9 de Março de 2010, Notícias
O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA), em colaboração com o da Indústria a Comércio, está a estudar as formas de reduzir ou banir o uso de sacos plásticos de baixa densidade (sacos plásticos finos) por tratar-se de produtos que propiciam a acumulação de lixo, sobretudo nas zonas urbanas.
O facto foi revelado recentemente pela Ministra para a Coordenação da Acção Ambiental, Alcinda Abreu, em declarações à Imprensa no Aeroporto Internacional de Maputo quando regressava da província de Sofala, onde decorreu a terceira edição da Feira Ambiental, entre os dias 4 a 6 de Março corrente.
Em Sofala, Alcinda Abreu inaugurou a feira ambiental e orientou encontros sobre as boas práticas para protecção e conservação ambiental, segundo refere a Agência de Informação de Moçambique (AIM).
Na ocasião, ela destacou que o Governo não pode tomar uma posição drástica para inibir as pessoas de usarem sacos plásticos.
Justificando esta posição, a ministra disse que mesmo os países que já tomaram medidas contra o uso do plástico não declararam o seu banimento total.
Alcinda Abreu deu a conhecer que, por exemplo, em países como a África do Sul o uso é mediante o pagamento de um determinado valor. Portanto, paga-se o uso de saco plástico e é gratuita a utilização de um cartucho.
“Nós, muitas vezes, ficamos preocupados como os sacos que voam de um lado para outro, por isso, facilmente visíveis. Mas temos também garrafas”, explicou a ministra.
As autoridades municipais da cidade de Maputo defendem que o banimento do uso de sacos planos, sobretudo os mais finos, vai minimizar sobremaneira os custos de limpeza da cidade e reduzir a sujidade que se acumula nas sarjetas, redes de esgotos chove.
Enquanto não forem a tomadas medidas concretas, explicou Abreu, o MICOA e seus parceiros vão continuar a realizar acções para a mobilização e demonstração das técnicas sobre como reciclar e reutilizar os diferentes tipos de lixo em Moçambique.
A Feira Ambiental, contou com a participação de expositores e palestrantes que durante os três dias do evento não mediram esforços para transmitir as suas experiências sobre como usar o lixo de forma rentável para a criação de emprego e redução da pobreza.
Durante a feira foi demonstrada uma experiência sobre o uso de garrafas plásticas ou de vidro para a construção de casas e armadilhas para mosquitos que provocam a malária.
“Também vimos como usar restos de madeira e de tecidos para o fabrico de objectos de adorno e de beleza e o lixo orgânico para a produção de adubos para melhorar a produção agrícola”, disse Alcinda Abreu.
Para que estas acções sejam continuadas, a ministra explicou que o Executivo conta com apoio dos Comités de Gestão de Recursos Naturais e de Risco, que estão a realizar campanhas de mobilização sobre a reutilização do lixo, protecção dos mangais para combater a erosão.
No caso concreto da cidade da Beira, capital provincial de Sofala, a ministra fez saber que uma universidade japonesa está a realizar um estudo para identificar as medidas mais efectivas para combater a erosão costeira, enquanto decorre o trabalho de reflorestamento e expansão do mangal.
Na terceira edição da Feira Ambiental, que pela primeira vez foi realizada fora da cidade de Maputo, participaram 16 palestrantes e 48 expositores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário