivo de expandir a língua portuguesa, contando com a possibilidade de um financiamento do seu país.
Para ele, é importante a criação de vários institutos que promovam a língua portuguesa fora do espaço da CPLP, a exemplo do que acontece com o inglês e o francês, para que se torne numa língua de trabalho nas organizações internacionais.
Com mais de 250 milhões de usuários, o português é a sétima língua mais falada no mundo.
A II Assembleia Parlamentar da CPLP encerra hoje (quarta-feira), devendo ainda discutir os assuntos como “A Língua Portuguesa, o novo Acordo Ortográfico e o papel do Instituto Internacional de Língua Portuguesa” e os “Desafios e agenda da Assembleia Parlamentar da CPLP".
Integram a comitiva parlamentar angolana na reunião, os deputados Luís Reis Cuanga, João Melo, Cristóvão da Cunha, Lúcia Tomás e Lukamba Paulo Gato.
Fazem parte da CPLP, Angola, Moçambique, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Brasil, Portugal e Timor Leste.
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