16 fevereiro 2010/Vermelho http://www.vermelho.org.br
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta segunda-feira (15), em Madri que o Brasil continua disposto a mediar o diálogo entre a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) e o Irã, "respeitando o direito do país de ter seu programa pacífico". Os Estados Unidos e outras potências do Ocidente ameaçam o Irã com sanções devido a seu programa nuclear.
"É importante que haja diálogo: o Brasil segue disposto a favorecer essa conversa entre a Agência e o Irã para garantir ao país a possibilidade de ter um programa nuclear pacífico, e à comunidade internacional a certeza de que esse programa não será desviado para fins militares", declarou.
"Acreditamos que há uma oportunidade de negociar sobre a produção nuclear com o Irã respeitando o direito do país de ter seu programa pacífico", disse Amorim, insistindo que "há uma possibilidade de se chegar a um acordo" e “as negociações devem seguir sem dogmatismo”..
O Brasil argumenta estabelecer novas sanções é improvável porque isso depende de uma decisão unânime dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -- EUA, Reino Unido e França querem castigar o país, mas Rússia e China relutam.
Assim, afirma o governo brasileiro, antes de pressionarem o Brasil por seu assento provisório no organismo, os adeptos das sanções precisam convencer os chineses.
Mesmo se convencerem e as sanções forem adotadas, a previsão brasileira é de que seriam ineficazes. O Itamaraty argumenta já existem sanções mas Teerã tem resistido a elas.
A declaração de Amorim foi feita durante a quarta reunião do Diálogo Político de Alto Nível Brasil-União Europeia, realizada na capital espanhola, da qual participaram também a alta representante para Política Exterior e de Segurança da UE, Catherine Ashton, e o ministro de Assuntos Exteriores e Cooperação da Espanha, Miguel Ángel Moratinos.
De acordo com a assessoria de Celso Amorim em Brasília, o chanceler brasileiro destacou a importância de o Brasil e a União Europeia trabalharem juntos em busca de uma solução negociada para resolver o polêmico programa atômico iraniano.
Amorim também ouviu da representante europeia – uma política britânica, ligada ao trabalhismo de Tony Blair – que o Brasil tem papel chave a desempenhar na solução do contencioso nuclear do Irã, uma vez que os dois países mantêm boas relações diplomáticas.
Na reunião, também foi discutida a implementação do Plano de Ação de Parceria Estratégica Brasil-União Europeia, que prevê aumento da cooperação na luta contra a pobreza, mudança do clima, fortalecimento do sistema bilateral, direitos humanos, relações econômicas, assuntos consulares, educação e cultura.
A pauta do encontro incluiu ainda temas como a retomada da Rodada Doha, a ajuda humanitária e reconstrução do Haiti, o processo de paz no Oriente Médio, a associação Mercosul-União Europeia, a realização da Cúpula América Latina e Caribe-União Europeia em Madri (dia 18 de maio), a realização do Fórum da Aliança de Civilizações (dias 28 e 29 de maio, no Rio de Janeiro) e os preparativos para a Cúpula do G20 (dias 26 e 27 de junho, em Toronto, no Canadá). (Da redação, com agências)
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