segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Serviços, indústria e agricultura sustentam retoma da economia de Angola em 2010 e 2011

Luanda, Angola, 22 fevereiro 2010 – A economia angolana vai voltar a crescer em 2010 e 2011, depois de ter estagnado no ano passado, e o maior contributo para o crescimento virá dos sectores de Serviços, Indústria e Agricultura, de acordo com a Universidade Católica de Angola.

No Relatório Económico de Angola, recentemente divulgado, o centro de estudos daquela universidade traça um cenário optimista para os próximos anos, tal como têm vindo a fazer outros grupos de análise económicos: prevê um crescimento de 7,1 por cento este ano e de 8,5 por cento no próximo.

O crescimento do PIB petrolífero será, em 2010, de 6,7 por cento, enquanto o do não-petrolífero ascenderá a 9,5 por cento.

Em 2011, esta tendência de redução do peso do petróleo na economia deverá acentuar-se, com o PIB petrolífero a crescer 3,1 por cento e o não-petrolífero 11,2 por cento, de acordo com as projecções da universidade angolana.

Para o centro de estudos, nos próximos dois anos os sectores com maior dinamismo na economia angolana serão o comércio, turismo, indústria transformadora, transportes e agro-indústria.

Este impulso resulta dos investimentos públicos e da tendência de diversificação económica, promovida pelas autoridades angolanas para reduzir a dependência em relação ao petróleo, patente na quebra de receitas fiscais e das reservas externas causada pelo forte recuo dos preços das ramas entre final de 2008 e primeiro trimestre de 2009.

Segundo as últimas previsões do Banco Mundial, a economia de Angola deverá crescer 6,5 por cento em 2010 e 8,0 por cento em 2011, depois de em 2009 ter recuado 0,9 por cento.

No ano passado, "a economia de Angola teve um desempenho fraco, com as exportações de petróleo a caírem abaixo dos 1,8 milhões de barris por dia, a queda das receitas petrolíferas a levarem o governo a fazer cortes nas despesas de investimento e o consumo privado a contrair-se", refere o Banco Mundial no seu relatório de Janeiro.

Também os economistas do banco português BPI reviram em alta as previsões de crescimento económico angolano, reflectindo a melhoria das condições externas e também o acesso por Luanda a novas linhas de financiamento, como a do Fundo Monetário Internacional (900 milhões de dólares).

“O movimento de recuperação da economia visível no segundo semestre, conduzido por uma melhoria da receita (preço e quantidade) das exportações petrolíferas, permitiu estancar a queda das reservas internacionais”, refere o último relatório do BPI.

Quanto à inflação, a Universidade Católica prevê que fique entre 10 por cento e 12 por cento este ano, recuando para entre 9,7 por cento e 11,4 por cento em 2011.

O Produto Interno Bruto de Angola cresceu, nos últimos 19 anos, a uma taxa média anual de nove por cento, segundo dados do governo. (macauhub)

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